A primeira vista

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POV Delphine

Acordei, como de costume coloquei minha pantufa e fui para o banheiro me arrumar pra mais um dia naquela faculdade. Não que eu não goste de lá sabe, mas não acontece nada de novo já faz um bom tempo. Fiz um coque frouxo e peguei meu casaco de trás da porta e fui direto pra minha cafeteria favorita antes de entrar na aula. Eu precisava revigorar minhas energias e nada como um bom e velho café do Starbucks para me animar logo de manhã. 

No caminho encontrei alguns alunos, não moro tão longe da faculdade e o café fica quase de frente ao meu Campus então, muita gente que me conhece já passa me cumprimentando. 

Aluna: - Bom dia Professora Cormier!

Delphine: Bom diaaa! - Dou um breve aceno e um sorriso de canto de boca e penso: essa, beija bem demais...

Digamos que eu tenha uma fama um tanto quanto... Divertida. Não sou muito mais velha que esses alunos, meus 26 anos me dão vantagem na maioria dos meus alunos que ingressaram na faculdade, e aposto que dos mais novos, todos já tem 18 anos.

Começo meu dia bem, adentro o café, ajeitando meu Coque Frouxo, tiro meu casaco e vou direto ao Caixa.

 
Meu Deus! 

 
Eu nunca vi uma pessoa com olhos pintados atrás de um óculos e tão lindos. Aposto que ela sentiu o mesmo impacto que eu. Não me mexo, não respiro e meus olhos não saem dos dela. Estou hipnotizada - um pouco molhada ? - Ruborizo ao pensar nisso - Quem é ela? Nunca vi aqui... 

 
Uma voz do além pigarreia, toma a frente e e diz: 

Atendente: - O mesmo de sempre Delphine? 

Delphine: - S-simm! Por Favor!!

Sinto ela congelada mas disse meu nome baixo, eu percebi Delphine saindo de seus lábios quase imperceptível. 

Como será seu nome? Vou fingir que não ligo, pego meu café cheio de baunilha que não demora a sair e saio porta a fora.

 
O impacto desses olhos... Acho que quero vê-los de novo. Gostei da sensação.

Sigo pra faculdade. Meu dia está só começando.


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POV Cosima

Mais um dia que eu acordei sem escutar o despertador, e porra, estou atrasada! 

Parabéns, Niehaus, vai se atrasar no seu primeiro dia empregada! 

Minhas roupas dificultam a passagem até o banheiro, graças as deusas que a Alison não está em casa, ou ela me enforcaria com esse tanto de calça jogada pelo chão. Veja bem, não é que eu não seja organizada, é a Alison que tem algum distúrbio mental com limpeza, é uma versão da Mônica de Friends sem o apartamento glamouroso na Greenwich Village. Acho que o que tem nesse quarto de mais glamouroso é a minha blusa de Harvard. É mores, não está fácil para ninguém, Columbia foi a minha segunda opção. 

Tudo bem que eu esperava mais que um quarto mofado de dormitório, mas na minha atual situação tenho que agradecer de não estar morando debaixo da ponte. Como já dizia Clarice Lispector: The life snake.

Fiz a higiene matinal rapidamente porque hoje.. Hoje seria o dia! Primeiro dia no trabalho + primeiro dia de aula = só ladeira abaixo.

Tudo bem, Cosima, vai dar tudo certo. 

Peguei uma maçã para forrar o estômago e parti contra aquela manhã... Calma, esqueci meu uniforme. 

Voltei, guardei meu uniforme na mochila e parti contra aquele manhã que meu maior desejo era estar na minha cama. 

No caminho observava de longe a quantidade de estudantes se enfileirando pra entrar no Starbucks, meu novo local de trabalho. 

E sério, gente? Qual a necessidade de uma fila para tomar café tão cedo? Porque vocês não vão tomar no.....

Desculpe, eu não costumo acordar de bom humor, geralmente meu humor costuma melhorar só quando eu durmo. 

Ultrapassei os desocupados ouvindo protestos, como se eu estivesse cortando fila. Minha vontade, sinceramente, foi jogar café quente em cada pessoa daquele lugar, mas eu sorri, sorri forte, sorri porque meu chefe estava do outro lado do salão com cara feia pra mim. Quem sabe, com um sorriso, ele se esquecesse do meu atraso? É o que eu espero. 

Arrumei meu óculos rente ao rosto, e com um suspiro de queria estar morta, levantei os olhos e iniciei o meu tur.... CARALHO!

O que acabou de acontecer? Por que subitamente sumiu todo o ar do mundo? 

Aquela loira maravilhosa olhou pra mim e eu simplesmente esqueci como viver! Como se respira? Como se movimenta? Como se fala? Eu não sei, eu apenas estou babando sem conseguir esboçar reação alguma. 

São esses olhos esverdeados, tenho certeza, tem algo neles que espontaneamente me prendem de um jeito que... 

''Delphine.''

Foi esse nome que ela falou quando a atendente ao meu lado percebeu meu estado retardado e foi atende-la. 

Foi esse nome que saiu dos meus lábios em seguida, como reflexo de algo que meu cérebro não podia esquecer.

Porra, cérebro, sério? Resolveu bugar bem agora e falar o nome dela assim? - Ruborizo ao observar-la sair, principalmente ao notar em como aquela calça caia bem nela... Se é que me entende.

Certo, Cosima, foco!

Teacher's AnatomyOnde histórias criam vida. Descubra agora