Stirling II

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No dia seguinte, levantamo-nos cedo e dirigimo-nos ao Castelo onde  existe uma imponente estátua de Robert the Bruce, ao longe avista-se o monumento de Wallace onde tínhamos estado ontem, estes dois heróis voltados um para o outro como guardiões da cidade, uma paisagem linda, realmente os campos da Escócia não tinham comparação, demos as mãos e passeamos por ali visitando todas as salas. Sam explicou-me:
-Sabes, foi aqui coroada a Rainha Maria da Escócia, uma mulher valente com um triste fim, ficou sem cabeça a mando da sua meia irmã Elizabeth, uma Solteirona demente.
-Hum, não digas isso perto do príncipe Charles.
-É, não posso claro, mas os ingleses foram sempre muito ruins para o povo escocês que não queria mais nada que a sua independência, mas o poder militar é tudo nesta vida. – caminhamos pelo grande salão onde estavam várias peças de madeira penduradas, Sam disse que eram peças decorativas do tecto do palácio que desabou e foram levadas para ali e outras para o National Museum of Scotland em Edimburgo. Visitamos a capela Real envoltos num silêncio absoluto e saímos para os jardins lindos, imensos de um verde vivo. Muito bonito.
-Não me importaria de viver na Escócia. – Assim que o disse arrependi-me. – quer dizer, se pensasse algum dia mudar, isto é se não tivesse já pensado em ir viver para Portugal. – falei envergonhada, não queria de forma alguma que o comentário levasse a segundas intenções.
-Hum, bom saber. Seria então levado em consideração algum dia por um acaso, viveres na Escócia?
-Por um acaso, sim com certeza que muita gente depois de visitar este país pensa nisso. E olhava à minha volta sem o encarar.
-Sim, com certeza muita gente faz isso. – e  riu-se.
-Estás a gozar comigo, Heughan? Por acaso disse alguma coisa engraçada? É que não dei por isso, fiz um comentário deveras agradável sobre o teu país no mínimo podias agradecer. – e  virei-me para o outro lado. Aproximou-se de mim e abraçou-me por trás rodeando-me a cintura deu-me um beijo na nuca.
-Seria uma honra, para este escocês que esta  portuguesa fizesse tal mudança na sua vida. Farias? – ah deus, misericórdia, que se ele não estivesse a abraçar-me com tanta força teria desfalecido ali aos seus pés.
-O que me estás a pedir Sam? – e virei-me nos seus braços.
-Acho que te estou a pedir que vivas comigo. Sei que é drástico para a tua vida, mas eu não gostaria de continuar a namorar com uma distância de seiscentos e tal km, passar noites e dias inteiros sem ti. Se não puder ser de outra forma, tudo bem, vamos solucionando, mas gostaria que pudesses equacionar essa hipótese.
-Ah Sam, a vontade de te dizer já que sim supera-me, mas há tanta coisa, depois do Japão tinha projetos em Portugal claro que não me queria desligar da Royal mas, estava mesmo a pensar passar mais tempo no meu país.
-Estive a ler uma entrevista tua antiga, em que dizias que o teu país era o mundo. Sei que o contexto era diferente mas animou-me quando li.
- ahahaha - dei uma risada nervosa - e era assim que pensava mas, não sei já, se é assim que me sinto. Mas vou pensar com muito carinho. É uma proposta para valer? - Ajoelhou uma perna e  aos meus pés disse_me:
- Helena minha vida, queres ser a copartner dos meus sonhos? É que eu quero muito ser o dos teus. Queres casar comigo? -por falta de força nas pernas e emocionada ajoelhei-me com ele e beijei-o : - Sam coração, quero, quero muito, esperas que eu resolva a minha vida? Se esperares, eu virei contigo viver na tua casa, o que sou posso sê- lo em qualquer lugar, mas tenho de resolver algumas coisas, esperas por mim?
-Até à eternidade!

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