Historinhas Para Não Dormir

A Vovó do beco (final)

Hanna era uma moça exemplar.
Era inteligente, bonita, ajudava todos do bairro e era muito alegre.

Cuidou de Beatriz com muito amor, mesmo que Beatriz espalhasse mentiras em relação a ela.

Quando Beatriz morreu, Hanna vendeu a casa e foi embora para outro país, morrendo poucos meses depois em um acidente de carro.

Desde a morte de Hanna, muitas pessoas dizem ver Beatriz vagando pelo beco, ou em frente a casa onde morou a vida toda, mas até ali, ninguém havia falado com ela ou se aproximado.

Eu fiquei com a história de Beatriz nos pensamentos por muito tempo, mas durante alguns meses não vi mais ela.

Eu cheguei a ir no túmulo de Beatriz e levar flores algumas vezes, mas Beatriz simplesmente desapareceu.

Eu queria muito falar com ela, queria dizer o quanto sentia por sua história ter terminado de forma tão triste e queria muito saber por que Beatriz havia aparecido logo para mim, mas talvez essas perguntas jamais irão ter respostas.

Pelo menos era isso que eu acreditava.

4 meses se passaram, as aulas já haviam acabado, o fim de ano chegou e junto a época mais festiva, o natal.

Na vespera de natal eu foi em uma festa com alguns amigos, mas sai mais cedo, pois tinha que ajudar minha mãe a preparar a ceia de natal no outro dia.

Eu pensei muito antes de decidir se entraria naquele beco novamente, mas no fim decidi tentar.

Eu já estava na metade do caminho, mas nada de Beatriz aparecer, então decidi parar e olhar para trás.
Mas não havia nem sinal dela.

Eu não  tinha certeza se realmente queria encontra - lá depois de vê - lá cheia de vermes, mas eu precisava saber o que ela queria.

Ela já esta morta a muitos anos, não entendo porque ela continua ali e preciso saber o que ela quer comigo

Continuei meu caminho e quando virei a rua da minha casa, vi Beatriz parada na minha frente

Ela estava diferente. Já não era a bela e elegante Beatriz.

Estava com um ar sombrio, suas roupas estavam sujas de sangue e terra, seu cabelo estava bagunçado e ela estava sem os sapatos

Na hora me assustei, mas tentei não entrar em pânico.

Ela veio em minha direção com um sorriso macabro e quando ela pegou na minha mão, senti um arrepio percorrer meu corpo.