Eu amo você!

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Pov Elizabeth

- Lizzy! Só me responda uma coisa. - A voz de Helena ainda era fraca, mas estava determinada no que dizia: - O que disse a Laura é verdade? Você... me ama?

- Helena eu... - Fui interrompida pelo médico que acabara de entrar.

- Vejo que acordou irmã! - O médico disse animado. - Como se sente.

Suspirei aliviada em não ter que responder a pergunta de Helena naquele momento.

- Apenas uma dor de cabeça.

- Entendo, é normal devido ao hematoma causado pela queda. - O médico respondeu. - Vamos concluir alguns exames hoje mesmo e ministrar alguns remédios para a dor. Se tudo correr bem, dentro de dois a três dias estará de alta.

Passado alguns dias, Helena já estava novamente no convento, com pequenas restrições como não fazer muitos esforços físicos e não passar momentos de stress. Eu era a responsável de lembra-la a tomar seus medicamentos. Graças a Deus ela estava bem e se recuperando cada vez mais.

Quanto a pergunta que ela havia me feito, havia ficado no esquecimento, para a minha sorte.

Pov Helena

Lizzy achava que eu havia me esquecido do que aconteceu naquela noite, que eu havia esquecido da pergunta que eu lhe havia feito e não obtive resposta. Eu apenas estava aguardando o momento certo para perguntar e ter a certeza de tudo o que estou deduzindo.

Por mais que Lizzy cuidasse de mim, sempre preocupando-se comigo e ministrando meus medicamentos, sentia que não estava ali, parecia distante, mas não porque queria, e eu sabia bem o por quê.

Tinha certeza que aquela distância entre nós fazia parte do acordo que deve ter feito com Laura. E aquilo me doía no mais profundo de minha alma.

Quando recuperei-me totalmente, voltei com meus afazeres do convento e quase não via mais Elizabeth. Laura realmente conseguiu o que queria.

Eu não conseguia mais esconder minha tristeza, vez ou outra era pega chorando pelos cantos do convento por alguma irmã.

Os únicos momentos de felicidade para mim eram quando estava com meu Estevão. Ele já estava um rapazinho, aprendeu a escrever e me dá muito orgulho. Porém ele já começara a entender e perceber algumas coisas. Sempre me perguntava porque "mamãe Lizzy" não passava mais tempo conosco, ele sempre estava ou com ela ou comigo, nunca nós três juntos. Era difícil explicar, mas eu dizia que era por causa dos afazeres do convento.

O engraçado é que o destino sempre nos prega uma peça, recentemente, vez ou outra Lizzy e eu nos encontrávamos por acaso, mesmo que tivesse feito um acordo com Laura, quando me via, parecia esquecer-se de tudo e conversávamos como antigamente.

Então, sem que ninguém soubesse, marcávamos encontros às escondidas para conversarmos e passarmos o tempo juntas. Por mais que Laura quisesse nos separar, havia uma força maior que nos unia.

Estávamos em um dos corredores do convento, próximo a capela, conversávamos sobre tudo, e estava sendo maravilhoso, como todos os momentos em que passo com Lizzy. Então lembrei-me da noite em que me machuquei na capela e de tudo o que havia ouvido. Seria aquele momento para voltar ao assunto e descobrir a verdade?

Lizzy gargalhava de algo engraçado que eu havia contado, então fiquei com minha feição pensativa. Ela percebeu e parou de rir.

- Helena, está tudo bem? De repente ficou séria. - Ela preocupou-se comigo.

Respirei fundo a procura de coragem e respondi:

- Lizzy... estou há tempos querendo perguntar-lhe algo.

- Pergunte.

- Na noite de meu "acidente" eu ouvi você dizendo a Laura uma coisa e...

Lizzy interrompeu minha pergunta aproximando-se de mim e cobrindo minha boca com sua mão. Em seguida sussurrou.

- Está vindo alguém.

Era um momento de tensão, porém estar tão próxima de Lizzy deixava-me desconsertada.

Passado alguns instantes, o perigo havia se passado e ninguém aproximou-se de nós, porém ainda estávamos bem próximas.

Nossos olhares se conectaram de tal forma que nossos corações batiam no mesmo ritmo, freneticamente.

Eu não suportava mais tanta distância, meus sentimentos precisavam ser revelados e não havia momento melhor que este.

Aproximei encostando meus lábios aos de Lizzy, sentindo a maciez de sua boca, porém não fui corajosa o suficiente para iniciar um beijo, resultando em apenas um selinho.

Assim que a olhei nos olhos, ela parecia petrificada.

- Lizzy, eu amo você!

Meu Santo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora