Capítulo • 37

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Milla 🌻

Ja fazem 3 dias que eu estou aqui, se é  que minhas contas estão certas. A cada minuto que se passava eu sento mais vontade de morrer, e nem sequer a certeza que Larissa tem de que virão  nos resgatar me dá esperança mais.

Eu tenho pena dela, e de todo esse pensamento positivo que ela insite em manter na cabeça. Com toda a dor que sinto na alma só consigo ver a escuridão.

Como todos os dias eu vi ele entrar, e como todas as vezes acompanhado de diabos aleatórios. Eu sabia que começaria a tortura.

O choro arranhava minha garganta e eu ja estava fraca pra tentar revidar, então eu apenas me calei.

Com meu corpo nu jogado no chão frio, puxando ar para o pulmão em meio a pausa do meu choro, eu via ele se despir e se aproximar. Ia começar outra vez, eu não vou suportar.

— Para, já chega – Larissa tentou se meter como todas as outras vezes. Eu neguei para mesma, pois sabia que eles bastariam nela para que se calasse. E, de nada adiantaria, iria acontecer de qualquer forma.

— Por favor... – Pedi enquanto o homem subia em cima do  meu corpo – Não... Por favor em imploro, ja chega.

Sua risada veio acompanhada de uma dor aguda na minha intimidade, eu senti a dor se suas estocadas e me rendi, sem forças.

— Aaah – gemeu – implora sua vadia, implora – O homem gemia, tão  cruel. Como pode  sentir  prazer na dor do outro?

— Para, deixa ela para! – Larissa foi pra cima do homem e tudo que conseguiu foi um soca na cara que a fez cair no chão.

— IMPLORA! – Gritou dando um soca na minha cara – PEDE POR FAVOR, PEDE PRA MIM PARAR – outro soco.

— Chega... Por favor me deixa em paz – Pedia sentindo o sangue sair pelo meu nariz. – Para...

Seu gemido nojento chegou em meus ouvidos e eu senti seu liquido me invadi. Eu quis morrer.

Ele saiu se mim e me deu um tapa na cara antes de se levantar. Larissa se arrastou até mim colocando minha cabeça em seu colo.

Eu chorei agarrada em sua barriga e senti suas lágrimas cairem sobre meu ombro.

— DESGRAÇADOS! – Gritou – VOCÊS VÃO MORRER!

Os gritos  de fúria de Larissa foram a última coisa que me lembro de ter escutado antes de apagar.

Tzão 🔥

Três dias. Três dias de espera, três dias de dor, de saudades, de sensação de impotência.

Eu me sinto um merda, jogado na cama dela olhando pro teto tentando segurar o choro que já me invade pela milésima vez.

Como eu fui capaz de deixar pagarem ela? Como fui capaz de por ela em perigo? Ela já tinha a vida toda errada, sem felicidade real, e eu cheguei e piorei tudo.

Mas como ele soube dela? Eu fiz questão de manter tudo por debaixo dos panos, como ele conseguiu saber?

X9 é  claro...

Se for esse o caso, eu vou descobrir quem foi e vou  cobrar da pior forma.

Eu acabei percebendo que, sem ela aqui tudo se complica e eu acabo voltando ao passado.

Eu voltei a ter pesadelos, voltei a sonhar com o passado, voltei a usar branquinho e nesses ultimos dias nem tenho posto a cara pra fora, me trancafiei dentro do quarto dela e quando Leão veio aqui, resultou em um soco na cara. Ele deve está puto comigo, e eu também estou.

A voz dela dizendo que eu era um inútil como quando criança, parecia ecoar por todo o quarto.  E toda vez que fechava meus olhos lembrava de sua gargalhada sempre que me machucava,  dos tiros, dos sangue. Eu não podia dormir, não podia fechar os olhos, ela invadiria minhas lembranças e faria com que eu me sentisse um nada, como fazia quando criança. Mas é isso que me tornei afinal.

Grego já acordou, a última vez que o vi quase terminei de mata-lo, acabei falando da Camilla, e deixei transparecer que ela era minha  fraqueza. Mas agora, quem se importa com isso.

Quando ele se recuperar, eu vou atrás do peixe. Vou matar aquele filho da puta da pior forma.

Enquanto  ela, eu desejo que me perdoe.  E espero que ela tenha forças pra me esperar. E espero que eu tenha forças  pra encarar a culpa que eu carrego.

Meus olhos, que antes estavam vidrado no teto azul do quarto dela, agora estavam fechados enquanto as lagrimas escorriam na minha face. Os pensamentos ruins me invadiram outra vez,  mas dessa vez eu deixei eles me levarem para onde quisessem. Eu não tinha forças pra manter meus olhos abertos, longe da escuridão. Escuridão qual eu sou quando não estou com ela.

Vida de Bandido - 𝐂𝐎𝐍𝐂𝐋𝐔𝐈𝐃𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora