Meu corpo suado escorre por todo o lençol, minhas mãos embrenham-se entre seus cabelos lisos, os grunhidos vindos de sua garganta me dão animo em movimentar-me com mais afinco, eu conseguia sentir a proximidade de meu clímax, era intenso, não estava longe, o ranger da velha cama de Eike chama minha atenção fazendo um leve e rouco "shhhhi" sair por entre meus lábios secos, sorrindo para mim sinto sua ereção penetrar-me mais profundamente – se isso era mesmo possível – arrancando-me mais gemidos.
Olho para o chão - enquanto sinto suas mãos apertar meus seios de um jeito um tanto quanto desajeitado - avisto os livros de química e álgebra jogados de forma desleixada pelo assoalho de seu quarto,lembro-me de nossa prova para monitoria daqui há duas semanas, porém antes que eu venha a pensar na razão que me fez dispersar para tão longe durante o sexo, ouço Eike gemer alto o bastante para indicar que o mesmo havia gozado, o famoso pânico de sempre ecoa dentro de mim, fazendo com que eu venha a movimentar meus quadris agilmente em mais uma inútil tentativa de fazê-lo durar tempo o suficiente para que o prazer alcançasse a mim também.
No entanto, sinto seu corpo fraquejar e desfalecer por sob o meu, fecho os olhos em pura e completa insatisfação. Não era necessário ser nenhuma vidente para adivinhar o que viria a seguir, os filmes e livros não mentiam ao narrar a forma como os homens se deitavam ao seu lado puxando seu corpo suado e cansado – no meu caso frustrado – até seu peito acariciando seus cabelos ou costas.
Após três anos namorando Eike, eu havia decidido que estava na hora de dar o famoso passo, aquele tão almejado entre os adolescentes a minha volta. Eu havia chegado a essa conclusão baseando-me no fato de que em menos de um ano seguiríamos caminhos opostos e eu queria levar comigo a lembrança dele em minha mente, meu primeiro amor que veio a ser meu primeiro amante, uma total e completa decepção para minha vida sexual. Suspiro sentando-me sorrindo de leve para Eike que, mantém um sorriso genuíno em seu rosto de menino, o mesmo sorriso que me conquistou há três anos, algumas coisas apenas não são capazes de mudar.
Procuro por minhas roupas enquanto caminho pelo quarto sentindo os olhos de meu namorado sobre mim. Apesar de não ser a primeira vez que transamos, ainda não consigo me sentir totalmente a vontade em estar nua sob a luz da lua e de sua luminária, Cloe sempre diz que, quando se esta com a pessoa amada não há espaço para vergonha ou medo, mas às vezes era inevitável não sentir um dos sentimentos.
"Você sempre fica terrivelmente calada após o sexo", diz atraindo minha atenção para seu rosto, desvio o olhar para minha saia preta de cós alto, sorrio de lado tentando aliviar a tensão que sua afirmação me causa.
"Não sou boa com as palavras, sabe disso", respondo, levanto meu rosto até o mesmo que se levanta nu e caminha até mim. Nunca fui à adolescente curiosa que passava horas em sites pornôs ou perdia tempo procurando por diferentes tamanhos e cores de um pênis, mas para mim, o conjunto completo de Eike era bastante agradável.
"Darla", diz segurando minha mão "Nos conhecemos há muito tempo, fomos amigos antes de sermos namorados, sei quando algo está lhe incomodando, por favor, seja sincera."
Sinto meu coração bater e falhar, penso e repenso na conversa que tive comigo mesma no espelho, todo aquele discurso bem escrito e decorado onde eu diria a Eike que o amo, e que a ideia de ir para uma Universidade distante da dele me faz querer chorar por horas, mas infelizmente, contrariando todas as expectativas, o sexo - a merda do sexo – não me satisfazia, pior ainda, ele ao menos me completava em algo, apenas me causava tédio e frustração, dia após dia.
E que apesar das minhas suplicas, esse não era o único problema que rodeava minha cabeça diariamente, afinal hoje completava exatos um ano e dois meses desde a partida de minha mãe para algum canto de Hollywood, e viver uma vida sem ela, e pior ainda, sem Sam, minha irmã caçula, era muito mais difícil e mórbido do que eu poderia ter pensado.
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Love Lies
RomanceEu sempre fui a certa, não a santa, pois até mesmo os santos erram, eu era apenas a melhor versão do que uma boa pessoa poderia ser, mas então eu o vi, e tudo nele gritava para que eu apenas desse as costas e continuasse seguindo meu caminho, mas er...