Capítulo 19 - O Sequestro

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Capítulo 19 - O Sequestro.

Narrado por Anastasia Adams. 


Nietzsche, um dos meus pensadores favoritos, disse certa vez que quando você olha muito para o abismo, o abismo olha de volta para você. 
Tenho a sensação que é isso que está acontecendo comigo. 
Fiz tantas coisas ruins com as pessoas ao meu redor e ao que parece, chegou a minha hora de pagar por todos esses erros. 
[...]
Não sei ao certo quanto tempo fiquei apagada. 
Só sei que quando despertei minha cabeça pesava muito e minha vista estava um tanto quanto turva. 
Estava escuro, úmido, frio... Não consigo distinguir direito. 
Meus braços estão esticados para o alto, presos em alguma coisa. Acho que são correntes, alías, só depois de piscar algumas vezes percebi que estou pendurada por correntes de ferro como se fosse um... Animal. 
- Hum... - Murmurei reparando que estou em alguma sala escura que parece ser de alguma fábrica desativada ou algo do tipo..
Como vim parar aqui?
Da última vez estava indo ao mercado fazer compras quando... É isso! 
Fui sequestrada no meio do caminho, mas por quêm? Quem será que me prendeu aqui? 
Minha boca está tão seca.
Daria qualquer coisa por um copo d'água.
Minutos depois, um homem mal encarado entrou neste lugar. 
Usava roupas pretas e estava sem capuz, revelando seu rosto para mim. 
Mal sinal...
Se está mostrando seu rosto é porque não tem medo que eu conte a alguém pois está pretendendo me matar. 
Preciso entender por quê tudo isso está acontecendo justamente comigo. 
E preciso entender logo para assim, ter mais chances de sair daqui com vida. 
- A bela adormecida acordou. - O homem tinha cabelos castanhos, olhos pretos e pele morena escura, além de um sorriso cínico nos lábios - Como está? Gostou dos nossos aposentos? - Ironizou.  
- Já me acomodei em lugares muito piores. - Respondi tentando não demonstrar medo - Quem é você? Por quê me sequestrou? 
- Ainda não adivinhou? - Aproximou-se de mim me olhando olho no olho - Pensei que fosse mais que uma garota com respostas ácidas. 
- Acredite... Sou bem mais do que isso. - Passei a língua por meus lábios secos. 
- Está com sede é? - De seu bolso, o bandido tirou uma pequena garrafinha de água e tomou na minha frente - Quer um pouco? - Notei então que apesar de tentar disfarçar, ele tinha um sotaque árabe. 
Suspeito. 
- Não adianta tentar fazer esse joguinho comigo. Sei que não vai me dar essa água porque quer me torturar. Abre logo a merda do jogo comigo e explica porque estou aqui e principalmente... O que realmente quer comigo. - Tentei ser o mais firme possível, mesmo estando implorando mentalmente por um gole d'água. 
- Gosto desse seu jeito marrento. - Deslizou aquelas mãos podres sob meu rosto - E para melhorar, além de marrenta é muito bela. - Ergueu meu queixo para que o encarasse. - Com o perdão do trocadilho, é claro. - Deslizou a outra mão pela minha cintura. 
Aproveitei que minhas pernas não estavam presas e chutei o saco dele. 
- Não encosta em mim, seu merda! - Gritei.  
- Você não devia ter feito isso, garota. - Me olhou com uma expressão de ódio e em seguida, jogou toda a água da garrafa sobre mim, me molhando toda para sem seguida tirar um teaser de seu bolso - Gosta de eletricidade, Anastasia? 
Ele sabe meu nome, sinal de que não fui mesmo sequestrada por engano, hipótese que pensei segundos atrás. 
Ele sabe meu nome.
Mas ainda não sei o seu. 
- Por favor, não... - Antes que terminasse de suplicar, ele usou o teaser em mim me dando pequenos choques elétricos que me fizeram sentir sensações terríveis pelo corpo. 
Ele dava os choques e quando percebia que estava quase me recuperando dos tremores, dava outros. 
Quando dei por mim, tudo ficou escuro mais uma vez. 
[...]
Acordei algum tempo depois sentindo algo me sufocar. 
