Não matem a tia____________________
Suspirei cansado, segurando fortemente a alça da minha mochila andando no corredor em direção ao meu quarto, e como de costume, abaixei a cabeça, mais uma vez.
As aulas já eram cansativas, mas agora com qualquer aula que tenha pelo menos um dos garotos das minhas aulas de História da Arte Avançado, ficam muito mais cansativas. E hoje sendo sexta, o dia desta aula, céus... Eu não consigo mais prestar atenção. Ou são as risadas que me distraem, ou as bolinhas de papel com mensagens estúpidas, e sinceramente... Estou cansado. Eu tive que voltar a usar mochila porque não aguentava mais toda vez que eles cruzavam meu caminho, derrubavam todos meus livros e às vezes, até eu junto.
Só quero descansar... Talvez um banho e um remédio como Minhyuk disse, me ajude a dormir melhor, e...
Porra.
Senti minhas costas batendo na parede fazendo meus olhos lacrimejarem e ofeguei, por me pegar de surpresa. De novo não...
A gola do meu uniforme foi fortemente agarrada e torcida, o que me fez encarar com medo o garoto “líder” daquele maldito grupinho, acompanhado dos outros quatro garotos atrás dele, todos com uma cara nada boa...
- Foi você não foi?! Desgraçado... – Ele praticamente rosnou, apertando minha camisa, fazendo eu ofegar novamente, não conseguindo dizer nada. – RESPONDE! – Ele gritou, e bateu sua mão livre do lado do meu rosto, me fazendo choramingar agora e fechar meus olhos de medo.
- E-eu nem sei do que você está falando... – Minha voz saiu embargada e senti meus olhos se encherem de lágrimas novamente. Céus... O que eu fiz?
- Não se faça de idiota, seu ratinho de merda. – Ele cuspiu as palavras e sentir ele pressionar mais o meu corpo na parede, fazendo-me ofegar e soltar a alça da minha mochila. – Tiramos zero naquela merda de trabalho, porque “alguém” disse a professora que foi um trabalho pago. Por quê você não cuida da sua vida, ei?! – Não contive em abaixar a cabeça na última frase por ele quase gritar em meu ouvido. Nesse momento, e nem sentia mais minhas pernas.
Por quê isso tem que acontecer comigo?
- Não fui eu... – Murmurei sincero, acompanhado do meu rosto molhado e acabei soltando outro soluço. – Eu juro, não fui eu... Me solta por favor... – O medo que eu sentia agora me entregava de qualquer maneira, já não tinha mais controle das lágrimas que caíam, e muito menos dos meus soluços.
Mas aquilo pareceu engraçado para eles.
- Agora você vai aprender a não cuidar da vida dos outros. – Ele sussurrou, e a partir daí, percebi que meu pior dia, seria hoje.
Senti minha bochecha doer e o gosto de sangue invadiu minha boca, enquanto nem havia percebido que ele tinha soltado minha gola até sentir meus joelhos doerem, com a pancada deles no chão.
Vi minha mochila ser chutado para longe mas não deu tempo de impedir, pois logo em seguida, senti ser puxado pra cima, enquanto dois deles me seguravam os outros três riam de algo, que eu tinha até medo de saber o que era.
Eu juro eu tentei me soltar, mas a cada movimento que eu fazia como tentar colocar meus pés no chão, acertá-los com chutes, ou simplesmente me soltar, alguma parte do meu corpo era acertada, e não era nada legal...
Sentia meu estômago embrulhar... Tanto com os socos, quanto com o gosto de sangue que eu era obrigado a engolir se misturando com o gosto salgado das minhas lágrimas.
Eu quero morrer.
Meu rosto foi erguido para cima porque eu mesmo não consiga levantá-la, meu corpo todo doía... O sorriso sacana dele me fez ofegar, enquanto suas mãos apertavam fortemente minhas bochechas para eu olhá-lo, e ele sussurrou:
- Acho que agora você aprendeu quem manda aqui. Não é?... Ratinho...
Eu não respondi. Eu não conseguia. Mas minha raiva foi maior, fazendo eu cuspir na sua cara aliviando o gosto metálico da minha boca.
Seu rosto de raiva misturada com inconformidade foi a melhor coisa que eu já vi na minha vida... Mas que acabou rápido, porquê senti outro soco em meu rosto.
- Mas que merda é essa? – Senti a raiva na voz, mas não era a voz de nenhum deles até porquê, todos olharam para o lado, mas eu não consegui, sentia minha cabeça doer e agora minha visão começava a ficar curva.
Céus... Que dor...
Senti eles finalmente me soltarem, mas eu caí com força no chão novamente. Tudo doía. E eu não conseguia fazer outra coisa além de chorar.
- Hyunwoo! Merda. – Ouvi um resmungo enquanto sentia meu corpo ser levantado, me colocando sentado, apoiado na parede...
Hyunwoo?
Me esforcei para abrir os olhos com ainda com eles cheios de lágrimas, e vi o seu amigo do basquete pegando minha mochila que foi chutada longe, a colocando no ombro, que em seguida me encarou, parecendo aliviado.
- Ei, é Kihyun, não é? – Murmurou e assenti fraco, sentindo minha cabeça latejar e acabei choramingando de dor, fechando os olhos fortemente. – Eu sou Hoseok, a gente já teve algumas aulas juntos... Você consegue se levantar? Seu quarto não está muito longe, uh? – Murmurou gentil e segurou meus braços, me incentivando a levantar, mas a dor que sentia era tão grande, que só dele tentar me levantar, voltei a chorar, tentando tirar suas mãos de mim, me debatendo um pouco. – Ei, ei! Está tudo bem agora! – Ele exclamou se afastando um pouco e suspirou me encarando.
Eu não quero nem imaginar como estou agora.
- Vou tentar te levar nas costas, ok? Eu imagino que deve doer, mas não posso te deixar aqui e ainda tenho que ir atrás do Hyunwoo. – Ele murmurou me olhando, esperando minha resposta, porém apenas o encarei de volta. – Ok... Vou entender isso como um “sim”.
E de um jeito ou de outro, mesmo com meu corpo todo doendo, Hoseok me levou nas costas segurando firmemente minhas pernas, e eu, cansado, acabei deitando minha cabeça em seu ombro.
Mas depois que ele me colocou na cama e disse que iria procurar Hyunwoo, não lembro de mais nada.
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Você quer... Jogar? - showki
FanfictionKihyun era sozinho. Sim, ele estava e se sentia sozinho. Mas o que ele não esperava, era que um garoto mais velho, alto, e com a pele mais morena, iria querer sua companhia. E que muito menos, que ele adorava um jogo de perguntas. Começado em: 12/02...