O Troco

Capítulo 14 - O Erro

Capítulo 14 - O Erro. 

Havia uma grande responsabilidade sob meus ombros. 
Não podia simplesmente me ausentar d  minha primeira missão nos Sentinelas, mesmo que alegasse problemas de saúde pois isso pareceria fraqueza aos olhos dos meus superiores e se tem uma coisa que não sou, nem nunca fui é fraca.  
E não será essa gravidez que irá me parar, apenas tomarei um pouco mais de cuidado para proteger a mim e a meu filho durante essa missão. 
- Ana - Christian me puxou de canto no corredor ao fim da reunião - O que você tinha de tão importante para me falar momentos antes de sermos interrompidos pelas mensagens do meu pai? 
- Nada demais. - Neguei ficando nervosa - Eram coisas sobre nossa relação, mas conversaremos sobre isso em um momento mais oportuno, com mais calma. Agora temos que preparar nossas malas afinal, temos um país inteiro para salvar. - Completei me desvencilhando dele e indo até o quarto arrumar as malas. 
[...]
- Está maluca Ana? Como vai para o Afeganistão estando grávida?! Isso é muito arriscado, caramba! - Kate me deu uma bronca conversando comigo no viva-voz do celular enquanto arrumava a mochila - E como ainda não contou ao Christian que ele vai ser pai?
- Acha que é fácil chegar nele e dizer isso assim, na lata? Essa gravidez envolve um milhão de coisas Kate e você, mais do que ninguém sabe disso. - Justifiquei guardando algumas roupas na mochila - Vou contar a ele sim mas no momento certo que com certeza, não é agora. Estou grávida de pouquissímas semanas, ainda vai demorar bastante para a barriga começar a aparecer, enquanto isso continuarei envenenando Carrick para que tente tirar Raymond do poder e se ele não tirar, eu mesma darei aquele empurrãozinho para que isso aconteça de uma vez por todas. Assim terei paz para cuidar de mim, do meu filho, longe de toda essa podridão. 
- Desisto, não adianta! Você é teimosa como uma mula! Deve ter puxado isso do Raymond, já que sua mãe era tão maleável. 
- Não puxei absolutamente nada daquele homem Kate, não me ofenda. - Revirei os olhos fechando o zíper da mochila - Antes de pegar o avião, irei passar no médico para ele me passar todas recomendações da gravidez, okay? Fique tranquila, prometo me cuidar durante minha estádia no Oriente Médio. Beijos! - E desliguei. 
[...]
A consulta com o doutor Calebe foi bastante agradável, mas metade do que ele recomendou não poderei seguir tão a risca assim com a vida corrida que levo, ainda mais quando chegarmos no Oriente Médio. 
Pegamos o avião particular para o Afeganistão e torci o nariz ao ver que Elena viajaria conosco com a desculpa de que era uma das médicas mais competentes do exército e que seria a melhor opção para nos socorrer caso algo aconteça com algum membro da equipe. 
Sentei ao lado de Jack que me confidenciou o quão romântica havia sido sua viagem com Leila até o Havaí.  
Senti até um pouco de vontade de fazer uma viagem assim com Christian e nosso filho quando nascer. 
- Acha que se eu convidasse a Leila para morar comigo ela aceitaria? - O loiro perguntou visivelmente ansioso por minha resposta.   
- Leila parece amar muito você, além do mais vocês juntos são muito lindos então sim, ela aceitaria. Desejo que vocês dois sejam muito felizes, Jack! - Sorri para ele quando senti meu estômago revirar, provavelmente por conta do cheiro dos salgadinhos que Riley estava comendo com James na poltrona atrás da nossa. 
Enjoada, levantei e caminhei até o banheiro que para minha infelicidade, estava ocupado. 
- Vai logo... - Murmurei baixinho tentando não demonstrar que estava enjoada. 
Cinco minutos depois, a porta se abriu. 
- Você está bem, Ana? - Leah questionou pondo a mão no meu ombro. 
- Estou só enjoada, detesto andar de avião mas já vou ficar bem, Leah. - Respondi rapidamente entrando no banheiro, trancando a porta, levantando a tampa do vaso e me livrando daquele maldito enjôo. 
[...]
Antes de sair do banheiro escovei os dentes e lavei bastante o rosto para não ficar com ar cansado. Em seguida, tomei um comprimido que o médico havia me receitado para amenizar esse tipo de sintoma e saí do banheiro, parando para pegar um pouco de água no filtro. 
- Anastasia, podemos conversar? - Elena perguntou me encarando com uma expressão curiosamente amigável. 
- Não estou a fim de discutir, Elena. - Fiz uma careta, não dando tanta atenção à ela.
- Nem eu! - Ela ergueu as mãos para o alto em sinal de rendição - Só queria dizer que agora que estamos praticamente trabalhando juntas, acho que nossas diferenças deveriam, devem ficar de lado. Afinal, estamos lutando juntas por algo muito maior que uma rivalidade boba por homem. 
- Concordo com você. - Tomei um gole da água - Está propondo uma trégua? É isso? 
- Exatamente - Ela estendeu a mão - Topa?
- Topo. - Concordei apertando a mão da médica que sorriu alegremente para mim.  
[...]
[Base Militar dos Estados Unidos, Afeganistão]