Abri os olhos e vi que minha cabeça estava dentro de um balde cheio de água. Ergui a cabeça imediatamente e começei a tossir sem parar, cuspindo água e percebendo que meus braços estão para trás algemados e agora dois homens estão na saleta. O primeiro está me segurando com força enquanto o outro, sorri bisonhamente afogando minha cabeça naquela água e é o mesmo homem com quem conversei horas atrás.
Filho da mãe. 
- Não... Por... Favor... - Pedi antes de enfiarem minha cabeça no balde outra vez. 
Quando enfiavam eu prendia a respiração o máximo que podia mas pela fraqueza talvez, não conseguia segurar por muito tempo o fôlego e acabava me afogando várias vezes. 
- Por quê estão fazendo isso comigo...? - Fiz o máximo para não chorar. 
Não queria demonstrar fraqueza, que estava com medo de morrer na mão deles.
Mas estou no meu limite. 
- Isso aqui foi apenas para você saber do que somos capaz, Anastasia. - Um deles avisou. 
- Quem são vocês? - Indaguei ofegante - O que querem de mim? Estão a mando de quem? 
Será que foi Raymond quem armou tudo isso? Será que ele descobriu quem realmente sou e por isso, armou esse circo todo? Para se vingar de mim? 
- Queremos os códigos* da operação do Afeganistão. 
Imediatamente, lembrei do que se tratava. 
Raymond passou para alguns dos Sentinelas códigos secretos com informações extremamente sigilosas do sistema de segurança americano e esses homens provavelmente pertencem a Al Qaeda, um dos maiores inimigos dos Estados Unidos.  
- Quem é você? Por acaso é Ayman Mustafá? - Quando o chamei pelo nome, ele arregalou os olhos - Viu? Sou muito mais que uma garota com respostas ácidas! 
- Nos dê logo os códigos. - O outro bandido falou pegando o notebook e vindo em minha direção - É sua única chance de sair viva daqui. 
- Não vou dar código nenhum, seus assassinos. - Neguei prontamente - Acha que sou idiota? Quando eu der os códigos vocês não precisarão mais de mim e irão me matar. 
- Assassinos? - Mustafá deu risada - Os verdadeiros assassinos aqui são a sua pátria e os seus soldados que assolam meu país há anos. Você é uma assassina também ou vai dizer que não tirou a vida de ninguém enquanto estava na guerra do Afeganistão? 
Ele sabe mesmo tudo sobre mim. 
- Tirei sim, era o meu trabalho. 
- Pois o meu trabalho agora é destruir os Estados Unidos e todos aqueles que tiraram a vida do meu filho. 
Então ele é mesmo o Ayman. 
- E a sua esposa? Quem a matou?
- Ela se suicidou. Por acaso não lembra? 
- Eu tenho certeza que ela não se matou. Eu mesma conversei com sua mulher horas antes de sua morte e ela não tinha nenhum sintoma de quem iria se suicidar. Não sou idiota, Ayman. Quem a matou o fez a seu mando. - Ele virou o rosto para o lado - Ela iria te delatar para nós, revelar seus planos. Você ficou com medo e mandou que o X9 ceifasse a vida daquela pobre mulher e armasse para que parecesse suicídio aos olhos dos outros depois. Sobre o seu filho, o sangue inocente dele também está nas suas mãos porque você escolheu seguir uma vida de violência e nestes casos, os inocentes sempre são os primeiros a pagarem.
Mustafá se enfureceu de ódio por ter ouvido a verdade da minha boca e por isso, me deu dois socos na cara. 
O segundo foi tão forte que acabei desmaiando outra vez. 
[...]
- Ana, meu amor... Vim te resgatar! - Quando abri os olhos Christian estava ali na minha frente, agachado e me desamarrando.  
- Christian... Você veio me salvar. - Constatei sorrindo - Me desculpa por tudo que fiz, te amo tanto. - Me declarei quando de repente Christian começou a gargalhar estranhamente e seu rosto começou a ficar deformado, se transformando em outra pessoa - Christian? 
- Está alucinando? - Chris perguntou começando a gargalhar e após piscar mais algumas vezes percebi que Christian na verdade era o Mustafá. 
