Pov Elizabeth
Enquanto eu corria pelos corredores, as pessoas me olhavam curiosas e assustadas. Talvez por meu desespero, ou apenas por ser uma freira correndo pelo hospital.
Eu já não conseguia mais enxergar perfeitamente, as lágrimas já embaçavam minha visão.
Até que cheguei a uma sala, onde vi através do vidro a equipe médica na tentativa de ressuscitar Helena, faziam massagem cardíaca nela.
No mesmo instante percebi que seu coração não batia mais, minhas pernas bambearam e minha visão escureceu.
...
Ao recobrar minha consciência não sentia meus pés no chão e meu corpo repousava em algo macio. Estaria eu deitada em uma cama? Teria sido tudo um pesadelo?
Abri meus olhos e percebi que estava na emergência do hospital, provavelmente havia perdido a consciência e me levaram para lá.
A realidade me atingiu naquele mesmo instante. Helena estava morta. A única pessoa que amei e amo nesse mundo estava morta.
As lágrimas escorriam por meu rosto enquanto eu dizia ainda sem força algumas palavras:
- Meu Deus! Meu Deus! Por que? Por que tirou Helena de mim?
Senti alguém segurar minha mão. Ainda não conseguia enxergar quem era, por conta das lágrimas, mas pude ver que era uma freira, assim como eu.
Com a outra mão enxuguei minhas lágrimas e assim que a vi interrompi imediatamente o contato entre nossas mãos.
- Saia daqui Laura! – Disse sem ao menos olhar em seus olhos.
- Elizabeth, por favor não me ignore... – Sua voz saiu suave como veludo, o que me irritou profundamente.
- Saia daqui Laura! Saia daqui! – Gritei, até que uma das enfermeiras a retirou dali.
A mesma enfermeira injetou algo em minha veia, aparentemente um calmante, pois tudo escureceu no mesmo instante.
Três horas depois...
Despertei lentamente, por conta do efeito do calmante, mas desta vez, consciente de tudo o que havia ocorrido.
- Helena... Preciso ver Helena! – Murmurava enquanto tentava abrir os olhos.
- Irmã! Acalme-se! Se continuar assim não poderemos lhe dar alta.
Abrindo meus olhos encarei novamente a mesma enfermeira que antes me aplicou o calmante.
- Eu estou bem, por favor, preciso sair daqui!
Ela me olhou torcendo os lábios, e pela sua feição, não me deixaria sair daqui tão cedo.
Pov Autora
Alguns médicos e paramédicos caminhavam pelos corredores satisfeitos com mais um trabalho bem feito.
- Confesso a vocês meus amigos, essa foi difícil. – Um dos médicos disse aos demais.
- Deus gosta muito dela, afinal, pela situação em que chegou, era para estar morta.
- Ou nem gosta tanto, afinal não a quis com Ele ainda.
O grupo de médicos após gargalharem, direcionaram-se a cantina.
Laura que se atentou a conversa deles, murmurou:
- Malditos sejam! Malditos sejam!
Em seguida, direcionou-se ao quarto em que os médicos acabaram de deixar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Santo Amor
RomanceElizabeth entra para o convento e acaba despertando sentimentos profundos e conflitantes em duas freiras: Helena, seu verdadeiro amor, e Laura, cuja obsessão a leva ao tormento e tenta de todas as formas impedir o romance entre Elizabeth e Helena. D...