Feliz Páscoa

218 15 4
                                    

Julia escuta os passos de sua filha correndo pela casa. Ela olha no relógio e vê que são 2:30 da manhã.

-Ana, volta pra cama agora....

Julia grita e escuta Ana parar de correr por alguns minutos. Então os passos recomeça e ela espera sua filha aparecer na porta entre aberta do quarto.

Não demora muito e Ana aparece na porta, com seus cabelos cacheados soltos e bagunçados, ela esta descalça, vestindo seu pijama de coelhos.
Ana é apaixonada por coelhos e sua data preferida é a páscoa, por isso esta tão aflita para o dia começar.

-Posso saber o que faz fora da cama a essas horas Ana?

-O coelhinho me acordou e falou que os ovinhos ja chegaram mamãe...

Julia sorri.

- Mas mesmo assim tem que esperar até de manhã filha. Deita aqui com a mamãe, vem...

Ana joga seu coelhinho de pelúcia em cima da cama e entra embaixo das cobertas, abraçando Julia.

-E se o coelhinho voltar mamãe?

Julia suspira. Ana ainda é uma criança de 7 anos e Julia, como mãe solteira, faz o possível para que sua filha tenha uma infância feliz, por isso não pode dizer que o coelhinho da páscoa não existe.

-Diga pra ele esperar o dia amanhecer...

Julia pega no sono rapidamente.

3 da madrugada:
Julia escuta Ana falar com alguém, mas não da muita importância, pois Ana fala sozinha durante o sono desde que aprendeu as primeiras palavras.

o sono toma conta de Julia e ela volta a dormir.

3:17
Julia sente um leve movimento na cama, mas esta com muito sono pra conseguir fazer alguma coisa.

3:40
Julia vira e abraça Ana. Mas ela não esta na cama, então Julia abre os olhos e puxa as cobertas. Nada de Ana, mas seu coelhinho esta ali.

Ela senta na cama e então percebe que o chão esta molhado, ela liga o abajur e vê que tem sangue por todo o chão.
Ela pega o celular para ligar pra polícia, mas escuta um barulho vindo da sala.

Ela pega a arma que tem guardada em um fundo falso da gaveta e vai ate a escada, mas a casa ta muito escura e ela não vê nada. Ela liga a lanterna do celular e começa a acompanhar os rastros de sangue, que vai em direção a cozinha.

Ela passa pela sala e vê que há pequenos presentes e cestas com oque parecia ovos de páscoa. Mas não foi ela quem fez aquilo, então quem estava na sua casa?
Ela tenta manter a calma, mas o medo de ter acontecido com Ana fica cada vez mais forte.

Com passos leves ela vai em direção a cozinha e quando chega vê algo que a faz sentir ânsia.

Sua filha esta sentada em frente a pia, em volta dela tem uma poça de sangue.

Ana tem em suas mãos oque parece ser a cabeça de uma menina.

A cozinha toda esta banhada em sangue e tem restos de pele para todo lado.

-Filha, oque você fez?

-Desculpa mamãe... Ela escapou...

-Então porque não m acordou? Eu falei pra esperar amanhecer o dia, agora vou ter que limpar toda essa bagunça...

-Desculpa mamãe...

-Vai pro banho, agora....

Ana sobe as escadas chorando.
Julia larga a arma em cima da mesa e respira fundo olhando pra bagunça.

Julia vai ate os quartos e revisa um por um ate chegar no último.

Ela arrasta a cama e vê a pequena porta que esta sem o cadeado.

Julia suspira.

-Preciso por algo mais pesado aqui... Senão a Ana não me dará sossego.

Ela abre a portinha e escuta vários gritos, mas ela não se preocupa, pois o quarto é a prova de som. Ela pega a arma e engatilhado, descendo as escadas ja velhas do porão.

-Calem a boca...

Ela grita, mas os gritos continuam.

Então ela mira a arma na cabeça de um menino que aparenta ter 3 anos e atira.

O menino cai no chão e os gritam cessam e todas as 7 crianças se abraçam, chorando baixinho.

Ela sorri e vai ate o menino morto, pegando ele pelos pés e arrastando escada a cima.

Ja no quarto, Julia larga o corpo do garoto no chão, põe a cama em outro lugar, arrastando um pequeno guarda roupa rosa e pondo em cima da porta.

-Agora a Ana não vai mais conseguir mais abrir essa maldita porta.

Ela sorri, tranca a porta novamente e se prepara para limpar a casa.

Não sem antes terminar os preparativos da páscoa, afinal de contas, ela é capaz de qualquer coisa pra deixar sua pequena monstrinha feliz.

Historinhas Para Não DormirOnde histórias criam vida. Descubra agora