Levantei-me cedo e depois de um duche e comer qualquer coisa, fui para o teatro era uma sala espetacular com uma ótima acústica, não tive tempo de ir ter com os amigos, familiares nem com Sam, já me tinha ligado a dizer que tinham chegado, disse-lhe que só os conseguiria ver à noite ia ter com eles ao hotel, não conseguiram ficar todos juntos mas pelas palavras de Sam encontraram-se todos para umas bebidas à meia tarde, disse que adoraram a minha família e que Sofia estava em êxtase total. Depois de uma tarde de ensaios, Nemiah disse-me que seria melhor pararmos, e irmos descansar que deveríamos ficar o dia de amanhã com a família, e no sábado iríamos então ultimar os costumes a utilizar e só iríamos embora do teatro no fim de tudo. Haveria uma pequena receção, na casa de Tetsya “Teddy”, a partir da uma da manhã, por isso deveríamos descansar. Concordei com ele e daí a chegar ao hotel foi um pulo, entrei no quarto e Sam estava só, deitado no sofá com um livro aberto sob o peito totalmente relaxado, tive inveja daquela calma, fui tomar um duche para me sentir igual.
-Oi, Cinderela chegaste? – Sam assomou-se ao poliban
- Oi meu primeiro cavaleiro. – sorri-lhe.
- Queres comer alguma coisa?
- Não, obrigada quero deitar-me, só.
- OK. – ele não tinha culpa de eu estar tão cansada que não me apetecia nada, estava um pouco nervosa, inquieta.
- Sam. – ele já ia a sair
-Hum?
-Volta aqui, amor. – e chegou abri a porta do poliban e preguei-lhe um beijo, - ainda bem que estás aqui, Obrigada. Vou já ter contigo ok?
- OK. – e deu-me aquele sorriso charmoso, com um arrebitar de nariz. Fofo.
Acabei de me enxugar no quarto ele já estava deitado de boxers a olhar para mim, virou-se de lado para me observar melhor, passei creme no corpo, muito lentamente não deixando nenhum ponto ao acaso, sentei-me na cama passei-lhe o frasco – pões nas minhas costas, por favor? – e ele passou, massageando os meus músculos do pescoço às laterais do meu corpo, como que desatando laços pelo caminho, sentia-me tão bem, tão relaxada.
-Deita-te de bruços, vá lá, sabes que sei fazer massagens? O Valbo foi uma das primeiras coisas que me ensinou para relaxar o corpo deita-te e aprecia – e foi tão bom passou o creme, relaxando os músculos de todo o meu corpo, virou-me fez o mesmo com a parte da frente, uma coisa tão boa, não era tesão, era mesmo relaxamento. Quase que me deixei dormir de tão descansada que fiquei, vesti umas cuecas e deitei-me, e ele aconchegou-se atrás de mim abraçando-me e dormimos sem mais palavras. Sexta quando acordei sentia-me bem melhor, Sam estava ali a olhar para mim.
-Bom dia, estás melhor? Estavas muito cansada ontem à noite.
-Estava, foi um dia estenuante, muito trabalho, muitos ensaios. Mas hoje tenho o dia, disse-lhe agarrando-o e metendo as minhas pernas entre as dele.
-Hum e nós aqui com tanta gente. Podíamos dizer que hoje a estrela estás com os humores em baixo e não quer ver ninguém – riu-se. E eu cheguei-me mais a ele suspirando no seu pescoço.
-Hummmm uma ideia maravilhosa. -? Disse enquanto dava pequenos beijos no seu pescoço e sentia as costas dele retesarem-se.
-Lena, não vais sentir falta? Perguntou baixinho – olhei para ele.
- Dos espectáculos? - pensei, - Bem, dançar é uma paixão que não acaba, mas tenho de conhecer os meus limites físicos. Estou numa fase em que aprecio mais a música e quero passar aos bailarinos mais jovens a minha experiência, também é gratificante ver que estou a deixar de mim, neles. Por isso não, não vou sentir falta. Sentiria falta de ti se desaparecesses da minha vida, isso sim, porque tu sim, - e olhei-o nos olhos- Sam és tudo para mim sem ti não há música.
- Bem que podias fazer páreo com Jaimie Fraser, se ele é o rei dos homens pelas palavras que diz a Claire, tu és a rainha das mulheres por tudo o que me dizes. – sorriu e beijou-me. Aquele beijo incendiou-me, as mãos dele queimavam a minha pele, parecia uma harpa nas suas mãos de tanto que vibrava, - Ah Sam, minha vida, tu és a minha pessoa especial, a que me faz bem, tomas conta de mim, amo-te tanto – e fui ao paraíso e voltei nas asas de um anjo, e tornei a voar, qual fénix, mas este sol não me queimou apenas me aqueceu e deu-me mais forças para continuar a minha viagem.
Foi um dia animado, fomos ter com a família, com os amigos de Outlander e senti-me agradecida à vida por tudo o que me deu.
Sábado! Estava bem disposta, um pouco eléctrica antes de ir para o teatro sentei-me no colo de Sam: - quando chegares vais ter comigo aos bastidores ok? Quero ver-te antes, sim? - Ele concordou. Fui e quando cheguei Nemiah já estava a provar os fatos, estava lindo, como sempre, fui para o meu camarim fazer o mesmo com a ajuda das costureiras, das designers, maquiadoras, passou num instante a tarde, comemos uma coisa leve ali mesmo num buffet preparado no camarim e estávamos a praticar exercícios de respiração, quando bateram à porta.