Estou há tantas horas sem comer e sendo torturada por esse maldito que minha mente está até me pregando uma peça. 
Queria tanto que essa miragem fosse verdade. 
Queria tanto que Christian estivesse aqui comigo. 
Será que ele já sabe do meu sequestro?
Será que está me procurando?
Ou não vai querer me procurar porque ainda está com raiva da perda do nosso filho? 
Queria tanto poder pedir perdão a ele por tudo que fiz. 
Tanto. 
E o resto da minha equipe? Será que os Sentinelas também estão me procurando? 
Claro que estão, eles são leais. 
Só espero que me encontrem antes que seja tarde demais. 
- Anastasia... - Mustafá aproximou-se mais de mim - Você sabe muito bem como eu me sinto a respeito da perda do meu filho, não é mesmo?
- Do que está falando? - Olhei para os lados e percebi que estava no chão ainda algemada. 
- Do filho que você também perdeu, pelo mesmo motivo que o meu. Você também escolheu seguir uma vida de violência, Anastasia. E fui punida assim como eu pelo caminho ruim que escolheu seguir. 
Espera... Como ele sabe disso? 
Não tinha como eles saberem que estive grávida a não ser que...
- Já entendi. - Me sentei no chão, escorando meu corpo na parede e olhei para a porta - Aparece logo seu desgraçado! Anda! Apareça James! - Gritei enfurecida e segundos depois, o maldito entrou na saleta. 
- Como soube que eu estava aqui? - O loiro indagou me olhando com ar superior. 
- Eu só tenho dois amigos e eles jamais me delatariam para ninguém. Minha vida se limita somente ao trabalho e ninguém além dos Sentinelas poderia desconfiar que estive grávida dias atrás. Confio em todos os membros da equipe, menos em você. Sem contar que aquela sua morte na explosão cheirava a armação para mim. Nunca cheguei a falar abertamente contigo sobre a perda do meu filho, mas você me viu passando mal algumas vezes e obviamente, deduziu que estava grávida. No fundo, sempre soube que você não prestava. Só queria entender como alguém tem coragem de trair seu próprio país, sua equipe depois de fazer um juramento de lealdade. - Desabafei enojada - Ainda por cima simulou sua própria morte, você é uma das piores pessoas que já conheci em toda minha vida, James.  
Depois do Raymond, é claro. 
- Você é esperta mesmo, parabéns. - Bateu palmas - Matou a charada! Fiz tudo isso por dinheiro, tanto dinheiro que quando isso tudo acabar poderei viajar pelo mundo como um milionário. E é isso mesmo, deduzi sua gravidez quando soube dos seus desmaios durante a missão. E deduzi que você perdeu a criança no dia da explosão. Uma bomba terrível como aquela? Impossível uma pobre criança sobreviver. - Ironizou. 
- Espera... - Franzi a testa - Você sabia que estava grávida e mesmo assim, armou aquela armadilha contra mim e Jack? Ele perdeu a perna, sabia?! E eu perdi meu filho! Seu maldito, eu vou matar você do mesmo jeito que você matou meu filho! - Gritei me debatendo. 
Como queria estar sem essas algemas pra matar este infeliz com minhas próprias mãos. 
- Você não devia ter armado aquele plano sabendo que a garota estava grávida, James. - Mustafá o repreendeu - Crianças são inocentes e não devem pagar pelos erros dos adultos.
- Eu sei, mas ela mereceu. Desde que nos conhecemos lá atrás... Quando estávamos tentando entrar no exército nunca fui com sua cara, Anastasia. - Me olhou olho no olho - Você sempre foi marrenta demais e isso me irritava muito. Sempre se achando melhor que os outros, se destacando na equipe, na guerra, no raio que o parta! Se achava acima do bem e do mal, tanto que teve a cara de pau de entrar em uma missão contra o terrorismo mesmo estando grávida - Riu de mim - Sei que está nesse exato momento me amaldiçoando pelo que houve com seu filho, mas a verdadeira culpada disso tudo é você. - Apontou o dedo para mim - Se não tivesse sido tão arrogante, não teria ido para a missão e nada teria acontecido com você e seu bebê. - Deu de ombros - Sobre Jack, para mim não fede nem cheira. Estou pouco me lixando para aquele imbecil. - Suspirou se levantando calmamente - Agora que as máscaras caíram vamos ser práticos? - Um dos criminosos soltou meu braço enquanto James pegava o notebook - Coloque a senha dos Sentinelas no sistema e tudo isso irá acabar em um passe de mágica - Entregou o notebook para mim - Eu preciso dos códigos porque o Comandante trocou todas as senhas do sistema depois da minha morte. 
- E se eu não der os códigos? 
- Você vai morrer. - Mustafá foi quem respondeu desta vez. 
- Na verdade serei sincero com você - James interrompeu - Anastasia, querida, você irá morrer do mesmo jeito afinal, se te deixar sair viva daqui você vai me delatar para o mundo todo e não quero a interpol ou o FBI atrás de mim. E nem adianta vir com aquele papo de "prometo não contar pra ninguém se me deixar sair viva daqui" - Fez aspas com as mãos - Porque não acredito nisso. No final das contas como disse antes, você vai morrer de qualquer jeito. A diferença é que se me der os códigos, te prometo uma morte rápida, quase indolor. Mas se não me der, vou te torturar das piores formas possíveis antes de te mandar para o inferno. 
Engoli em seco. 
Eu tenho pouco tempo agora. 
Estou sem as amarras, mas são três homens armados.  
Três. 
Se fossem dois homens, talvez conseguisse me defender mas três... Não darei conta. 
Ainda mais no meu estado. 
Droga! 
- E então? Vai nos dar os códigos? - O terceiro bandido me questionou. 
- Não. Podem fazer o que quiser comigo, não tenho medo. Eu posso ser a pior das criaturas, talvez eu seja mesmo mas se tem uma coisa sagrada para mim são juramentos. E quando entrei na carreira militar, eu fiz um. E pretendo honra-lo até o fim, mesmo que a consequência seja o meu fim. 
- Péssima decisão. - James tirou a arma da cintura apontando para minha cabeça - Te dei a opção de ter uma morte rápida. Era só puxar o gatilho e pronto. Mas se prefere uma morte lenta e dolorosa, tudo bem. - Guardou a arma novamente na cintura, sorrindo para mim - Eu vou te estuprar, Anastasia. E depois os meus parceiros aqui farão o mesmo com você. Em seguida iremos te espancar e esfaquear até a morte, demoradamente para você sofrer de uma hemorragia terrível, lenta e dolorosa. 
Engoli em seco. 
- James, ninguém vai estuprar essa mulher. Uma coisa é ameaçar, outra é fazer de verdade. - Mustafá disse demonstrando ter um pingo de limites. 
- O quê? - James riu dele - Só me faltava essa, um terrorista com valores? Limites? Para com essa hipocrisia, Ayman. 
- Não fale assim comigo. - Ayman o puxou pelo colarinho quando de repente, o terceiro bandido fez uma expressão ruim enquanto mexia no celular. 
- Oh não... - Murmurou fazendo sinal de negativo com a cabeça. 
- Que foi? - James perguntou interrompendo a discussão quando alguns tiros foram ouvidos de longe. 
- Os militares... - Antes que o bandido terminasse, James saiu correndo e menos de cinco segundos depois, os Sentinelas invadiram a sala onde estávamos. 
Leah... Elliot... Carrick... Christian.
Os quatro invadiram o local e enquanto Christian e Carrick prendiam os terroristas, Leah veio em minha direção me socorrer. 
- Você está bem, Ana? - Perguntou me abraçando com carinho - Está tudo cercado lá embaixo. Prendemos cinco terroristas, com os dois daqui seis. 
- Estou bem. - Peguei uma das armas da morena que sempre costumava andar com duas, uma na cintura e outra na bota - Cadê o James? 
- James? Do que está falando? - A morena perguntou com a sobrancelha arqueada - James está morto, Ana. Ou... - Ela abriu a boca chocada, deduzindo o que realmente havia acontecido - Ele está por trás disso tudo. 
Constatando que o canalha deu mesmo um jeito de tentar fugir levantei e saí correndo com a arma em punho. 
