Porto Covo

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Fomos pela auto estrada, depois na volta viriamos mais cedo e  por uma estrada nacional para observarmos a paisagem.
- Não sei, mas estou um bocadinho nervoso, sabes se Outlander passa aqui?
-Sim passa, acho que está até mais adiantado que na América, já lançaram a quarta temporada., pelo que Sofia me disse. Mas é com isso que estás nervoso?
-Sei lá, tens visto a reação das mulheres, será que há por aqui o mesmo atrofio? – tive de me rir.
- Sam, estás com medo que alguma das minhas irmãs, seja louca varrida? E se atire para cima de ti? - Gargalhei
- Não, quer dizer, não vai acontecer nada do género pois não?
-Ah Sam, - e agarrei-o pelo pescoço, dei-lhe um beijo na face – não,  fica descansado, mas se alguém tentar eu caio-lhes em cima, não vou deixar comerem o meu docinho.
- Mantém-te perto de mim, por favor.
Chegamos à minha linda terra azul, como eu costumava dizer, já cheirava a mar, ali havia sempre um cheiro característico de mar diferente dos outros sítios, era fresco e quente ao mesmo tempo. Era limpo, fui-lhe dando as direções, a casa era um pouco fora da vila.
- Meu Deus Lena, que terra linda, tudo tão bonito e arrumadinho, as casas são todas azuis e brancas?
- Sim, é a cor do Alentejo, seja aqui ou no interior, são brancas e azuis ou brancas e amarelas , agora já se vêem umas cor de rosa por aí mas são muito poucas, são lindas não são?
-Parecem postais. – e lá fomos admirando aquela paisagem  idílica.
Subimos por uma estrada de terra e ao cimo estava a casa. Dali via-se o mar na sua plenitude até à linha do horizonte.
-Esta é a minha casa, Sam. O meu paraíso. Os meus irmãos moram na vila e em outra aqui perto Vila Nova de Mil Fontes, que também é linda, mas esta é a minha casa.
-Lena, uau, deixaste muito por dizer quando falaste na tua casa. Amei, e abraçou-me, virando-me para ele beijou-me – consigo ver-nos aqui, sabes, aliás quero ver-nos aqui muitas vezes, com um filho ou dois e beijou-me para me calar e deixei-me estar naquela casa que eram os seu braços. Sam estava deveras admirado com a paisagem, abrindo as narinas aspirou aquele cheiro da maresia
Olhei para o lado e lá estavam eles. E veio a algazarra total, estavam todos ali, Rodrigo, Antónia, Américo, Alice e a minha querida Sofia, beijei-os a todos carregada de saudades, ele foi beijos e abraços e perguntas e como estás? E estás tão magra, há quanto tempo não comes uma açorda? Imaginei que para os ouvidos de Sam era apenas uma cacofonia desgraçada, olhei para ele entre os braços dos meus irmãos e estava com um sorriso no rosto, depois de todos os carinhos, dirigi-me a ele peguei-lhe na mão e apresentei-o.
-Família, este é o meu noivo – mostrando o anel, as meninas correram a agarrar-me na mão, olhando do anel para Sam e vice versa com muitos “ohs” que coisa tão linda, não sabia bem se se estavam a referir ao anel ou a Sam. – Sam Heughan,- ele estendeu-lhes a mão, mas à boa maneira portuguesa as meninas puxaram-no e beijaram-no no rosto, e os meninos bem mais comedidos apertaram-lhe a mão dizendo em inglês que entrássemos e que era um prazer conhecê-lo e lá fomos Rodrigo ficou para trás com Américo a retirarem as malas do carro, Sam também voltou atrás para os ajudar, Alice virou-se para mim- Lena ele é lindo, mana que homem bonito.
- Bem queria-vos pedir que se pudessem falassem o menos português possível, Sam não entende nada pode ficar constrangido, mas de resto tratem-no normalmente por favor, Sofia, hum?
- Eu, porquê eu? Ainda nem disse nada. – Estávamos todas a olhar para ela.
-Ah Sofia és a única que vê a série, sabemos como estás apanhada.- disse Antónia.
-Ah, mas vou-me portar bem, Lena juro. Só queria saber algumas coisinhas, uns spoilerzitos nada demais.
-Não. – disse-lhe – não vais perguntar nada até porque ele não pode falar sobre nada.
- Mas era só para saber como é que ele está lá no presente de Claire? , como é que ele é fantasma? , se viajou no tempo ou se estava morto? – Olhei para ela, com a minha melhor cara de zangada.
- Não, Sofia promete-me, não vais falar da série. Por favor. Senão vou-me embora.
-Ela não vai falar nada! – disse Alice - chega de seres parva , ok Sofia?
-OK juro. OK…  vou morrer de curiosidade mas,  ok não vou falar na série, só se ele falar.
- Sofia!!!! – dissemos em uníssono. Entrámos já tínhamos um lanchinho preparado com perceves, amêijoas à bulhão pato, ostras, muita cerveja Sagres (Ah que saudades), no pátio das traseiras , a casa estava limpa,arejada, dali via o grande lilás e os aloendros que perfumavam as noites, a relva aparada, a piscina que era o espelho de um lindo céu azul, a varanda circundava a  casa e em cada canto flores, bancos, com almofadas, redes dispostas lado a lado e ali uma grande mesa com bancos corridos, a pensar nos famosos almoços e lanches da família.
-obrigada, manos por terem tudo arranjado. São lindos os meus manos e manas.
-Querida, não penses nisso, olha o Américo e a Carla estão a preparar uma almoçarada para o próximo Sábado, vais até lá com Sam, certo? Os miúdos vão tentar vir para fazermos uma festinha, é pena que Ana não possa estar, mas enfim tem de ser,  podemos contar convosco, não é ? – perguntou Alice.
-Mana querida, nem que me amarrassem de mãos e pés, claro que sim, conta connosco . Bem vamos lá ver dos homens, já devem ter infernizado Sam que chegasse. – rindo lá fomos ver deles.

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