O pedido para sair comigo hoje a noite que John tinha feito, realmente deu certo. Bem, digamos que ele apareceu de baixo da minha varanda como sempre, e fugi com ele, já que meus pais dormiam profundamente no quarto para aliviar o cansaço do trabalho.
Ele me levou para um bar, me convidando para beber. Claro, só bebi apenas uma garrafa de vinho, como já disse, não sou forte para álcool. Enquanto isso, John se embebedava de várias bebidas diferentes, porém, o que mais pediu foi vodka, e apenas fez uma pausa para fumar. Ele me ofereceu um cigarro, e acabei aceitando. John ainda não estava bêbado, mesmo depois de tantas latinhas e garrafas de vidros. Apesar de sempre querer aparecer bêbado, ele era forte para álcool, diferente de mim.
— Eu vou pegar mais uma bebida. — anunciou, assim que seu cigarro chegou ao fim. — Vai querer alguma?
— Não, e você também não deveria querer.
— Por que não?
— John, não acha que já bebeu demais por hoje?
— Não gosto quando me chama pelo nome. — disse, e sabia que ele já estava levemente bêbado. — Gosto quando me chama de amor.
— Amor, não acha que já bebeu demais por hoje? — corrigi-me, fazendo ele sorrir.
— Não, amor, acho que preciso demais.
— Pra que beber tanto? — perguntei, e meu cigarro também chegou ao fim. — Vamos pra casa, por favor.
— Só mais uma garrafa.
— John.
— Não me chame pelo nome!
— Ae? — provoquei, pensando em usar isso ao meu favor. — Pois não te chamo de amor, se você beber mais!
— Não, por favor, não bebo! — acabei dando risada, o modo como ele me implorava era hilário. Chegou até mesmo a ficar aos meus pés, como se eu fosse algum tipo de deus.
— Vamos logo então, você já está bêbado!
— Eu não estou bêbado!
— Só vamos pra casa.
Quando comecei a andar, ele foi vindo com passos pesados até mim, me acompanhando. Chegando ao meu lado, John estraçalhou sua mão na minha, e me senti confortável e protegido naquela madrugada. Tinha certeza que já havia se passado da meia-noite.
— Posso dormir na sua casa?
Por que tanta carência?, pensei comigo mesmo, antes de responder que sim, e ele fazer festa no meio da rua.
Voltei para minha casa no mesmo jeito que sai: escondido.
John já estava à cama agarrado a mim, falando coisas sem sentido. Isso tudo porque ele não estava cem por cento bêbado, séria pior para mim ter deixado ele beber mais uma naquela hora.
— Neithan, Neithan, Neithan! — repetia inúmeras vezes. — Quer casar comigo?
Nem em namoro você me pediu ainda, seu grande idiota!, respondi mentalmente, enquanto dava risada de minha situação. E, além disso, não podemos nos casar com 17 anos.
— Por que está rindo? — perguntou, fechando a expressão. — Falo sério, eu quero me casar com você, e depois podemos adotar lindas crianças no orfanato, até um animal se você quiser.
— Eu sempre quis algum animal de estimação. — falei, pensando como passei maior parte da minha infância implorando por um cachorrinho ou gatinho.

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Álcool & Amor
Romance"Foi tudo culpa do álcool, mas eu realmente amo você." John Shelton, não sabia que suas idas ao bar poderiam ser tão viciantes, como também, a quantidade enorme de bebidas que o deixava bêbado todas as noites. Sabendo de nada, o garoto também não...