Capítulo Dezenove: O começo do fim

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Alex estaciona seu Jeep preto em frente a minha casa no instante em que a pequena garoa que havia começado a cair quando saímos da campina desaparece, encostada contra o banco macio – e encharcado – de seu carro, eu o encaro e contemplo seu bonito rosto.

"Isso foi mais do que eu esperava", digo olhando-o, ele sorri de lado e volta seus olhos cor de mel em minha direção, meu coração acelera quando sinto seus dedos roçarem contra a pele gelada de minha bochecha.

"Penso o mesmo", diz, olhando-me intensamente. Suspiro sentindo-me leve e despreocupada pela primeira vez em semanas.

Desde o momento em que eu havia revelado uma parcela dos meus sentimentos por Alex eu havia sentindo que o meu pequeno mundo estava enfim se encaixando, como se de repente tudo fizesse sentido, e de fato olhando-o agora eu percebia que sim, ao lado dele tudo podia ser um turbilhão, mas era o meu turbilhão, a minha escolha.

Eu sabia o que passaria ao terminar com Eike e o quão difícil seria manter tudo em segredo com Alexzander, e apesar de não me sentir cem por cento comigo mesma escondendo algo assim de Ester, eu não via alternativa viável.

Eu estaria mentindo se não admitisse que no caminho até minha casa não tivesse esperado – torcendo os dedos – que Alex dissesse que também se sentia caminhando para o mesmo lado que eu, e que assim como o meu coração sabia que estava há um passo de amá-lo, o dele também estava de me amar.

Contudo não havia sido bem assim, mas nem mesmo isso era capaz de destruir a chama de esperança e força que eu sentia em meu mais intimo.

O toque de seu celular nos tira do transe de nossos pensamentos, olho para o colo de Alex e vejo o nome de Ester piscar na tela, ele fica tenso e o atende com agilidade.

"Sim, princesa?", indaga de forma carinhosa.

Sinto uma pontada em meu estômago e me mantenho quieta. Alex esboça uma expressão de confusão, vozes altas e desconexas soam do outro lado da linha.

"Espere, espere, eu não estou entendendo nada, passe para o seu pai", diz serio. Franzo o cenho e o encaro com preocupação, vendo minha expressão Alex descansa sua mão sob meu joelho e o aperta de forma reconfortante. "Braylen? O que está acontecendo?", indaga a seu irmão.

Alex se mantém em silencio enquanto seu irmão lhe diz algo, sua expressão mantém-se confusa, no entanto mais calma enquanto ele assente. "Ok, eu estou indo e falamos melhor", diz se despedindo rapidamente.

"O que está havendo?", indago. Ele aperta meu joelho e se vira para mim sorrindo de leve.

"Algo com Ester, Braylen apenas me disse para voltar, não explicou a razão", diz descansando sua cabeça contra o encosto do carro, passo meus dedos em seus fios castanhos e ele fecha os olhos em apreciação.

"Acho que isso significa o fim do nosso passeio", digo.

Alex abre os olhos e me encara. "Sim, por enquanto sim, mas eu estava pensando...", começa travando. Arqueio a sobrancelha e ele pressiona os lábios antes de molhá-los com sua língua.

"Sim?"

"O que acha de um jantar?", indaga-me.

"Como um encontro?", sussurro sendo incapaz de acreditar que algo semelhante possa estar acontecendo.

"Sim, como um encontro. Não poderia ser em publico, ao menos não agora, mas eu tenho um lugar, e eu poderia cozinhar para você", diz mordendo os lábios.

Encaro-o impressionada, seguro a risada de alegria que me invade e pressiono os lábios acenando para o mesmo. "Isso é uma boa ideia, eu gosto, e não sabia que você cozinhava", digo-o.

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