Capítulo • 31

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Escutem a música (no momento certo ;) )


Ariel dirigia o carro quieta, concentrada na pista que estava quase deserta. Eu gostava de ficar a observando sem que ela percebesse, quando não estava encostado na minha janela do passageiro. Em um gesto rápido meus olhos foram atraídos para sua mão direita no volante, e lá no seu dedo anelar enxerguei um belo anel de brilhantes. Com uma pedra que poderia custar mais de três dígitos facilmente.

— Nunca tinha reparado esse anel antes — comentei.

Ariel assustou-se com o som da minha voz, olhou-me apreensiva e encarou o anel no seu dedo.

— Ah, eu ganhei de Elijah um dia desses — respondeu.

Eu abri os olhos em surpresa.

— Você está noiva?

— NÃO! — disse ela, rapidamente. — Isso é só um anel... de compromisso.

— Pensei que anel de compromisso os dois usassem — franzi o cenho.

Ariel me fitou incompreendida.

— Não sei bem como essas coisas funcionam.

Eu ri.
O cara deu um anel simplesmente pra marcar território, ele acha que aquilo me manteria longe? Pena.

— Que garoto esperto, te deu um anel pra mostrar que você é comprometida, enquanto ele continua "solteiro" pelos olhos de quem não conhece — fiz um sinal de aspas com os dedos.

— Cala boca. Ele só fez isso porque você não parava de dar em cima de mim naquele jogo dos Lakers, ainda foi falar merda no ouvido dele! — me olhou raivosa.

Gargalhei.

— Ele sabe o que você fez no banheiro comigo naquele dia?

Ela revirou os olhos.

— Você é tão... idiota!

— Eu? Por quê? — me fingi de desentendido.

— Nada! — rosnou.

Ao olhar a rua pelo vidro do carro, vi que o rumo que ele estava tomando não era o caminho para minha casa. E sim, para o apartamento dela.

— Pra onde está me levando, Senhorita Hayes? — indaguei levantando uma das sobrancelhas, com um sorriso sarcástico nos lábios.

— Esqueceu que tem que passar pomada nos seus outros machucados? Eu tenho um cicatrizante em casa.

Ah! Verdade! Você prometeu isso ao Doutor — sorri.

Ariel revirou os olhos.

A felicidade em mim transbordava em saber que ela realmente importava-se comigo. Era nítido.

Ao estacionar com o carro na garagem do subsolo, subimos pelo elevador até o seu andar. Marchamos para seu quarto, onde se encontrava a sua caixinha de primeiros socorros.

— E então, o que faço agora? — cocei a cabeça, tentando cortar o clima de tensão.

Aquela merda de tensão entre nós sempre crescia quando estávamos a sós.

— Acho melhor você tomar um banho primeiro, pra tirar todo esse sangue que já secou na sua pele.

— Tudo bem, você quem manda — fiz um gesto de continência tipo soldado.

Entrei no banheiro do quarto de Ariel, e quando estava praticamente pelado ligando a água morna do chuveiro a escuto bater na porta e gritar do lado de fora:
— Tem um sabonete neutro na segunda gaveta embaixo da pia, acho melhor usar ele por causa das feridas recentes. O shampoo está na prateleira dentro do box.

NOCIVOOnde histórias criam vida. Descubra agora