Capítulo 12.

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Sarah estava parada em frente a máquina de café quando Bruce Simons se aproximou dela. Desde o acontecido no estacionamento do bar, a Policial reuniu todo o cinismo em seu corpo para fingir que não se lembrava de nada. Ignorava-o com determinação, se fazendo de desentendida quando o homem tentava conversar sobre o que aconteceu. Sarah não tinha tempo para aquilo. E nem cabeça.

- Bom dia... - Ele disse parando ao seu lado, deixando-a imediatamente desconfortável.

Sarah limitou-se apenas a sorrir sem mostrar os dentes para ele. Mas Bruce insistiu.

- Estranho essa fuga do Turner, não? O safado não deixou rastros...

- Muito estranho. - Sarah concordou.

- Mais estranho ainda você não ter notado nada. Levando em consideração que você passou bastante tempo na companhia dele. - Bruce ergueu os ombros, adotando uma posição desafiadora.

- Se Dylan Turner teve inteligência para escapar sem deixar nenhum rastro, enganando a todos, não vejo o porquê seria diferente comigo. Ou você está insinuando algo, Bruce?

- Imagina! Só estranhei... Roger me disse que vocês ficaram um tempo conversando no pátio quando os detentos estavam no horário ao ar livre... Só achei que você teria mais a contribuir.

- Estou lidando com outros problemas no momento.

- Você não pediu para participar da operação, Campbell? Por que não está participando?

Sarah queria socar a cara dele. Não acreditava que aquele homem havia tocado seu corpo. Queria vomitar.

- Você está com algum problema comigo, Simons? Porque se estiver, podemos resolver de uma vez, não tenho paciência para joguinhos. Sugiro que você tome cuidado com as coisas que saem da sua boca. Você pode se dar mal. Não estou gostando nada do seu tom, aliás.

- Apenas estou curioso, Sarah. Não me interprete mal... Mas tenha um bom dia, já estou indo.

- Igualmente.

Bruce saiu deixando Sarah fervendo de ódio. E de repente, várias paranóias se instalaram na sua cabeça. E se fosse Bruce que estava ligando para ela? Teriam visto os beijos dela e de Dylan? E se fosse ele que esteve andando em frente à sua casa no escuro? Sarah se perguntou se estariam a investigando e por isso não fora convocada para nenhuma busca do paradeiro de Dylan. Estariam seguindo ela, para quando encontrasse o criminoso, os prenderem juntos? Sarah sentia o ataque de pânico começar lentamente. Suas mãos suavam frio, sua boca parecia dormente e tinha a sensação que no seu corpo não havia mais uma gota de sangue sequer. Olhou em volta como se todos ali fossem suspeitos, como se todos soubessem seu segredo sujo. Repentinamente, todos os cochichos eram sobre ela, todas as risadas ouvidas eram de escárnio para ela. Os olhares que lançavam para Sarah, eram de nojo pelo que havia feito.

O modo como Bruce falou, o jeito que a olhou, só poderia ser pelo fato dele saber tudo. Estava jogando com ela, só poderia ser isso. Estava sentado, assistindo de camarote Sarah indo atrás de Dylan. Será que a seguiram até o bar? Ela jurou que estava enlouquecendo.

Pegou sua bolsa e saiu da Delegacia sem dar satisfações a ninguém. Ligou para Nick. Enquanto esperava o mesmo atender, se questionava se ele também estava a investigando. Então se lembrou da conversa em que ele dizia que Sarah estava apaixonada. Tudo para ela soava suspeito demais naquele momento. Ninguém era digno de confiança. Sarah estava perdida. Não sabia o que pensar ou fazer. Qual seria o próximo passo? Deveria parar de procura-lo para salvar seu emprego e tudo que conquistara? Mas infelizmente, para sua mente e coração, essas razões pareciam pequenas demais agora. Sua casa já não a acolhia como antes, seu trabalho já não lhe proporcionava o mesmo estado de felicidade e plenitude de antes. Tudo parecia vazio demais. Sem sentido demais.

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