Desespero

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As palavras me atingiram como um soco no estômago. Não deveria ter mentido pra Mel, mas não sei o que me deu. Eu poderia usar o ciúme dela como justificativa (aliás, era exatamente isso que eu pretendia fazer), mas dentro de mim eu sabia que não foi isso que me fez inventar aquela história ridícula pra ela. A verdade mesmo, é que desde que a minha "amizade" com a Patrícia começou, eu não me sinto mais da mesma forma em relação à Mel. Eu continuo amando-a, mas o meu sentimento por ela não me impede de sentir atração pela Patrícia. E eu fiquei surpreso ao constatar que não me sentia culpado por isso, afinal a natureza masculina é assim, não havia nada que eu pudesse fazer. Essa não era a primeira vez que eu saía com a Patrícia sem a Mel saber, ultimamente tenho feito muito isso e essa situação sempre me faz lembrar uma frase que minha noiva vive repetindo pra mim: "O que a gente sente necessidade de esconder dos outros, é porque, de alguma forma, está errado." Mas eu não me importava que estivesse errado, até a Mel descobrir e tentar terminar comigo. Naquele momento me dei conta de que, se continuasse a agir daquela maneira, iria perder o amor da minha vida. Eu desmoronei no instante em que aquelas palavras foram pronunciadas, e fiquei impressionado com a força que a Mel demonstrava mesmo em situações como essa. Deixei ela falar tudo que julgou necessário, e depois de um tempo lhe disse:

- Eu vou te deixar um pouco sozinha, depois eu volto aqui e a gente conversa melhor. A única coisa que posso lhe dizer no momento, é que tem uma explicação.

Convite ao pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora