Convite ao pecado

Confirmação

Deu trabalho, mas finalmente consegui recrutar Luisa para me ajudar em minha missão de espionagem. Eu fiz um trabalho tão bom, que ela até arrastou a Júlia com a gente.

Estávamos na frente da empresa que o Tom trabalhava, meu expediente termina uma hora antes do dele, por isso tive tempo suficiente para pegar Ju no trabalho e correr para espionar meu noivo. Podem até me chamar de louca, mas qual é a mulher que nunca deu uma de espiã quando o namorado apresentou um comportamento suspeito? Hackear as redes socias, seguí-los, perguntar (discretamente) às pessoas qual é o comportamento dele na sua ausência. Enfim, coisas desse tipo. Foi exatamente isso que eu tinha acabado de dizer para minhas amigas, mas incrivelmente elas tinham opniões divididas acerca dos meus metódos para cuidar do meu relacionamento.

- Eu acho que você está certíssima. Homem é igual a criança, tem que ficar de olho, se não faz besteira. Júlia diz e quase não consegue terminar, as últimas palavras saem alternadas por gargalhadas.

- Eu não sei como fui me meter com duas malucas como vocês. - Diz Luisa, fingindo indignação.- Eu até concordei em vir, mas isso não significa que acredito nas técnicas de vocês. Só acho que a Mel precisa ver que o noivo dela é fiel e está falando a verdade.

- Pode até ser Lu, mas ele anda muito estranho, e é isso que desperta minha desconfiança. - Digo, me defendendo.

Estacionamos o carro à uma distância segura, próximo o suficiente para identificar quem deixava o prédio, mas não o bastante para sermos vistas. Continuamos conversando por mais alguns minutos, até que noto o movimento dos funcionários deixando o prédio, e para confirmar minhas suspeitas, o Tom sai de braço dado à uma loira, com cara de piriguete, que eu imagino ser a tal da Patrícia.