Mais uma madrugada vigilante.
Depois de um longo tempo de silêncio, Dubois iniciou uma conversa comigo. Disse que eu era um excelente ouvinte e atirador, concluindo que deveria ser muito sanguinário.
Gargalhei com tal suposição, e expliquei que nem ir para guerra queria como os outros.
Me surpreendi com suas palavras adiante: Dubois disse que a maioria não entendia o por que de estar ali, nem sabiam com que tropa estavam lutando, simplesmente foram obrigados.
Ele disse chorando que foi tirado de casa pelo pai e obrigado a não voltar se não fosse alistado.
Nicolas Dubois queria ser pintor, mas como, nesse tempo de destruição, e com sua família extremante pobre?
O resultado foi um um menino de quinze anos convocado ilegalmente para guerrear.
Ele chorava como ninguém, ainda mais por sua namorada Gabrielle, que deixara para trás. Deixara tudo para trás.
Abracei-o como um filho, dizendo que Santa Joana D'arc o protegia imensamente e que eu estava ali para sempre como seu amigo.
Quando essa guerra cessar, ei de ajudá-lo.
Serei um grande médico, e Nicholas Dubois, um grande idiota pintor.
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Diário de um Soldado
Historical FictionDominique Carpentier é um homem distinto comparado a outros do tão falado século XX; tem sempre seus achismos sobre tudo e não há quem retire isso de sua mente. Nas folhas de um diário, narra o encontro com seu único e imutável amor: Charlotte Barbi...