Na capela

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Pov Helena

Alguns dias após o incêndio, tudo voltara ao normal, ou quase tudo.

Os locais onde o fogo afetou logo foi reconstruído, sem deixar vestígios de que houve algo ali. Mas ainda sim percebi nos olhares das irmãs o medo presente, afinal o incêndio foi causado por alguém.

Ouvi alguns comentários de que alguém de fora do convento havia feito isso, algum intolerante religioso talvez, mas uma ou outra ainda dizia que foi alguma de nós, era apavorante pensar que alguém de nossa convivência seria capaz de uma atrocidade dessas.

Eu tinha minhas leves suspeitas, a única pessoa com loucura suficiente para fazer isso era irmã Laura, mas o difícil era provar sua culpa.

Por vários dias tentei conversar novamente com Lizzy sobre o assunto daquela noite. Ainda estava com dúvidas, não entendia o porquê do ódio de Laura. Era impossível ser por minha amizade com Lizzy, muito esforço por coisa que para ela era insignificante.

De certa forma eu tinha raiva de Laura também, ela deseja Lizzy, ela quer minha Lizzy e isso me deixa possessa de ciúmes.

Ah Lizzy...

O problema é que todas as vezes que tentava falar com minha amada ela mudava de assunto, não querendo terminar o assunto daquela noite.

Pov Autora

Como o tempo era veloz quando queria.

Já havia se passado um ano após o incêndio.

Desde aquela data o inquérito investigativo estava em andamento para descobrir o culpado.

O incêndio havia deixado consequências.

A saúde da madre Isaura havia piorado, problemas respiratórios surgiram após o incêndio, a deixando mais debilitada, o que para Laura era excelente, afinal ela seria sua sucessora.

Pov Elizabeth

Era terrível esconder a verdade de todos. Mas se eu revelasse a alguém que a culpada era Laura, as consequências cairiam sobre Helena. E também não teria provas para acusa-la. É terrível ter esse sentimento de incapacidade, sentir-me inútil por não poder fazer nada.

Todos os dias andava pelo local onde o fogo se iniciou, próximo ao quarto da madre, em busca de qualquer vestígio que culpasse Laura, mas não havia nada.

– Lizzy! O que faz aqui? – Helena apareceu enquanto eu procurava provas.

Aproximei-me dela para que ninguém nos ouvisse, cheguei mais próxima do que realmente precisava, pude sentir seu suave perfume que tanto me encantava.

– Estou procurando provas de quem incendiou o convento. – Sussurrei.

Em seguida ela abriu um lindo sorriso que me encanta e gargalhou.

– Lizzy! Pra que sussurrar? – Ela então aproximou-se do meu ouvido e sussurrou: – Estamos sozinhas.

Aquilo me arrepiou por inteiro, Helena não sabia o que me causava, por mais simples ato que fosse.

Então nos olhamos, meus olhos alternavam entre seus belos olhos azuis e sua boca rosada. Ela era meu pecado mais perfeito. Sem percebermos nos aproximamos mais e comecei a sentir sua respiração descompassada por minha face.

– Estou atrapalhando alguma coisa? – Laura apareceu no exato momento em que eu me aproximaria mais para beija-la.

– E há algum momento em que não atrapalhe irmã Laura? Se houver, desconheço. – Helena riu após dizer.

Meu Santo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora