Vida de Bandido - 𝐂𝐎𝐍𝐂𝐋𝐔𝐈𝐃𝐀

Capítulo • 06

Tzão 🔥

— Eai? – Perguntei ao careca de hoje cedo – O que aconteceu?

— Levei ela ue – Deu de ombros e eu fechei a cara,  na hora ele parou de graça – Levei ela até um hospital, acho que o velho ta doente sei lá, o nome da é Camilla.

— Camilla? Tem certeza? – o interrompi e o mesmo assentiu  – Achei que fosse Carolina.

— Não, ela me disse Camilla – Leão serve nem pra dar nomes – E só falamos isso.

— Só isso? O caminho todo?  – franzi o cenho desacreditado

— Sim, parecia tímida, quieta, com medo sei lá. Foi até difícil fazer ela aceitar a carona.

Porque geral acha coisas boas dessa guria? Ela é uma prostituta.

Era pra ser interesseira, vagabunda, piranha como todas as outras.

— Só isso? – ele confirmou e eu coloquei o dinheiro em sua mão – Não disse que eu mandei né? – ele negou – Fez bem, agora vaza.

— Jura? – Leão me olhava – colocou detetive em cima da garota? Esse não é o tzão que eu conheço.

— Só fiquei curioso Leonardo, só isso.

— Tô te estranhando.

— Por que? - arquiei as sombrancelhas

— O tzão de verdade mandaria pegar aquela mina pelos cabelos a traria aqui e perguntaria tudo oque fosse preciso, e se quisesse até comia.

— Faço isso com quem é puta, com quem merece. E elas gostam! – dei de ombros

— Coe irmão – riu – ela é prostituta!

— Não é você que disse que ela é quieta medrosa e tals?

— Impressão, não vamos fingir que ela não se vende. Que respeito ela merece tzão?

— Nenhum - olhei pro nada.

— então, pra que toda essa fissura em saber sobre ela, se que comer come se quiser ir pelo caminho difícil paga! – Leão deu de ombros.

— Não pago pra comer mulher.

— Tudo tem sua primeira vez – Levantou ajeitando o boné – Melhor do que o pagar para investigarem e derem carona a ela. – riu

— SAI DAQUI MOLEQUE! – gritei jogando uma cápsula que estava na mesa nele.

O idiota desviou e correu.

— Ta bravinho gado? – Marcola entrou.

— Outro! – bufei – cuida de tudo, eu quero ir pra casa.

Pego a chave da moto e saio arrastando dali.

Eu estou nervoso, mas não por mulher. Por aquela vadiazinha é só curiosidade. Mas é que hoje não é um dia bom.

Hoje é o aniversário de morte do meu pai, o dia em que todo o pesadelo começou trazendo todo o inferno pra dentro de mim.

Me tornando quem sou hoje, um verdadeiro demônio.

•••

As pessoas choravam e desejavam coisas boas a mim e aquela mulher, se aproximavam ao caixão de madeira e diziam coisas para o corpo pálido que ali estava.

Mas porque não disseram quando ele era vivo? Porque não foram amigos quando ele era vivo?

Cínicos!

Não lembro destas pessoas conviverem com meu pai  em vida, era sempre eu e papai contra o mundo.

Todo o tempo ela chorava como se aquilo realmente importasse a ela, como se fosse algo que doesse. Eu sabia que não, sabia que aqui era imã farsa, por dentro ela transbordava felicidade, eu podia ver em seus olhos.

Eu queria gritar, dizer oque sentia, chorar, queria tirar o meu pai dali.

Mas eu não conseguia, eu estava com ódio.

— Cinco minutos para descer o caixão – Ouvi o homem dizer.

Meu coração acelerou, apertou, o ar falhou.

Vi meus momentos com ele se tornarem pó.

Eu não podia deixar que o levassem, ele era tudo que eu tinha.

Meu corpo tremeu a perna quis falhar. Mas eu corri, corri ate aquela caixa de madeira e a abracei, finalmente conseguir chorar, pedir para que ele ficasse, conseguir mostrar minha dor.

Homens vieram levar ele de mim, eu não podia permitir.

— Soltem o meu pai – Eu pedia.

Senti suas unhas vermelhas ficarem o meu braço seu corpo colou no meu e em um sussurro no meu ouvido ela disse:

— não seja fraco Thales, ele está morto. Pare de gritar. Vamos embora daqui!

Ainda me segurando com força ela me tirou dali, de longe podia ver o caixão descendo, podia ver meu pai sendo tirado de mim.

— EU QUERO IR COM ELE, ME DEIXE IR COM ELE – gritava.

Novamente em meu ouvido ela sorriu, me dizendo que adoraria que eu fosse com ele de verdade.

Não sabe o quanto a odiei naquele momento, o quanto quis que ela morresse, que ela estivesse ali e não ele.

Aquela mulher fria, má. Aquela mulher que me odiava, e que eu odiava.

Ela era uma puta.

Eu te odeio mamãe.

•••

— As putas não valem nada – Sorri tragando o meu cigarro de maconha.

Como vocês devem ter visto na descrição esse livro é uma saga da serie "amantes do tráfico" então para entenderem esse capítulo terão de ir no outro livro "Primeira dama" e lerem. Se não quiserem ler toda obra vão especificamente no capitulo ( 2.5) que tem a explicação desse capitulo aqui.

Mas agradeço se lerem aquele livro lá tbem.

Bjos

D.k 🔥