Capítulo 5

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Sim, John havia terminado, John não mentiu para mim ontem, e agora fico me perguntando se os "eu te amo" que ele deu ambas as noites, também não eram mentiras como eu pensava.

Ele e agora sua atual ex, haviam tido uma discussão feia no corredor. A briga só tomou fim quando o sinal bateu.
John havia deixado bem claro que eles nunca mais iria acontecer, já ela, preferia persistir em um amor que não tinha amor nenhum. E, além disso, vi um John distante de seus amigos. Gostaria de saber o que se passa na cabeça dele, e também, se algum dia ele voltaria para minha casa sem estar bêbado.

- Você está bem, John? - perguntei, aproximando-me do seu armário.

Aproveitei meus pequenos segundos de coragem para perguntar algo simples que podia me fazer voltar para casa machucado - fisicamente e/ou psicologicamente.

Apesar dele ter fechado a cara ao me ver, suas bochechas tomaram um tom avermelhado, provavelmente ele estava vermelho de raiva apenas por me ver.
E quem diria que noites passadas ele disse que me amava.

- Eu estava muito bem, até você chegar veadinho.

Dito aquilo, ele passou a mão da cabeça e gemeu um pouco, eu sabia que era a ressaca.
Aproveitei mais uma vez da minha pequena coragem e peguei um remédio para dor de cabeça.

- Pra sua ressaca. - falei, entregando o remédio e ele pegou.

- Como sabe que estou de ressaca?

- É... é meio óbvio, não?

- Como vou saber se isso aqui não é algum tipo de poção do amor, hm? - perguntou convencido. - Eu sei que sou irresistível, até para um veadinho como você, Neithan.

Revirei os olhos, sendo que quem estava apaixonado era ele - pelo menos quando ficava bêbado.

- Gay eu sou, mas não significa que eu gosto de um idiota como você, e, além disso, poção do amor não existi, isso aqui não é um conto de fadas.

Dito aquilo, me retirei um pouco irritado, e fui para casa, torcendo para que John não aparecesse.

. . .

"Obrigado pelo remédio, veadinho."
Foi a mensagem que recebi de John ao chegar em casa, cuja mensagem não me dei o trabalho de responder.

Agora eu estava deitado a cama esperando que minha irmã chegasse do trabalho. Provavelmente ela estava fazendo hora extra de novo, já que está tarde demais.

Meu celular começou a vibrar do meu lado, e apenas atendi, sem ver quem era que me ligava a essas horas.

- Alô?

- Neithan!

- John?

- Tudo bem meu bebê?

Pela sua voz, e o jeito que ele falava comigo, já sabia que ele estava bêbado. Pelo menos não apareceu em casa.

- Acho que sim. - respondi.

- Por que acha? Aconteceu alguma coisa?

Irônico, o problema perguntando qual é o problema.

- Não.

- Você poderia abrir a porta para mim?

- Fala sério, John!

- Eu sei, parei de tacar coisas na sua varanda com medo de te machucar. - falou, e fez uma pequena pausa. - Estou vendo sua irmã, ela abre a porta para mim, já te vejo bebê!

Antes que eu pudesse dizer algo contra a minha defesa, ele desligou, me fazendo tê-lo que suporta-ló mais uma noite. E quantas noites vou ter que suporta-ló?

- Neithan! - sua voz quebrou o silêncio do meu quarto.

John pulou na cama, e me deu seu famoso abraço dramático, como se não me visse a anos.

Ele cheirava a álcool, e a cigarro também. Então além de se embebedar ele também fumava?

Ele encheu meu rosto de beijos, até seu lábio sabor de mel tocar no meu, e parar por lá, com um beijo cheio de desejo e amor.
Eu tenho que admitir que, seus beijos me deixam louco.

- Eu te amo, bebê. - disse, e começou acariciar meu cabelo com a mão direita. - Será que hoje nós podemos transar?

Sua mão que estava no meu cabelo, ele deixou descer para massagear minha ereção que estava ainda dentro da calça, me fazendo gemer.

- John... hmm... não...

- Por favor! - implorou, sem parar de massagear minha ereção. - Eu vou ser cuidadoso, só quero sentir seu corpo de novo.

Nunca transamos, John!, respondi mentalmente.

- John, para, eu não quero, outro dia, por favor.

- Tudo bem. - disse e se deitou em cima de mim. - Faz carinho?

Não respondi, apenas obedeci, acariciando seu cabelo loiro com as duas mãos.
Seu cabelo era macio, percebi isso desde ontem, quando resolvi acariciar seu cabelo por vontade própria.
É macio o suficiente para me fazer não querer parar de tocar.

- Eu te amo.

- Você não acha que diz isso demais?

- Não. - respondeu, e abraçou-me. - Eu te amo, Neithan.

. . .

Já fazia um tempo que John não aparecia mais bêbado em casa, certamente havia parado de se embebedar, ou talvez estivesse invadido a casa de outra pessoa durante à noite, mas isso não importa, agradeço muito que ele tenha parado de perturbar.

Será mesmo que você está agradecido, Neithan?, pensei, e em seguida balancei a cabeça para lá e para cá. É claro que eu estava agradecido, quem gostaria que um bêbado aparecesse em sua casa dizendo que te ama? Mesmo que John seja o garoto mais lindo que já conheci.

De qualquer forma, também já fazia um tempo que me sentia sozinho. Minha irmã realizou seu sonho, e saiu de casa, agora está morando em um apartamento não muito longe daqui. É claro que fico feliz por ela, mas ela faz uma grande falta, era a única pessoa com quem eu poderia contar, e, mesmo que Eva tenha dito que eu poderia ir lá quando quisesse - até mesmo me deu uma cópia de chave -, eu não queria incomodar, eu conheço ela muito bem pra saber como ela é esforçada, fazendo faculdade de manhã, e trabalhando com algo que ela nem ao menos gosta. Eva quer ser psicóloga, não é atoa que estuda psicologia, e também não é atoa que estou sempre desabafando com ela. Mas o bom de trabalhar em uma biblioteca, é o silêncio, e os livros que ela pode ler totalmente de graça.

Sim, eu sinto muita falta da minha irmã, porém, eu tenho que admitir que talvez sinto falta daquele John bêbado, de baixo da minha varanda, me dizendo que me ama. Me ama.

É, talvez eu não esteja tão agradecido!, pensei, e sai da varanda, indo me deitar e dormir em paz, não gosto quando John toma conta da minha cabeça.

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