Convite ao pecado

Frieza

Eu fiquei tão chocada com a cena que se desenrolava diante de mim, que não soube o que fazer durante alguns segundos. Tentava imaginar a influência que isso teria em meu relacionamento, se existiria uma explicação, e até mesmo se eu continuaria com o Tom depois disso. Eu sou ciumenta, mas tento ser razoável, e o que mais prezo em um relacionamento é a honestidade, e exatamente por isso a mentira do Tom me abalou tanto. Nós estamos juntos há dois anos, ele me conhece e sabe que se eu descobrisse ficaria magoada, mas mesmo assim preferiu me enganar.

- Retiro o que eu disse.- Informa Luisa

Júlia ficou calada, tão chocada quanto eu.

"Desci do carro, atravessei a pista e fui em direção a eles.

- Oi meu amor.- Disse há alguns passos de distância deles.- Eu não sabia que você fazia trabalho externo.- Coloquei uma boa dose de ironia em cada palavra.

Tom se virou em minha direção, e seus olhos demonstravam a surpresa e o medo que ele sentia. Olhei para o lado e vi uma barra de ferro jogada, provavelmente deve ter caído de algum caminhão que descarregou na transportadora ao lado. Então sem pensar peguei a barra de ferro e fui pra cima dele com tudo."

É claro que essa parte de ir até eles e bater no Tom, era apenas minha imaginação, eu nunca faria isso de verdade, apesar de querer muito. Sou doida, mas não tanto. Eu quero ver qual será a reação dele, portanto, preciso ser paciente. Eu sei que depois vou desmoronar, mas por enquanto tenho que agir com frieza.

Liguei o carro e perguntei às meninas:

- E então, pra onde vamos?- Elas me olharam com espanto.

- Mel, você viu o que aconteceu?- Perguntou Luisa.

- É claro que eu vi.- Respondi

- E não vai fazer nada a respeito?

- Vou, mas não agora. Agora eu quero comer, estou morrendo de fome.