Capítulo 4 - O Encontro com a Serpente

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No final das contas, ela estava perdida. Longe de todos aqueles que amava.

− Obrigado, professor... – disse Amelia com os olhos marejados – Obrigado por ter sido sincero comigo...

Ela ia se levantando, pensando que o professor já tinha acabado a conversa, mas Dumbledore a chamou antes disso.

− Amelia... – ela se virou para ele. Dumbledore a chamara pelo seu nome e isso de certa forma a acalentou – Você é bem vinda para terminar os seus estudos aqui em Hogwarts – disse sorrindo – Aliás, se você pretende seguir com os estudos, eu faria questão que fosse aqui.

− Eu... Posso?

− Mas é claro que sim. Apesar de... Quantos anos a senhorita tem, se não se importar?

− 17.

− Estaria começando o seu último ano... Só que infelizmente eu teria que colocá-la no quinto ano agora... Creio que sem seus NOMs, você não poderia terminar os NIEMs... Isso poderia te prejudicar de certa forma. Estamos em novembro. Penso eu que a matéria não seja problema pra você.

− De maneira alguma.

− A maioria dos alunos do quinto ano já completaram 16 anos... Acredito que eles não notariam a diferença de um ano ou dois entre vocês. A senhorita é muito bela e saudável, se me permite o elogio. Algumas boas horas de sono e estará novinha em folha – disse ele, fazendo sinal para suas olheiras. Ela riu.

O professor se sentou mais confortavelmente na cadeira e se dirigiu novamente a ela com seu conhecidíssimo tom sério.

−Já que a senhorita pretende continuar em Hogwarts, apesar de arriscado, creio que deveríamos avisar seus familiares. Estava certo sobre os Kaniff, não é mesmo? – ela assentiu – É óbvio que nem todos podem saber, mas eu conheço o Sr. Kader muito bem e sei que ele guardaria esse segredo. Afinal, de qual geração a senhorita é?

− De Kader Kaniff? – ele assentiu – 4ª geração. O Sr. Kader é meu bisavô – Dumbledore produziu um "Oh" bastante interessado.

− Eu escreverei uma carta pedindo para que ele venha aqui amanhã. Assim poderemos pensar melhor numa maneira de explicar para os outros um Kaniff aparecendo do nada.

− Professor Dumbledore?

− Sim?

− Por que está me ajudando? – perguntou séria.

− Por que eu não a ajudaria? – ele sorriu misterioso – Mas lembre-se, Amelia. Ninguém pode saber sobre isso. E você precisa tomar muito cuidado a partir de agora. Lembre-se que a linha do tempo é muito frágil. As suas ações pesam muito mais do que a de todos os outros bruxos. Você precisa pensar muito em suas escolhas, estamos entendidos? Qualquer atitude sua pode mudar drasticamente o futuro.

− Não é como se eu pudesse piorar tanto assim as coisas – disse num tom de voz que assustou Dumbledore. Aquele tom lhe era levemente familiar

− A senhorita viu muita trevas, não é? Posso ver em seus olhos... – perguntou cheio de compaixão, encarando as íris cristalinas da garota.

A expressão de Amelia mudou completamente. Ela parecia olhar para o nada. Seu olhar tornou-se frio e seus lábios formaram uma rígida linha reta. Aquela expressão só comprovava que ela não poderia estar em outra casa senão na Sonserina. Havia uma faísca no olhar da garota que deixou Dumbledore curioso. Novamente a sensação de já ter visto aquele olhar.

− O senhor não faz ideia, professor...

− Vá descansar, minha jovem – disse ele após um tempo em silêncio, fazendo-a voltar ao normal – Tenha uma boa noite. Está dispensada.

Draco Dormiens - The Dragon's BreathOnde histórias criam vida. Descubra agora