Capítulo 4

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- Quem era aquela? - foi a primeira coisa que John perguntou quando abri a porta. Seu sorriso com covinhas tinha sumido, e ele estava bravo o suficiente para quebrar a garrafa de vodka em suas mãos. - Quem era, Neithan?

Quis bufar por um momento, por John bêbado achar que tínhamos alguma relação, sendo que com consciência ele preferia a morte do que ter uma relação comigo. É impressionante como perdemos o sentindo quando estamos bêbados, não é mesmo? E John tem que parar de beber tanto, eu não posso simplesmente suportar isso todos as noites.

- Ela é apenas minha irmã, John.

Ele franziu a testa, e em seguida soltou aquela risada estranha por causa da bebedeira.

- Me desculpe, Neithan. - disse, ainda rindo, e entrou para dentro. - Eu sei que sou muito ciumento, mas eu tenho tanto medo de te perder.

Dito aquilo, ele deixou a garrafa de vodka sobre o chão e me puxou pela cintura, fazendo nossos corpos colarem. Então, despejou um beijo delicado no meu nariz.

- Promete que nunca vai embora da minha vida? - perguntou, já me puxando para um abraço dramático, o qual eu correspondi.

- Prometo. - menti, querendo revirar os olhos.

Mesmo não conseguindo ver seu rosto, o senti sorrir pelas minhas costas.

- Sabia que eu te amo, bebê? - perguntou, afastando-se do abraço dramático.

Não quis responder a aquela pergunta de novo, então, ele me puxou para meu quarto como fizera na noite passada. Porém, quando chegamos, ele bateu a porta com tanta força que temi dos meus pais terem acordado com o barulho. Em seguida, ele me jogou na cama bruscamente, ficando em cima de mim e me prendendo pelos braços. Seus olhos azuis estavam famintos como ontem.
Ele ameaçou me beijar com seus lábios sabor de mel, mas me afastei, sabe-se Deus como!

- Bebê? - chamou por mim, com os olhos cheios de lágrimas.

- De novo não, John.

- Tudo bem - falou e passou a mão pelo cabelo. - Só me dá um beijinho?

- Não!

- Por que parece que você está me evitando, bebê?

- Não estou te evitando.

- Eu fiz algo errado?

- Não.

- Então venha aqui!

Obedeci, me sentindo um idiota. Quando me aproximei, ele envolveu seus braços sobre a minha cintura, e seu lábio sabor de mel, deu um selinho no meu.

- Já disse que eu te amo?

Apenas assenti com a cabeça, querendo bufar.

- E você me ama também, né?

Não!, respondi mentalmente.

- Vamos dormir. - falei, me jogando contra o colchão da cama, e ele fez o mesmo.

John se ajeitou na mesma posição de ontem. Deitou sua cabeça no meu peito coberto e agarrou minha cintura, fazendo nossos corpos ficarem colados, e pra ele ainda não estávamos próximos o suficiente.

- Não pode me evitar - falou fazendo um beicinho nos lábios. John parecia uma criança fazendo birra. - Você está fazendo algum tipo de greve?

- Greve? - perguntei confuso. - Que tipo de greve?

- Greve de sexo, bobinho.

Minhas bochechas queimaram como se estivessem de baixo do sol quente. Fiquei em silêncio, esperando que John continuasse a falar, e ele falou:

- Ontem a noite você me evitou, e hoje está fazendo o mesmo.

- Então você se lembra de ontem a noite?

- Claro que me lembro, por que não lembraria?

- Mas na escola... me empurraram e... - fui interrompido por John, que tirou a cabeça do meu peito para pode me encarar.

- Quem está mexendo com você na escola?

- N-ninguém.

- Quem está mexendo com você na escola? - repetiu a pergunta, com irritação na voz. - Eu quero nomes. Ele vão se ver comigo! Com o meu bebê ninguém mexe!

Tive que matar a risada, que subia pela minha garganta e queria sair pelo meu lábio. Era engraçado o fato de que John iria se ver consigo mesmo, e com os melhores amigos.

- John, vamos dormir. - falei, para mudar de assunto.

- Tudo bem, mas amanhã vou descobrir quem está fazendo essas palhaçadas com você. - disse, e deitou a cabeça em meu peito de novo.

Ele adormeceu rapidamente como na noite passada, e sua respiração indicava que ele estava em um sono profundo, já que estava bêbado.

Agora chega a hora que eu deveria chamar a minha irmã, porém, deixei minhas mãos irem para seus cabelos loiros e comecei a fazer carinho naquela região. Ele sorriu, fazendo-me querer saber com o que ele sonhava. Passado um tempo, tive que segurar meus desejos de continuar ali naquela posição e adormecer juntamente com ele, e, sai da cama com cuidado para não acorda-ló e chamar minha irmã.

Quando Eva foi embora com ele nos braços, peguei a garrafa de Vodka quase vazia que John havia deixado no chão da sala e resolvi por beber o resto, ficando levemente bêbado, já que eu não era muito forte para bebidas. Só depois disso que fui dormir, e o pior de ir dormir, é que o cheiro de John misturado com o cheiro de álcool já havia grudado da minha cama, o que só me fez desejar-ló mais comigo, o que era realmente um pecado, já que ele havia uma namorada, e só dizia aquelas coisas por estar bêbado.

"Não, bebê, eu terminei com ela." Foi o que ele disse, e eu queria que fosse verdade, como os "eu te amo".

Bêbado, pensei. Só está bêbado de mais, Neithan, não caia nessa.

Mas eu cai, e cai feio de cara com o amor que eu nunca deveria sentir.

. . .

No dia seguinte, John estava lá, com a cabeça aprofundada no seu armário. Seus olhos azuis estavam cansados, e ele colocava a mão sobre a testa, certamente estava com dor de cabeça por conta da ressaca.
Então, sua namorada apareceu, o abraçando, e eu apenas abaixei o rosto. Estava irritado comigo mesmo por quase ter acreditado em um bêbado.

Estava de saída, já o sinal bateria para a aula de geografia, mas um grito feminino tomou conta do corredor, que, não chamou apenas minha atenção, mas como a atenção de todos ali.

- Eu já disse que acabo! - exclamou John, irritado como nunca, e mesmo o vendo queimar de raiva, meu peito parecia ter sido livrado de um enorme peso.

Então eles haviam realmente terminado?

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