Medo

345 45 110
                                    


*************PENÚLTIMO-CAPÍTULO************

"Eu tenho um longo caminho a percorrer, mas por que eu estou correndo no mesmo lugar?

Eu grito em frustração, mas ecoa no ar vazioEspero que amanhã seja diferente a partir de hojeEu apenas espero"


POV BAE JOOHYUN

A dor que me estilhaça por dentro muitas vezes me consome e é mais profunda do que qualquer corte causado na pele, não sendo suficiente ela ainda tem o prazer de se triplicar através do medo... medo. Uma pequena palavra que tem se tornado a minha maior companheira desde o dia em que cheguei nessa casa. É algo pior que a asfixia, parece que podemos perder o controle por completo, ficando a beira da loucura! A pior coisa do medo é quando você não pode evita-lo, pois você está presa... Presa! Tudo trancado. Sem janelas para você pular fora da vida medíocre que te  espera, ou melhor, me espera...

Eu fecho os olhos afim de não ver a minha realidade e em seguida abro os olhos da minha mente, talvez na minha cabeça eu possa ser feliz, talvez num mundo irreal da qual os meus sonhos e desejos possam ser realizados não sirva de habitação para o medo. Este é o meu mundo, mundo da qual eu tento passar a maior parte do meu tempo, um mundo sem sangue, sem chantagens, sem mortes e que ainda é contemplado pela trilha sonora da voz dele. A voz dele canta altamente em meu ouvido sempre que fecho os olhos e mentalizo o passado e projeto o meu futuro irreal, a voz dele nunca me abandona, "Espero que amanhã seja diferente a partir de hoje. Eu apenas espero", eu também espero.. Taehyung!

Abri os olhos tendo passado alguns minutos ou horas, já não tenho muito a noção de tempo, por mais o relógio estivesse ali para me avisar, era inútil! Olhei ao redor e vi o quarto aonde passo a maior parte do meu tempo, contudo aquele não é o meu quarto. Me levantei da cama calçando o chinelo e sai pelo corredor daquela casa, "não é a minha casa", fui andando lentamente descendo as escadas enquanto via como um deslumbre, as fotos naquela parede oval, porta-retratos para ser mais exata, "quem são essas pessoas?", eu sou uma estranha num lugar que não me pertence, isso me incomoda, isso me incomoda, me deixa enojada... eu desci rapidamente os degraus quase que caindo da escadaria, olhei pra cima revendo o local por onde passei e em seguida encarei a frente. Fixei meus olhos. Eu estou na sala, ela está vazia... numa parede qualquer eu vejo o relógio e marca dez e meia da noite, eu dei um riso fraco de canto, quanto mais tempo eu ficava sem vê-lo era melhor.. Num insight me lembrei que quase fui o cálice da ira dele quando fui pega na ligação que eu fiz para Seulgi, se não fosse aquele senhor que preferiu não falar nada talvez... "aish.. " pus a mão na cabeça pois não gosto de pensar nas possibilidades, olhei para as minhas mãos e elas estão trêmulas e geladas... "Seulgi.... a-a Wendy"... caminhei até o sofá e me encolhi abraçando as minhas pernas, simplesmente não consigo mais chorar.. só sentir mais uma vez o 'medo', será que ela está bem? Será que ela ainda está em coma? Será que ela está em perigo? Talvez eu estivesse entrando em crise, a respiração começou a ficar desregulada, com o ar pesando em meus pulmões, como válvula de escape a opção mais fácil era apertar o controle da televisão, não estava pronta para perder a sanidade, não ainda.

Ao ligar a televisão percebi que estava passando um filme da qual eu não conheço e muito menos sei o nome, como uma tentativa de fuga eu fui mudando de canal, pulando de um em um, só vendo as imagens sendo cortadas rapidamente enquanto o meu dedo descarregava naquele botão como uma espécie de terapia, "pula, pula, pula, pu.." sinto o meu tendão congelar como se o processo fosse bloqueado de imediato pelo o meu cérebro, assim que avisto a foto da Wendy num telejornal, eu sinto o tempo parar.. aquele relógio da parede não vai mais rodar agora... eu engoli seco e aumentei o volume da televisão saindo do sofá chegando mais perto da tv.

Tell me why? ♦ VRENE [bjh + kth]Onde histórias criam vida. Descubra agora