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*correndo pra juntar mais casal gay*
Certo eu parei skkwkskaka

•••

   Gwilym ainda estava abalado pelo término, foram quatro anos, ele não iria superar tão facilmente, estava até considerando a ideia de fazer um pedido de casamento.

   Aí ele descobriu a traição e todos os planos com ela simplesmente desapareceram.

   Estava andando até a clínica veterinária no santuário quando parou na frente do viveiro das aves, que ficou meio abandonado depois que Thomas, o funcionário responsável pela área, preferiu ensinar como sobreviver na floresta para aventureiros, Allen estava lá, e ele parecia estar conversando com um dos pássaros.

   — Acabou de chegar e está se sentindo sozinha não é? Bem vinda ao clube. — Gwilym não sabia se era certo, mas ele resolveu espiar o vice diretor, que estava conversando com a arara que tinha chegado recentemente ao viveiro. — Olha... Você vai ficar bem...

   Ele acariciou o animal com cuidado, Gwilym sabia que ele era mais ligado a área administrativa, mas ele se dava muito bem com as aves, a arara era nova e sequer estranhou Allen ou algo assim, aquela situação fez o veterinário rir um pouco.

   — Tá afim de uma castanha? — Ele se afastou do pássaro, saindo do campo de visão de Gwilym e voltando logo depois com algumas castanhas. — Eu também adoro castanhas...

   — Acho que você deveria estar trabalhando. — Lee disse querendo fazer aquilo soar como uma brincadeira, mas acabou assustando um pouco Allen. — Não, não me leve a mal... É que você é bom nisso.

    "Segunda vez que você deixa ele constrangido, boa Gwilym" Repreendeu a si mesmo mentalmente.

   — Bom?

   — Animais novos costumam a estranhar, mas ela parece tão a vontade com vontade... — Gwilym se aproximou, sorrindo ao olhar para Allen enquanto ele dava castanhas para o pássaro.

   — Eu já trabalhei com pássaros em Manchester, eu adoro... — Ele simplesmente pegou algumas castanhas que estava dando para a arara e jogou na boca. — Eu sinto que as aves me entendem.

   — Com licença... Você sabe que comeu comida de pássaro não é?

   — Castanhas são para pessoas também.

   — Eu sei... Mas sabe... Você não acha estranho estar dividindo comida com pássaros? Vai ver outros pássaros colocaram o bico aí dentro, você não sabe.

   — Não me preocupo. — Ele deu de ombros, dando mais algumas castanhas para a arara. — Ela tem nome?

   — Ainda não, a verdade é que não achamos ninguém para ficar responsável pelo viveiro de pássaros, a gente vai revezando a hora extra mas não é aquela coisa sabe...

   — Acho que eu vou ficar bem sendo vice diretor e cuidando do viveiro de pássaros.

   Ele virou de frente para Gwil, os dois se encararam, mesmo que o veterinário fosse bem mais alto.

   Não sabiam o que falar, só ficaram olhando um para o rosto do outro, cercados por alguns pássaros, embaixo de um teto de vidro, recebendo um banho de luz solar. A arara do lado de Allen começou a fazer barulho, o homem de olhos azuis olhou para ela com uma cara estranha.

   — Ela te xingou ou algo do tipo? — Gwilym brincou.

   — Não, está tudo bem. — Ele sorriu um pouco desconfortável. — Eu vou falar com Brian... Sobre... Isso dos pássaros. Você já está melhor? Sobre isso da namorada?

   — Ainda dói, não vai melhorar tão cedo... — Ele suspirou.

   — Eu sei que dói, mas não enxergo como alguém pode não ficar satisfeita em ter você como namorado, você é tão adorável...

   Os dois voltaram a se olhar, aquele silêncio estranho dominou o ambiente até Gwilym resolver quebrar o gelo.

   Só não sabia se foi uma boa ou uma má ideia.

   — Por que a gente não toma um café juntos antes de, sabe, fazermos algo de útil? — Sugeriu o veterinário.

   — Eu iria adorar. — Allen sorriu, alimentando a arara com suas últimas castanhas. — Eu volto aqui pra te ver depois, tudo bem? — O animal fez barulho em resposta.

   — Olhando assim parece que você fala mesmo com eles.

   — Vamos pegar logo aquele café.

   Os dois saíram do viveiro de pássaros, mas enquanto isso, tinha alguém correndo bem mais rápido para contar uma certa fofoca aos colegas de trabalho.

   — Vocês não vão acreditar no que eu acabei de ver. — Freddie chegou no centro de adoção, aquele era um dos raríssimos dias em que ele ia trabalhar na Amigos Dos Animais.

   Justamente nesse dia ele tinha que ver Allen e Gwilym agindo de forma tão amigável?

   — O Gwilym e o novato estavam conversando sozinhos no canteiro de pássaros.

    — Todo mundo conversa por aqui. — Roger respondeu, enquanto acariciava um dos gatos.

   — Eu ouvi ele dizer com todas as letras "mas não enxergo como alguém pode não ficar satisfeita em ter você como namorado" e ainda disse "você é tão adorável".

   — Eu sabia! — Ben deu pulinhos s apontou para o marido. — Eu estava certo! Eu estava certo! Minha intuição nunca falha.

   — O Gwilym? Namorando outro cara? Vocês não acham que estão viajando demais? — Mary questionou, colocando a ração dentro das caixas para os bichinhos que aguardavam a adoção.

   — Você disse isso quando eu falei que o Brian iria ter um namorado, e o Brian está casado, vocês tem que me ouvir mais. — Ben cruzou os braços.

   — E o que a gente pode fazer sobre isso? — Joe disse com naturalidade, mas Freddie o encarou com o famoso olhar de alguém que iria aprontar. — Essa cara...

   — Ah sim, essa cara mesmo. — Mary também olhou para ela.

   — O que você está planejando? — Roger cruzou os braços.

   — Todos aqui concordam que o Gwilym morreria de amor pelo Allen mas não falaria uma palavra já que o orgulho dele impede que ele admita que nós estávamos certos sobre ele não ser tão héterossexual assim? — Todos concordaram em uníssono. — E com isso vocês concluem que?

   — Se ele não falar que tem uma quedinha no novato quem vai se ferrar é ele por sofrer sozinho? — Joe tentou.

   — Não Darling, que nós vamos precisar dar uma ajudinha pras duas ararinhas.

   — Não seria pombinhos?

   — Eu sei Cardy B mas sabe, eles conversando com a arara do lado, ararinhas ficou muito melhor. — Freddie cruzou os braços. — Se vocês não me ajudarem eu vou empurrar um em cima do outro sozinho!

   — Isso é tão sua cara... — Roger revirou os olhos.

   — Conte com a minha ajuda, já que eu estava certo! — Ben praticamente berrou.

Meow!? Yes, Again. Onde histórias criam vida. Descubra agora