Capítulo 28

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Quando Sarah Campbell imaginou seus trinta anos chegando, o cenário atual de sua vida nunca sequer havia passado perto de sua imaginação.

Sarah aos cinco anos de idade era uma garota comunicativa e bastante brincalhona. Gostava de coisas simples como qualquer garotinha da idade.

No entanto, aos dez anos, seu interesse por séries policiais foi despertado. Lembrava-se com carinho as noites que assistia às escondidas as cenas que eram violentas demais para uma menina daquela idade.

Aos treze já fazia pesquisas relacionadas ao tema. E passava noites em claro lendo romances policiais. A paixão, o proibido e o perigo a atraindo como se fosse de sua natureza.

Ela chegou cogitar a prestar provas e atingir logo de início o cargo mais alto dentro da carreira. Sabia que tinha potencial para isso. No entanto, não queria dar as ordens e ficar assistindo de longe. Ela queria estar nas ruas. Queria sentir os batimentos cardíacos desenfreados, as mãos suarem e a eletricidade percorrer o corpo.

E quando imaginou seus trinta anos. Pensou que seria hora de dar as ordens. Afinal era uma mulher firme, inteligente e competente para o cargo de chefe.

Mas a realidade se mostrava muito diferente do esperado. E mais confusa do que jamais pode imaginar.

Dylan Turner estacionou o carro em frente à uma pequena casa amarela e mal cuidada.

Ela o acompanhou para dentro do local sem fazer perguntas. Não fez um ruído sequer.

– Você ficará por aqui um tempo. – Dylan disse destrancado a porta.

Ela ficaria ficaria? Por que ele não usou a palavra "Nós"? Sarah não estava gostando da ideia. Havia acabado de fugir de uma prisão domiciliar para terminar em outra?

– Como assim apenas eu vou? – Ela o encarou irritada. Dylan esperava ela entrar na casa, no entanto, Sarah permaneceu parada a porta, o encarando.

– Vamos conversar aqui dentro, ok?

Ela não se moveu.

– Sarah, por favor...

Dylan deu um passo à frente, quase colando o corpo ao dela. Como de praxe, a aproximação a afetava com sucesso. Ela abriu a boca, esperando o beijo e o toque. A abstinência dos beijos e a pele de Dylan Turner contra a sua era constante e ela não se esforçava mais para tentar esconder que o queria o tempo todo. Seria inútil, só para começar. Mas ele não fez nada. Apenas a olhava de tão perto, que Sarah podia identificar cada tom de azul que pintava a íris dos olhos dele. E Sarah estava completamente submersa neles. E inteiramente entregue.

Dylan Turner não precisou de muita persistência. Assim que Sarah inclinou mais o corpo, tentando toca-lo. Ele a puxou sem delicadeza alguma para dentro, batendo a porta com força atrás dela. Dylan abriu um sorriso forçado e passou as chaves novamente. Sarah tentou parecer que não se afetou com a repetina agressividade, mas o coração acelerou um ritmo a mais.

– Por que eu ficarei aqui sozinha?

– Você não acha que eu deveria ao menos tentar não parecer tão suspeito, Sarah!? Se eu sumir do mapa com você, estarei pintando um alvo bem no meu do peito. E Sanders tem uma ótima mira.

– Você não disse que ele já sabe que você me levou?

– Eu posso estar errado... Então eu deveria ao menos tentar tirar as suspeitas de mim. Embora eu já saiba que será uma tentativa em vão... – Dylan jogou o corpo pesadamente no sofá empoeirado da pequena sala. Ele parecia exausto. Ela também estava. – Mas tenho que tentar.

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