Meow!? Yes, Again.

14

   Depois da reunião com a tão aguardada revelação, cada um resolveu pegar o seu caminho pra casa, os últimos a sair foram Brian, Gwilym, Roger e Allen.

   — Acho melhor eu andar até um beco escuro e sair voando. — Allen se levantou, depois de pagar a sua parte. — Boa noite gente.

   — Eu posso te levar em casa. — Gwilym se ofereceu. — Eu não sei como funciona, mas não me parece uma boa sair voando bêbado.

   — Querem que eu leve alguém? — Brian sugeriu.

   — Não, eu cuido dele. — Lee disse colocando a mão no ombro de Allen.

   — Então tá legal... — Brian sorriu. — Boa noite pros dois.

   — Até amanhã galera. — Roger também se despediu.

  O casal saiu do restaurante, deixando os dois sozinhos ali, Gwilym ainda não acreditava que existiam mais híbridos, a ideia de dois vivendo próximo a ele já era estranha demais.

   — É, melhor a gente ir. — O veterinário saiu do restaurante, acompanhado pelo híbrido.

   Os dois entraram no carro, e seguiram pelas ruas de Londres, já eram umas onze horas da noite, o planejamento do veterinário era deixar o colega de trabalho em casa e depois ir para a sua casa e dormir.

   — Posso ligar o rádio? — Leech perguntou, um pouco tímido.

   — É claro.

   E ele ligou o rádio, por mais incrível que parecesse, estava tocando Boy With Luv, do BTS.

   — Estranho... — Gwilym trocou a estação, acabando em All My Loving, dos Beatles. — Eles só tocam esse tipo de música a essa hora?

   Ele trocou de estação mais uma vez, a música da vez era How Deep Is Your Love, do Bee Gees, e aquela música deixou um clima que ele com certeza não queria no carro, ainda mais com um colega de trabalho homem.

   — Está tudo bem, eu amo essa música. — Allen começou a movimentar a cabeça no ritmo da música. — How deep is your love? I really mean to learn, 'cause we're living in a world of fools, breaking us down when they all should let us be...

   — We belong to you and me... — Gwilym completou a letra, sem olhar pra ele.

   — I believe in you, you know the door to my very soul.

   — You're the light in my deepest, darkest hour, you're my savior when I fall...

   — And you may not think I care for you, when you know down inside that i really do...

  — And it's me you need to show, how deep is your love. — Os dois cantaram esse verso juntos, olhando um para o outro, mas desviaram o olhar logo em seguida, rindo de nervoso.

   "Eu vou matar aqueles idiotas" Gwilym pensou.

   — Bom... Já pensou que você está me levando pra casa sem nem saber aonde eu moro?

   — Meu Deus, eu estava fazendo o caminho pra minha casa. — Gwilym bateu a mão na testa. — Me desculpe por isso.

   — Está tudo bem.

   Depois de finalmente receber o endereço correto, Gwilym dirigiu até um prédio, era simples mas mesmo assim era bonito. Os dois saíram do carro, o veterinário deixou o colega na porta.

   — Parece que a gente se despede aqui... — Gwilym colocou as mãos no bolso e ficou olhando para o prédio, por alguma razão não conseguia encará-lo.