-Entre. – Era Sam, espreitou pela porta mas encolheu-se quando viu Nemiah, - entra Sam, e apresentei-o – Nemiah este é Sam o meu noivo escocês.
-Tens outro de outra nacionalidade? @- brincou Sam. Estava lindo, de terno e laçarote, cumprimentaram-se e Nemiah disse:
-É um prazer Sam, finalmente conheçemo-nos, fico feliz pelo vosso noivado, tens aqui uma pérola de pessoa. – sorriram um para o outro – bem deixo-vos, temos meia hora querida, estou à tua espera no palco – e beijou-me a face. Antes de sair ainda me dise: - Helena, vai à merda.
-Tu também, querido vai à merda. E foi embora, fechando a porta.
-Vai à merda? Já ouvi parte uma perna, mas vai à merda?, essa é nova. – disse, Sam.
- É, nós aqui dizemos isso hà outra palavra, o desejar boa... hum hum, não se diz no dia do espectáculo traz hum hum.. Percebes? – riu-se imenso.
-Dá aqui um jeito no meu laço continua torto, e eu quero estar perfeito.
Mexi-lhe no laço, mas olhei para ele e disse-lhe: - Sabes, o laço torto é bonito, no Renascimento usava-se assim também, com essa pequena assimetria, chamavam-lhe “sprezzatura “, as coisas imperfeitas tornam as coisas mais perfeitas, fica assim estás divino. Vais esperar por mim?
- Sempre! - Deu-me um beijo nos lábios e ia a sair quando se voltou e me disse: - Lena.
- Hum? – perguntei?
- Vai à merda. – e sorriu para mim.
Foi uma hora e meia de espectáculo com pequenos intervalos apenas para mudarmos de figurinos, notamos que as pessoas estavam extasiadas, uma das vezes olhei para Sam, para a minha família, Ana, na fila da frente junto a ele e pensei que este não seria mesmo o último show da minha vida. Teria muito ainda para dar e para viver. Acabou numa apoteose de aplausos, fomos ovacionados de pé, várias vezes tivemos de voltar ao palco. Foi lindo, na última vez que lá fomos Nemiah beijou-me a mão e disse baixinho - espera aí, - fiquei no palco sozinha ao som da peça, ele não demorou e vinha acompanhado de Tetsya, traziam um grande ramalhete de flores campestres, e rosas vermelhas e um envelope que me entregaram, na sala fez-se silêncio, abri o envelope e levei uma mão à boca conforme lia o conteúdo e chorei, chorei tanto de alegria, quando ouvi Ana gritar: - Conta, o que é? – Mas eu não conseguia falar, então Nemiah fez as honras da casa, e contou: Amigos, e admirável público, sem Helena saber Tetsya e eu, indicamos há coisa de seis meses a nossa Primma Ballerina para o prémio Internacional "Benois de lá Dance" , os nossos Óscares como tão bem sabem, pela sua actuação o ano passado no espectáculo em Nova York do “O Lago dos Cisnes “de acordo com a a academia resolvemos fazer segredo do vencedor do prémio até hoje, virou-se para mim ajoelhou uma perna, pegou-me na mão depositou ali um pequeno beijo – esse óscar é para ti Ballerina e é com muito gosto e muita admiração que te o entrego. – Chorei, agarrada a minha boca e à mão de Nemiah. Colocaram um pequeno palanque com micro e pediram-me um discurso.
- Não tenho palavras suficientes para agradecer Nemiah, tu que me deste tanto a tua amizade e o teu profissionalismo e quero que saibas que não haveria nenhum outro no nosso meio que pudesse partilhar comigo este meu último bailado, obrigada. Também obrigada à academia e a ti Tetsya, receber um prémio destes das tua mãos é um sonho cumprido. Obrigada à família, meu porto seguro, Ana a minha primma Ballerina, és grande e serás maior ainda. Por fim e não menos importante, quero agradecer ao homem que me ama sem condições, à minha pessoa especial, ao que entrou na minha vida num momento e situação inusitada, muitas vezes não entendemos nem o motivo porque essa pessoa surgiu, ou porque é que ficou, ela vem fica e toma conta de nós, faz-nos bem, e quando damos por nós estamos entregues à melhor coisa da vida, o amor, obrigada minha vida, Sam Heughan! E olhamo-nos fazendo ali a promessa de uma vida feliz!Fim!
Olá, alonguei-me nesta história? Provavelmente, tenho sempre muitas palavras para dizer, lol, por isso é que decidi experimentar esta forma de extrapolar palavras, frases, pensar alto. Esta história não é a história comum de Sam e Cait… é diferente quis dar uma oportunidade a um casal diferente. Poderia ser eu ou qualquer uma de nós… seria bom… sonhar não faz mal… Espero que gostem. Digam qualquer coisa. Mesmo que não gostem todas as criticas serão bem recebidas. Se houver erros peço desculpa por eles.. Bem hajam!!!
Nelly
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A vida numa dança
RomansaHelena, bailarina profissional em Inglaterra e em fim de carreira por opção. Sam, escocês ator em ascenção, encontram-se nas voltas da vida e tentam superar distâncias, tempo, e conversas exteriores. Manter tudo controlado não é fácil, aceitar as vi...