Se James não está lá embaixo é porque deve ter algum outro plano de fuga, possívelmente no topo deste prédio. 
Subi várias escadas da fábrica, atenta pois sabia que ele poderia estar em qualquer lugar agora. 
Algumas vezes tropeçei possívelmente pela fraqueza, mas estava com tanto ódio que nada me deteria, nem mesmo a fraqueza que sentia. Quando cheguei no terraço me deparei com James de costas, com um celular nas mãos tentando telefonar para alguém. 
- Por favor... Arruma um helicóptero agora, o prédio está todo cercado. Não tenho como sair por baixo, seu chefe a essa hora já foi preso junto com os outros. Se não me salvar, delato onde você está escondido, seu merda. - Falou com rispidez. 
- James. - O chamei apontando minha arma na sua cabeça nojenta - Jogue o celular no chão e vire-se lentamente com as mãos para o alto. Agora. 
- Como quiser, senhorita. - Jogou o celular no chão mas quando virou-se, sua arma também estava apontada para mim - Se atirar em mim, também lhe mato. Dê meia volta imediatamente e suma da minha frente. - Ordenou. 
Foi a minha vez de dar risada, dando alguns passos na direção dele. 
- Você só vai conseguir fugir por cima do meu cadáver, James. - Joguei minha arma no chão. 
- O que está fazendo? 
- Largue a sua arma, James. E vem me encarar de igual para igual. - Ergui as mãos para o alto. 
- Está querendo mesmo apanhar, Anastasia? - Ele gargalhou. 
- Já ganhei de você uma vez. - Ele jogou a arma no chão, arrogante como sabia que seria. 
- Naquele braço de ferro idiota séculos atrás? - Riu novamente - Vou te encher de porrada, vadia. - Correu em minha direção tentando acertar um soco em mim, mas desviei a tempo. 
- Este é pelo que você fez comigo. - Aproveitando o momento, dei um soco na cara dele que retrucou me empurrando com força. Quase caí no chão, mas mantive o equilíbrio e o empurrei de volta. James tentou acertar outro soco em mim, mas o segurei pelo ombro, dando uma canelada em suas partes baixas. 
- Isso é pelo que fez com meu filho. - Avisei e ele gemeu de dor. Enquanto se recuperava do baque o soquei outra vez. Em seguida o empurrei e só então percebi que estávamos na beirada da terraço do prédio. 
- Vou acabar com você, Anastasia. - James bancou o covarde, pegando a arma do chão e apontando na minha direção. 
Ele não se deu conta de que também estava em perigo e puxou o gatilho atingindo meu braço de raspão, pois por sorte tive um reflexo rápido conseguindo escapar do tiro fatal. 
- Merda... - James checou a quantidade de balas que ainda tinha e deu mais alguns passos para trás, pisando em falso e acabou se desequilibrando, caindo do alto da fábrica com arma e tudo. 
- NÃO! - Antes de cair, ele lançou um grito tão amedrontado que cheguei a ter certa pena dele, o que durou apenas alguns segundos pois logo lembrei o merda que ele era.
Aquele era o fim de James. 
- ANA! - Ouvi gritos e quando virei para trás, Christian estava correndo em minha direção. 
Ao me ver, puxou-me para um abraço apertado, repleto de lágrimas e lamentos.
- Você está bem? - Perguntou envolvendo as mãos ao redor do meu rosto, me olhando nos olhos - Eu tive tanto medo de perder você, tanto. Te procurei como um louco assim que Kate me avisou do seu desaparecimento. Tive medo de você morrer sem que antes pudesse te pedir perdão por todas as palavras duras que te disse aquele dia. Você me perdoa? - Perguntou se ajoelhando em frente a mim com lágrimas nos olhos. 
Hoje foi o fim de James. 
Mas talvez, possa ser um novo começo para mim. 

*Os códigos da operação foram dados a Ana no capítulo 16.

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Voltei e com um capítulo bem grande pra compensar a pequena demora ❤

Treta demais no capítulo não? E para as ansiosas de plantão sim, o momento do prólogo está bem próximo.

Espero de coração que tenham gostado e não deixem de comentar e dar estrelinhas❤

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