Envolvida

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Pessoal estou cada vez mais feliz e empolgada com o apoio de vcs. Cada comentário, mensagem me motiva a continuar contando esta estória. Já disse e repito: É muito bom ver carinhas novas por aqui :) não deixem de comentar o que estão achando da estória, deixem suas opiniões, sugestões, ou só um "oi" pra mostrar q está nos acompanhando. Bjssss

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Braços fortes me envolveram e por um instante eu me senti no paraíso. Como é bom ter a atenção de um cara legal. Principalmente quando esse cara é o sonho de consumo de toda mulher. Então finalmente eu entendi e concordei com as pessoas que dizem que só um novo amor pra curar o antigo. Isso significa que eu deixei de amar o Tom? Não. Ainda não. Mas significa que eu me permiti tentar. Talvez algumas pessoas me julguem por não dar um tempo antes de me relacionar com alguém novamente, mas eu estou cansada de ser certinha. Sempre fiz tudo certo na minha vida e não adiantou em nada. Guardei o meu coração, minha alegria, minha fidelidade e o pior, minha virgindade, pra alguém que não merecia, e não deu valor a nada disso quando resolveu me trocar por outra. Então, agora eu vou deixar a vida me levar.

Não amo o Pedro, mas ele conquistou um lugarzinho no meu coração. Entre tantos almoços e horas extras no trabalho, seria impossível não perceber o cara encantador que habitava aquele corpo maravilhoso. Controle seus pensamentos Melissa! Ah! Essa é a mais pura verdade, então não tenho que controlar nada. Só os impulsos de me render ao charme daquele homem. Afinal, ter decidido dar uma chance a ele não quer dizer que eu vou facilitar as coisas. Como dizem por aí, mulher boa, é mulher ruim.

- Ainda está aqui linda?- Pedro me faz voltar a realidade, sussurrando em meu ouvido com sua voz macia. Quase me fazendo derreter, mas consegui barrar o suspiro antes que ele escapasse e denunciasse meus pensamentos. Estávamos, como em muitas outras noites, fazendo hora extra em plena sexta feira. E pelo silêncio que pairava no ambiente, éramos os únicos ali.

- Não. É uma projeção astral.- Respondi, rindo.

- Eu ainda vou domar essa sua língua ferina.

- Muitos tentaram, mas ninguém conseguiu.- Disse, me levantando para disfarçar o calor que ele provocou em mim ao pronunciar aquelas palavras. O que, infelizmente, me obrigou a abrir mão do "meio" abraço.

- Mas eu consigo.

- Ah é? Como?- Desafiei.

- Assim.

Senti algo puxar meu braço e num piscar de olhos estava encostada em uma parede, imprensada por um corpo forte, e tendo minha boca invadida por lábios macios que brincavam com os meus demonstrando total segurança. Meu coração batia acelerado enquanto Pedro passava a mão pela minha nuca e puxava levemente os meus cabelos, aprofundado o beijo. Não existe nada melhor do que um homem que sabe o que está fazendo. E definitivamente, Pedro era esse homem. Tanto, que quando finalizou o beijo, me deixou sem palavras.

- Parece que eu consegui.- Disse e se retirou.

Deveria existir uma lei que proibisse um homem de sair e deixar uma mulher no estado em que eu me encontrava. Pensando bem, foi melhor ele ter saído. Do contrário, chegaríamos a um ponto que eu ainda não estou preparada pra chegar. Na verdade, depois de algum tempo, cheguei até a ficar chateada por ter deixado aquele beijo acontecer. Me precipitei. E pra piorar tudo, teria que voltar pra casa de carona com ele. Meu carro estava na oficina e sempre que eu ficava até mais tarde, Pedro me levava em casa. Fui beber um copo d'água pra ver se refrescava minhas idéias. Não funcionou.

- Já pegou suas coisas?- Me assusto com sua chegada inesperada.

- Já.- Respondo.

- Então vamos.

Seguimos em silêncio até o estacionamento. Há alguns passos do carro, Pedro se aproxima de mim e segura minha mão, me fazendo interromper os passos.

- Desculpa.

- Pelo que?

- Por ter saído daquela forma depois de te beijar. Eu sei que isso não se faz, mas eu fiquei tão surpreso com a intensidade de tudo aquilo, que precisava me afastar um pouco.

- Não se preocupe. Não fiquei chateada.- Ao notar sua aproximação, completei:- Mas isso não significa que eu quero repetir.

- Melissa eu não quero brincar com você. Já trabalho aqui há alguns meses e nesse tempo acabei ouvindo alguns comentários. Sei do que aconteceu com você e imagino o quanto deve estar machucada, fragilizada. Seu ex é um idiota que não soube valorizar o tesouro que teve nas mãos. Eu enxergo o valor que você tem. Você despertou um sentimento novo dentro de mim e por esse motivo estou disposto a esperar o tempo que for preciso pra ficar com você. - Aquelas palavras amoleceram meu coração. Eu gostaria de descobrir o quanto ele foi sincero ao dizer que esperaria o tempo que fosse necessário, mas eu nasci de 7 meses. Puxei-o pela gravata e repeti o beijo mais gostoso da minha vida. Pelo menos até aquele momento. Meu corpo esquentou, o coração disparou, e minhas pernas quase não sustentavam o meu peso. Eu nunca senti isso ou senti e coloquei a lembrança no lixinho da minha memória? Não, se eu já tivesse vivido isso, jamais esqueceria. Talvez essa intensidade revele as mudanças que se operaram em mim. Eu ficava tão preocupada em fazer tudo certo, em não decepcionar ninguém, que acabei não vivendo a vida como deveria. O sentimento novo que eu estava experimentando não era apenas por causa do beijo, mas também pela sensação de liberdade. Em todos esses anos de vida eu estive presa sem saber. Vivia refém do medo. Medo de ser julgada pelas pessoas, de não me encaixar nos padrões morais da sociedade, e até de mim mesma. Pela primeira vez, não senti a necessidade de rotular meu relacionamento com o Pedro. Não importa se vai durar ou não. O importante que eu estou envolvida com alguém, mas ainda assim estou livre e feliz. Isso me basta.

Convite ao pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora