— Eu não achei o outro híbrido.
"Acho melhor você achar rápido, eu não vou ter piedade de você só por que..."
— Quer parar de me tratar assim? Eu estou tentando! Você nem saiu desse buraco.
"Se eu sair eu vou ser preso seu idiota!" O homem do outro lado da linha fez uma pausa. "O 001 não vai esperar pra sempre 121".
— Por que nunca me chama pelo meu nome? — ele disse com uma certa tristeza na voz.
"O 001 não vai esperar pra sempre Ara Macao."
Os dois ficaram em silêncio, sempre foi assim, ele nunca o chamava pelo nome, era sempre pelo código, ou pelo seu nome científico, mas nunca pelo nome, parecia que ele nem gostava dele.
— Eu preciso de tempo... — Sua voz sumiu antes que ele pudesse completar a resposta, não estava muito bem.
"Não vai começar aquelas crises de ansiedade de novo não é?" O homem do outro lado da linha disse com certo escárnio.
— Não foi você que levou choques no cérebro a vida inteira! — Ele gritou e desligou o telefone.
Era horrível, a adaptação cerebral era algo pelo qual ninguém merecia passar, ele sentia os furos nas laterais de sua cabeça doerem só de lembrar como era horrível, os choques, os comandos, as vezes que ele quase morreu no processo...
Se jogou no chão, sentindo que iria começar a chorar, ele só queria que a cabeça dele parasse, só queria ficar em paz, queria fugir de um mal que nem ele conhecia, queria largar tudo, queria desaparecer.
Não estava suportando mais.
Ele se cobriu com suas asas, enquanto tampava a boca para que ninguém ouvisse seu choro.
Mesmo estando sozinho naquele apartamento, ele se sentia constantemente observado.
Novamente o mal invisível, ele não sabia o que era, mas estava lá para lhe atormentar.
— Oh Deus... — Ele soluçou, enterrando a cabeça nos joelhos. — O que está acontecendo?
Ele ficaria chorando de desespero pelo resto da noite, se não fosse uma mensagem em seu celular. Nos primeiros segundos ele nem quis olhar, achando que o seu cientista de comando iria atormentá-lo de novo, mas depois de ver quem era, ele sorriu.
"Oi"
Ele sorriu para um simples "Oi".
Mas não era um "Oi" de qualquer pessoa.
•••
— Ele está com fome... Trás a ração pra ele.
Roger e Mary tinham acabado de achar dois gatos em uma rua próxima ao santuário, e como Roger conseguia falar com gatos, era ele quem identificava as necessidades mais urgentes dos bichinhos, era o trabalho dele na ONG, e ele adorava.
— E o gato preto?
— Leve ele pro Gwilym, ele não está muito bem, pensando melhor, deixa que eu levo ele lá. — Roger pegou o fato preto nos braços com cuidado, e acariciou a cabeça dele. — Dá comida pro outro pequeno, a Lucy ainda está sem trabalhar não é?

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Meow!? Yes, Again.
Fanfiction{Continuação de Meow • Maylor} Maylor • Deacury • Lumi • Hardzello Muita coisa aconteceu desde que os caminhos de Brian e Roger se encontraram. Agora, os membros da ONG terão o trabalho de proteger os híbridos de Golden filho, que está atrás de suas...