Capítulo 2

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Seu lábio era doce, doce como mel. O mundo parecia ter parado por um momento. Uma sensação ótima tomava conta do meu corpo.
Sua língua encostou no meu lábio, pedindo permissão para entrar, e eu me rendi a ele, deixando que sua língua invadisse. Ele explorava cada parte da minha boca, até se encontrar com a minha língua também. Elas pareciam dançar uma valsa perfeita juntas.
Naquele momento, nem mesmo o cheiro horrível de bebida poderia me separar dele. Apenas a falta de ar, que venceu depois de minutos, e fomos obrigados a nos separar.

Recuperando meu fôlego, vi que John me prendia, seus olhos azuis pareciam famintos. Inclinando-se, senti seus lábios roçarem em meu pescoço, e ele começou a despejar beijos naquela região, provavelmente, deixando chupões.
Sem aviso, gemi, sem controle algum.
Ele não parou por nada, apenas senti sua mão gelada tocar minha pele por de baixo da minha camiseta.

- Você é tão gostoso. - sussurrou em meus ouvidos, arrepiando todo meu corpo.

Mesmo querendo aquilo, admito, meu corpo implorava. Eu não podia deixar que aquilo tomasse um rumo tão longe, afinal, ele está totalmente bêbado. John Shelton nunca faria sexo comigo, nem com um outro homem, e ele tem uma namorada. Não suportaria uma traição, apesar dele já ter me beijado. Mas que culpa ele tinha? Ele estava bêbado demais. Por isso, não posso deixar ele fazer algo do qual se arrependa.

Afastei-me dele, o que provocou uma expressão triste em seu rosto.

- O que foi? - perguntou, já preparando seus olhos para chorarem escandalosamente de novo.

- Eu não quero fazer isso, John.

Ele me olhou de cima a baixo, e sorriu maliciosamente, deixando suas covinhas a mostra. Engatinhou de volta para mim, e quando menos esperei, John passou a mão na minha ereção que ainda estava guardada dentro da calça. Me senti traído pelo meu próprio corpo naquele momento. Por que meu pau tinha que ficar duro justo agora? E quem conseguiria resistir aos toques de John?

Gemi mais uma vez, o que só deixou o sorriso de John maior.

- Tem certeza que você não quer? - perguntou, massageando meu pênis que ainda estava dentro da minha calça moletom. - O seu corpo parece dizer ao contrário.

- J-John...

- Sim?

- P-para... - gemi. - H-hoje não, p-por favor.

Ele afastou-se, e deixou um selinho em meu lábio.

- Ok, como quiser, bebê.

Suspirei aliviado, e percebei que tinha prendido meu ar todo aquele tempo.

Ele voltou a se deitar a cama, e eu também me deitei, sem ter ideia do que fazer. Ele me puxou pela cintura, voltando aquela posição novamente.
Senti sua respiração pesada sobre meu peito coberto por uma camiseta branca, e ele acariciava minha cintura carinhosamente.

- Neithan.

- Hm?

- Eu te amo, sabia?

Não, não sabia.

- Sabia.

- Você me ama também?

Não, não te amo, você tem uma namorada!

- Sim, eu te amo.

Ele sorriu com a minha resposta, e meus olhos fixaram em suas covinhas que faziam meu corpo arrepiar.
Depois disso, ele finalmente adormeceu.

Não posso deixa-ló dormir aqui, pensei. Quando ele acorda amanhã com consciência, e vê que está na minha casa, vai surtar! E eu não quero ter que explicar coisas constrangedoras para ele, será mais fácil agir como se nada tivesse acontecido.

Me afastei, com cuidado o suficiente para que ele não acordasse. Com os pés já no chão, só tinha uma pessoa a percorrer: minha irmã.

- Eva. - sussurrei, cutucando seu rosto assim que entrei no seu quarto.

Eva, conhecia por ter o sono leve, acordou imediatamente.

- Neithan?

- Eu mesmo!

- O que você quer? - perguntou, coçando um dos olhos preguiçosamente. - Tem ideia de que horas são? Eu tenho faculdade amanhã cedo!

- Eu sei, eu sei, me desculpe! Mas eu preciso de ajuda.

- O que você aprontou dessa vez?

- Não fui eu! É que... um colega do colégio apareceu bêbado, e não tive escolha a não ser deixá-lo entrar em casa. Agora que ele dormiu, preciso tira-ló daqui.

- Deixe ele no bar de volta. - disse, voltando a se deitar.

- Como?

- Na sua idade, eu saia muito para beber, e as vezes dormia na calçada do bar de tão bêbada.

- Mas eu preciso da sua ajuda, ele é muito forte para mim carregá-lo. Você é mais velha que eu, pode aguentar o peso dele.

Escutei a bufar, e depois ela revirou os olhos forte o suficiente para eu achar que eles não voltariam ao lugar.

- Eu te odeio. - falou, e levantou-se da cama.

- Vai me ajudar?

- Vou sim.

Comemorei mentalmente, e fomos para meu quarto. Onde Eva pegou um John adormecido no colo, e disse que o resto poderia deixar por conta dela.
Quando se foram embora, fui obrigado a limpar aquela bagunça na varanda, e finalmente consegui relaxar em minha cama.

Foi nessa hora que meus pensamentos vieram a tona. Afinal, por que o John bêbado veio a minha casa? Por que o John bêbado me encheu de carinho? Por que o John bêbado disse o quanto me amava? E o principal, o John se lembraria disso tudo no dia seguinte?

Os porquês tomavam conta da minha cabeça, e, mesmo sendo da pior forma, eu consegui cair no sono profundo, com um sonho, e John estava lá.

. . .

John estava o mesmo no dia seguinte, o que indicava que sua ressaca foi forte o suficiente para que ele não se lembrasse de nada.
Eu suspirava aliviado, mas, algo dentro de mim estava sombrio, como se eu quisesse aquele John de novo. E não aquele John que me empurrava nos corredores, e ficava rindo com seus amigos. Não aquele John que já tinha uma namorada, alguém pra chamar de amor. E sim, aquele John. Que me chamava de bebê, que era carente de toda minha atenção, e implorava por sexo.

Levantei-me, pegando meus livros que ficaram espalhados pelo chão, enquanto escutava as risadas dos amigos de John entoarem nos meus ouvidos. Depois de apanhar os livros sai correndo para o banheiro, aonde me tranquei sozinho, e deixei que meu corpo fizesse o que queria: chorar.

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