Capítulo 13 - A Traição da Serpente

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"− Riddle... – sussurrou Amelia. O garoto se virou preocupado ao ver a expressão assustada da garota – Nós não estamos sozinhos..."

No mesmo instante, algo passou ligeiro em suas costas. Eles se viraram rapidamente, erguendo suas varinhas. O vulto apareceu novamente e dessa vez eles ficaram um de costas para o outro, de guarda armada.

— Consegue ver alguma coisa? – perguntou o garoto.

— Nã...

Ela não pôde terminar. Uma criatura redonda voou em sua direção, fazendo um barulho agudo. Com os reflexos rápidos, Amelia agitou sua varinha e gritou o feitiço.

ESTUPORE!

A coisa tombou no chão. Riddle se virou assustado com o barulho e encarou a criatura caída inconsciente.

— O que diabos é isso? – indagou ele, aproximando-se para poder vê-la melhor.

A coisa arredondada tinha quatro patas semelhantes às de uma aranha com uma afiada garra na ponta. Duas ficavam onde eles julgavam ser a cabeça e as outras duas atrás. Seu couro castanho-amarelado era um pouco viscoso e nojento.

— Isso é um Abraçador de Cabeças? – perguntou retoricamente – Como eles deixam uma coisa dessas viver nessa floresta? – ele fez uma careta de nojo – Vamos embora logo!

Os bruxos se viraram para ir e outras duas daquela criatura pularam sobre eles, pegando-os de surpresa. As bestas grudaram em seus rostos e os derrubou no chão. Os bruxos tentaram a todo custo arrancá-las de suas cabeças, mas as criaturas não eram tão fracas quanto aparentavam. Suas patas agarravam com força em volta de seus crânios e se grudavam cada vez mais neles. Suas bocas ventosas e cheias de pequenos dentes afiados que ficava em sua barriga regurgitava uma substância gosmenta e fedorenta na tentativa de afogar suas vítimas. Riddle conseguiu fincar sua varinha pela lateral da besta e ela o soltou, dando um guincho de dor. Ele se levantou o mais rápido que pôde e apontou a varinha para o Agarrador.

Diffindo!

A criatura foi cortada ao meio.

O monitor olhou em volta a procura de Amelia e a viu caída no chão tentando se separar a todo custo daquela coisa. Sua varinha estava jogada ao seu lado e ela não conseguia alcançá-la. Quando viu que a garota tinha conseguido puxar um pouco a besta de seu rosto, Riddle lançou um Feitiço Flipendo contra o Agarrador, fazendo-o ser jogado para longe.

— Depressa!

O sonserino correu até ela e a ajudou a se levantar. Apressada, ela apanhou sua varinha do chão e eles começaram a correr o máximo que puderam. Eles podiam perceber inúmeros Agarradores os perseguirem sem a menor preocupação em serem ouvidos dessa vez. Riddle e Amelia lançavam feitiços contra os que se aproximavam deles ao mesmo tempo em que cuidavam para não se esbarrarem em nenhuma árvore.

Após longos minutos, a corrida passou a ser cansativa e eles já não conseguiam mais manter o ritmo de antes. Eles estavam começando a ficar exaustos e as criaturas não desistiam de tentar alcançá-los. Para a sorte deles, a mata começou a ficar mais espaçada e logo eles conseguiram enxergar a orla da floresta. Usando as últimas energias de seus corpos, eles apressaram o passo e finalmente alcançaram o gramado umedecido pelo sereno. Os bruxos só pararam quando chegaram no castelo. Um pouco mais apressados do que quando saíram, eles voltaram para as masmorras, certificando-se de que não seriam vistos, e se jogaram no sofá assim que entraram na sala comunal da Sonserina.

Eles estavam exaustos e ofegantes. Suas pernas queimavam de dor e seus peitos ardiam quando respiravam. Os sonserinos se encararam por um momento, analisando o quão maltrapilho os dois estavam, e não conseguiram evitar cair na risada.

Draco Dormiens - The Dragon's BreathOnde histórias criam vida. Descubra agora