Família

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Lilly tenta manter a calma enquanto seu pai fala sem parar sentado em sua cadeira de balanço, ela respira fundo e tenta não sair gritando.

Ela não entende o que fez de errado, era pra ele ter ido embora, mas não importa o que ela faça, ele continua ali. Ele ja era chato quando vivo, mas piorou muito depois que ela o matou.

-Da próxima vez que matar alguém, tenta não guardar o corpo no porão, sua inútil

Ele reclama enquanto ela arrasta seu corpo pela casa, levando em direção ao quintal para enterrar embaixo do grande pé de manga onde ela brincava com seu pai quando criança. 

-Se não fosse essa maldita cachaça eu não precisaria te matar

Ela joga o corpo dele no buraco e volta para dentro. Ela encontra seu pai sentado na velha cadeira de balanço.

-Veja pelo lado bom, pelo menos agora você não vai ficar enchendo a cara.

Lilly senta ao lado de seu pai e os dois ficam em silêncio.

-É... Talvez você tenha razão

Eles se olham e sorriem

-Mas podia pelo menos não ter me torturado. Uma morte rápida ja era o suficiente.

Lilly revira os olhos.

-Desculpa ta... Eu estava com raiva. Você tentou me matar porra. Queria o que?

Lilly escuta seu pai rir.

-Pois é... agora estou morto. E você livre. Quando vai embora?

Lilly olha para o alto da escada e vê sua mãe e seu único irmão sorrindo para ela. Ela não podia deixar eles ali, sozinhos com o espírito de seu pai. Ele ainda era o mesmo monstro.

-Eu não vou.

Ele olha surpreso para Lilly e depois  para o alto da escada e sorri.

-Entendi. Você sabe que eu não vou deixar, né? Eles iram ficar aqui comigo... Pela eternidade.

Lilly sente seu rosto queimar de raiva. Ela precisa descobrir onde estão os restos mortais deles, só assim podera enterrar eles em um local digno e longe do seu pai.

Ela levanta e vai tomar banho. Mesmo sabendo que seu pai nunca foi um pervertido, ela não se sente a vontade para ficar nua, então toma banho de biquíni.

-Preciso começar e logo. Ele ta morto, não pode me impedir, eu vou descobrir onde ele enterrou minha mãe e meu irmão.

Ela termina o banho, põe a roupa o mais rápido que pode e começa a procurar.

A casa esta em total silêncio e ela só escuta o barulho da sua respiração e os seus passos pesados e apressados pisando no chão de madeira.

Ela passa rapidamente pela sala e pega o pé de cabra que usou para torturar seu pai. Ela vai em direção ao corredor, entra no primeiro quarto, afastando a cama e com o pé de cabra ela tira um pedaço grande de madeira. Em poucos minutos ela ja havia tirado metade do chão do quarto.

-Ta frio. Eles não estão aqui. Desista.

Lilly pula com o susto, mas não responde. Ela termina de tirar o restante da madeira do chão e vê que ele tem razão, não tem nada ali.

Ela olha para as paredes de madeira e começa a retirar uma por uma das madeiras, mas novamente não encontra nada.
Ja cansada ela para no corredor e se segura na parede.

-Mãe, maninho, me ajudem. Me mostrem onde vocês estão, eu quero libertar vocês. Me ajudem por favor, sozinha não vou conseguir.

Lilly sente um sussurro em seu ouvido e olha para o alto da escada. La esta seu irmão e sua mãe.

o irmão de Lilly corre escada a baixo e vai em direção ao quintal, enquanto a mãe dela começa a subir para o porão.
Lilly entende o sinal e olha para trás.

Seu pai esta perto da porta do quarto com os braços cruzados sobre o peito.
Ele ri. Lilly se arrepia. É agora ou nunca. Ela corre em direção ao quintal e vê seu irmão embaixo de uma macieira, ela vai ate o celeiro e pega uma pá.

Ela sabe que seu pai vai estar na macieira, então ela sobe para o porão enquanto escuta seu pai gritar atras dela.

-Droga. Eu não vou conseguir assim, preciso de algo que impeça ele de me seguir...

Ela para no alto da escada e olha para a cozinha.

-Tomara que de certo.

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*CONTINUA*

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