18

556 62 174
                                    

   O laboratório estava um pouco escuro, já deveria ser madrugada, e era difícil dormir ouvindo os rosnados monstruosos de Rami. Ele estava transformado, estava quase arrancando a corrente da parede, seja lá o que o 122 tivesse injetado nele, era muito forte.

   — Amor... Você consegue me ouvir? — Lucy tentava conversar com o marido, mas ele continuava rosnando e latindo, sem sucesso. — Eu não sei como, mas tudo vai dar certo...

   Ele continuava latindo e espumando, querendo arrancar a corrente da parede.

   — Eu não aguento mais. — Brian deixou sua cabeça pender sobre o ombro, olhando para o marido. — E como está Roger?

  — Aqui também está horrível. — Roger disse cansado. — Estou começando a lembrar o quanto eu odeio os laboratórios do HGL...

   — Não vai ser problema, vão acabar matando a gente. — Brian respirou fundo.

   E todos acabaram levando um susto quando os alarmes dispararam.

   — O que estava acontecendo?!

•••

    — Meninos chegamos.

   Joe e Ben acordaram, Allen estava no volante e Gwilym estava ao lado, a van estava estacionada no meio do nada, eles passaram horas dirigindo para chegar o mais rápido que podiam até Manchester, não entendiam como Allen não desmaiou de cansaço por dirigir sem nenhuma pausa.

   — Todos estão armados? — Gwilym perguntou, olhando para o revólver em sua mão. — Estou me sentindo um criminoso.

   — Prestem atenção, tem quatro homens lá dentro, provavelmente 537 e 336 estão mais para a entrada, protegendo o local, dêem tiros para derrubar, só matem se for necessário. 001 está mais a dentro no laboratório principal, e o 122... — Ele respirou fundo. — Não faço ideia sobre qual seja sua localização.

   — Acho que estamos prontos. — Ben pegou sua pistola. — Beleza... Nós da ONG somos uma família, vamos fazer pela nossa família.

   — Todos atrás de mim.

   Allen deixou suas asas e seus pés estranhos a mostra, andando na frente deles, todos mantendo o silêncio no meio da mata fechada, era estranho ver ele segurando a arma com uma asa e andando daquele jeito. Eles caminharam até Allen parar e se ajoelhar no chão, desenterrando uma portinha de ferro.

   — Esse é o menor dos laboratórios, tem poucas salas, eu não traria vocês aqui se fosse um risco muito grande... — Ele abriu a portinha, revelando uma escada. — Eu vou pular para ver se tem alguém vigiando.

   O híbrido pulou, assim que ele chegou no som, ele emitiu baixinho o som de uma arara, os rapazes desceram as escadas, acabando no que mais parecia um túnel de metal. Allen pegou a lanterna com a boca, e foi guiando os meninos até uma porta gigante de metal, com um teclado embutido.

   O híbrido digitou o código 121, e a porta se abriu, revelando um dos homens que trabalhavam no laboratório. Um homem negro, alto e forte, seu código era 336, e ele carregava um rifle.

   — 121 quem são eles? — Antes que ele pudesse ter sua pergunta respondida, Ben lhe acertou um tiro no ombro e na perna. Ele esperava que Allen falasse alguma coisa, mas ele apenas soltou a lanterna da boca e agarrou a mesma com a pata.

Meow!? Yes, Again. Onde histórias criam vida. Descubra agora