Capítulo 11.

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Sarah estava pronta para sair. Com as chaves em mãos, sentia o coração bater pesadamente no peito. Vestia calças jeans pretas rasgadas aos joelhos, uma bota cano médio e uma blusa regata também preta. Queria adotar um visual do qual não chamasse muita atenção, mas que também pudesse se misturar aos demais. Não sabia que tipo de pessoas encontraria ali, mas suspeitava que não seriam do tipo amigáveis.

Sarah olhou ao pulso, mas lembrou-se que tivera de dar embora seu relógio para o homem careca. Olhou no celular, eram 21:45h. Parou o carro a alguns metros do local. Talvez fosse cedo demais, pois não tinha muita movimentação. Então decidiu permanecer no carro mais um tempo. O lugar tinha um letreiro escrito Jack's Bar na cor vermelha, que ficava piscando. Tinham grandes janelas que davam para enxergar as mesas pretas espalhadas pelos cantos. O ambiente tinha a luz baixa e Sarah não conseguia diferenciar se eram homens ou mulheres dentro do local. Só podiam ver as poucas silhuetas circulando por ali. Alguns homens chegaram de moto no lugar e tinham uma aparecia tão clichê que fez Sarah revirar os olhos. Alguns vestiam jaquetas de couro, botas de verniz e calças jeans. Sarah pensou ser totalmente desnecessárias as pesadas jaquetas, afinal estava um clima bem agradável.

Seu celular começou a vibrar. O mesmo número desconhecido ligando. Ela já estava ficando irritada com aquilo. Toda vez o mesmo suspense. Toda vez o mesmo silencio.

- Escuta aqui, idiota! – Sarah atendeu resolvendo adotar outra abordagem. – Seja lá o que você quer, eu sugiro que comece a falar logo ou pare de me ligar! Já deu! Caso não saiba, sou Policial, se me irritar muito, posso rastrear essa porcaria de aparelho que você está me ligando e ir pessoalmente te fazer uma visita com as minhas algemas!

Sarah vomitou tão rápido as palavras, que quando sentiu que tinha falado tudo que queria, estava sem fôlego. Acreditava que não rastrearia de fato a ligação. Para isso teria que pedir auxílio para outras pessoas e não queria envolver ninguém nisso. Se fosse Dylan, não queria que descobrissem o paradeiro dele. Ela teria que descobrir. Ficou esperando alguma resposta. Ouviu um breve suspiro antes da ligação ser encerrada.

Talvez fosse só algum maluco que finalmente tivesse ficado intimidado por ela. Talvez fosse Derek. O cara era insistente e um pouco maluco, pensou.

Olhou novamente para o bar, que agora já tinham mais pessoas circulando. Aquilo não era uma boa ideia, Sarah tinha plena consciência disso. Mas estava ali e terminaria o que começou.

Saiu do carro e tentou transparecer confiança enquanto andava em direção ao local. Quando adentrou o bar, a música de rock antiga preencheu seus ouvidos. E Sarah se arrependeu no mesmo instante quando notou que a grande maioria do público ali era formada por homens, que olhavam para ela, uns com admiração, outros com uma carranca de quem se perguntavam "Quem é você? ", "Que diabos essa estranha está fazendo aqui?" Sarah ofegou, sentindo o rosto empalidecer. Decidiu que iria agir naturalmente, indo em direção ao bar. Sentou-se em um dos altos bancos que ficavam ali, esperando que alguém notasse sua presença.

Um homem que tinha uma longa barba que ia quase até o peito se aproximou dela do outro lado do balcão. Olhava para ela entediado, sem dizer qualquer palavra. Sarah notou que a educação não era uma das qualidades no atendimento. Pigarreou antes de tentar dizer qualquer coisa.

- Gostaria de uma dose de whisky. – Disse sem muita certeza. Sarah nunca fora fã de whisky, mas foi a única bebida que passou por sua mente.

O homem se virou sem dizer nada ainda e foi buscar o que ela pedira. Ficou se questionando como encontraria o tal de Antony, sendo que as pessoas não tinham caras amigáveis ou eram muito fãs de conversar. Ao receber a bebida, Sarah disse um "Obrigada" animado, na tentativa de fazer com que o homem dissesse qualquer palavra, mas não teve sucesso, ele apenas a ignorou. Sarah bebericou o whisky nervosamente, olhando em volta. Ficou um pouco mais tranquila quando percebeu que o lugar agora tinha mais rostos femininos do que quando chegou. Não que isso fosse de alguma forma ajuda-la, mas Sarah sentia o alerta de perigo de seu corpo disparar freneticamente estando rodeada apenas de homens. Ainda mais como aqueles.

PRESA A VOCÊ. PAUSADA.Onde histórias criam vida. Descubra agora