Álcool & Amor

Capítulo 10

- Você tem certeza, John? - perguntei, assim que ficamos de frente para o colégio. - Ninguém gosta de mim na escola, mas todos gostam de você.

- Ninguém gosta de você na escola? - perguntou, com uma expressão indignada. - Então eu sou ninguém agora?

- Com exceção de você. - falei, soltando uma fraca risada.

- Na verdade, eu não gosto de você. - disse, estraçalhando seus dedos nos meus. - Eu amo você.

Então, ele me puxou para dentro da escola, andando de mãos dadas comigo pelos corredores, sem se importar com os olhares que perfuravam minha pele, me deixando desconfortável.
Paramos de andar, quando chegamos em frente ao meu armário, aonde ele finalmente resolveu soltar minha mão, me dando liberdade para pegar meu livro de matemática.

- Hoje é sexta-feira, bebê, poderíamos sair juntos à noite, não?

- Eu não sei. - falei, fechando o armário. - Meus pais não costumam deixar eu sair à noite.

- Eu dou um jeito. - disse, com um sorriso infantil, então o sinal bateu.

- Te vejo no intervalo.

Ele despejou um beijo na minha testa, e foi para sua sala, e eu fiz o mesmo.

. . .

Falta apenas a aula de arte para eu poder finalmente ver John, mas algo dentro de mim dizia que era melhor não o vê-lo. Quando o sinal bateu, sai rápido, rápido o suficiente para ouvir a voz da diretora no rádio pedindo para que os amigos de John fossem para diretoria. Não me preocupei tanto, afinal, eles sempre aprontavam, então apenas corri para o refeitório.

A verdade, é que John nunca apareceu no refeitório, o que me deixou de certa forma preocupado. Aconteceu algo de ruim com ele ou ele apenas não quer me ver? A última opção é a mais correta, onde estava com a cabeça quando pensei que John Shelton realmente poderia se apaixonar por mim? Deveria estar apenas brincando esse tempo todo.

Todos passavam por mim, se retirando do refeitório, e então percebi que o intervalo havia acabado. Estava tão perdido em pensamentos que não pude escutar o sinal tocar, ou talvez ele não tenha tocado mesmo, talvez acontecido um problema, mas esse era o menor dos meus problemas.

Andei pelos corredores, para poder guarda meu livro de arte e pegar o meu livro de português, mas fui interrompido por uma mulher que parecia ter no máximo 30 anos. Ela estava toda de branco, e acabei concluindo que fazia parte da enfermaria da escola.

- Você é Neithan Hunter? - perguntou, me fazendo concorda com a cabeça. - Ótimo, venha comigo, John quer ver você.

- O que aconteceu com John?

- Ele te explicará.

Então, a segui, e fui levado para a enfermaria.

- Entre por favor. - pediu, abrindo a porta, permitindo espaço para que eu entrasse. - Vou deixar vocês sozinhos.

Ao entrar, ela fechou a porta novamente, e foi quando vi John sentado a cama. Vários curativos percorriam seu corpo, porém, ele não deixava de sorrir.

- John, mais que porra...

- Calma, eu vou explicar. - interrompeu-me, e fez sinal para que eu sentasse ao sofá que tinha ao lado da cama. - Meus amigos me deram uma surra.