Capítulo • 17

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Abro meus olhos e deparo-me deitada na minha cama. O raio de sol queima meus olhos fazendo-me piscar por algumas vezes.

Me pergunto como vim parar aqui...

Lembro de ter dormido no carro de Chase na noite passada, enquanto sonhava com a sua voz em meus ouvidos...

Olho para meu lado e não o vejo. Talvez ele houvesse ido embora?

Me espreguiço abrindo os braços, levantando-me até o banheiro onde escovo meus dentes.

Passo pelo espelho grande que há no meu quarto e vejo que estou vestindo apenas minha calcinha verde, juntamente com a mesma blusa da noite passada.
Estranho, não me recordo de tirar a roupa, nem ao menos caminhar até minha cama.

Pego um shorts de algodão que estava jogado na cadeira que havia em frente a cama e o visto. Desço as escadas coçando meus olhos a fim de despertar do sono que ainda persistia. Quando tenho a certeza de estar na sala eu retiro as mãos que tapavam minha visão.

Eu estava parada de frente a cozinha, e encontro meu pai sentado em um dos bancos, próximo dele estava Chase. Ele estava sem camisa e o corte em seu supercílio fora coberto com um curativo.

Eu pulo em um susto.

Os dois olhavam para mim fixamente.

O meu pai estava bem ali.

— Querida, que bom que acordou... Você demorou, bastante na verdade — disse meu pai, calmo como um monge. Enquanto meu estômago se revirava por dentro de mim.

— Pai? O que faz aqui? — eu ainda continuava boquiaberta, sem acreditar.

— Não lembra que eu falei que visitaria você? Ou achou que eu estava blefando? — meu pai sorriu.

Eu escondi meu rosto entre minhas mãos, a ficha ainda não estava caindo.

— Chase... — eu quis formular uma frase.

Mas antes que pudesse meu pai me interrompe.

— Não se preocupe meu bem, eu já conheci o seu namorado.

Eu mordi meu lábio involuntariamente, pensando como eu explicaria a ele. Que Chase não era absolutamente nada meu, e o porquê ele estava na minha casa essa hora da manhã sem camisa.

Chase enfiou um copo de água na boca, tentando esconder um riso.

— Ele não é meu namorado, pai... — comecei.

— Ah, não? — meu pai pareceu mais confuso que eu, neste exato momento. — Hum, interessante — encarou Chase. — Tomamos café juntos. Não se preocupe, deixamos algumas coisas pra você também — ele piscou para Chase.

O quê?

Meu pai parecia mais íntimo de Chase do que ficara com todos os meus amigos.
Meu pai não sorria e piscava para qualquer um.

— Vocês tomaram café juntos? — eu repeti, descrente.

— Algum problema? — Chase falou, pela primeira vez aquela manhã.

Eu o fuzilei com um olhar matador.

Ele deveria ter dado uma desculpa ou apenas sair de fininho, sem deixar que meu pai o visse. Agora por sua causa eu estava incrivelmente encrencada.

— Sente-se querida, venha tomar café. Preciso falar com você.

Eu caminhei em passos lentos até onde meu pai estava.

A bancada estava repleta de frutas, geléias, pães, queijo e alguns waffles. Havia também, uma cafeteira – que eu não me recordava – e suco de laranja.

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