Fresh start

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"Não, Dinah. Eu não acho ela quente. Você é irritante, você sabe, right? Dinah, ela tá olhando"

"Ela" é Lauren jauregui. Eu, Camila Cabello.

  Parece ser um dilema o fato de todas as vezes que está tudo indo bem, algo interfere. O meu "algo", é, na verdade, alguém.
Lauren Jauregui. Creio que muita gente tem problema na escola por nota baixa. O meu problema é outro. Talvez eu não devesse odiar o fato da minha professora ser extremamente atraente, certo? Bem, mas quando ela é Lauren Jauregui, sim, isso é um problema.

             *uma semana antes*
Terceiro ano do ensino médio. Penúltimo ano para que a escola acabasse e eu me visse livre dessa rotina exaustiva de ir para aula e aguentar todo ano o mesmo tipo de pessoa. Logo na primeira semana, começaram as introduções rotineiras. Novos professores, novos alunos, novas matérias, novas notas baixas. Realmente, empolgador.
  Já era terça feira, o que significava dois dias a menos até o final de semana, quando ela entrou na sala. Claro, todo mundo observou cada detalhe nela, olhando a mulher de cima a baixo. Com o currículo extenso de professoras velhas ou gordinhas, nenhum de nós tínhamos visto uma professora bonita antes. Alguns, como Dinah, sussurravam que devia ser uma aluna perdida. Outros, como eu, apenas observavam curiosamente.
   Por quê tamanha curiosidade? Bem, quando você tem 16 anos e vê uma mulher com a pele alva, os olhos extremamente verdes, os cabelos negros longos e o corpo perfeitamente desenhado, é comum você ficar surpreso, principalmente se ela for sua professora.
    Em questão de minutos, ela se apresentou. Lauren Jauregui, nossa nova professora de literatura inglesa, em seus 22 anos e em sua primeira classe. Aos poucos, todos os alunos ficaram encantados com Lauren.
   Pela beleza, pelas aulas. Mas ah, Jauregui estava longe de ser querida pelos seus alunos. Ela fazia o tipo professora hostil. Literalmente, reclamava do mínimo detalhe de toda situação. Tratava os alunos friamente, se mantendo distante o tempo todo. E, como isso não parecia suficiente para Lauren, ela tinha que implicar com alguém em especial. E, óbvio. Esse alguém tinha que ser Camila Cabello.

   Diversas vezes eu e Dinah entramos nesse assunto. Abordamos diversos motivos pelos quais Lauren teria alguma implicância comigo; talvez por eu não dar em cima dela. Talvez por eu ser mais reservada. Mas nunca chegamos à uma conclusão.
Apesar de tudo, eram nesses momentos que eu agradecia por ter Dinah sempre por perto. Provavelmente porque por ser a minha melhor amiga, ela me impedia de socar a cara de Lauren dez vezes por dia, e sim, nos dois dias que Lauren nos dava aula por semana.
 
Apesar de tudo, a implicância era algo fácil a ser relevado. Nosso contato se restringia a sala de aula, e acho que eu demonstrava o suficiente o fato de não gostar dela.
  Alguns meses depois, finalmente conseguimos nossas merecidas férias; trinta dias de paz, trinta dias sem escola, rotina, sem Lauren jauregui.
  Nesse mês, eu me foquei na única coisa a qual eu tornei prioridade: eu mesma. Cada ida à praia estava óbvia no meu tom de pele, e Dinah afirmava que eu estava mil vezes mais tranquila.
  Sabe quando você acorda já querendo dormir? Bem, foi como eu acordei no dia de volta às aulas. Não sabia se ficava ansiosa ou com vontade de morrer, mas acho que a segunda opção ganha. Ao me levantar, alcancei rapidamente a saia e a blusa, uniforme do qual não senti falta, os vestindo e calçando meus vans pretos antes de sair, preguiçosamente, até a escola.
No início do dia foi tranquilo aguentar dois tempos de cinquenta minutos na presença do professor entediante de química. Mas, quando chegaram ao fim, me lembrei do que viria a seguir; literatura inglesa. Um longo suspiro escapou da minha boca. Felizmente, eu estava sentada de forma distante da mesa dos professores, praticamente do lado oposto da sala, portanto, o contato seria mínimo.
Em cerca de segundos, Lauren invadiu a sala. Seus cabelos pretos estavam com indícios de cachos e no seu corpo só podia se ver a calça skinny preta e a regata branca colada. É um pecado alguém tão insuportável ser tão lindo.
Sem falar uma palavra, Lauren se dirigiu ao quadro, escrevendo continuamente antes de sentar na sua cadeira e me encarar. Dois segundos depois, quebrei o contato, desviando o olhar, encarando apenas a minha própria mão descansando na minha mesa. Como se fosse a coisa mais interessante do mundo, a visão dos meus dedos não foi o suficiente para abafar o barulho de seus saltos batendo no chão e vindo na minha direção. A única frase que fui capaz de formular foi: o que ela quer?
  Ao chegar no seu destino, que pelo visto era eu, ela se posicionou ao meu lado, de forma que a sua perna tocasse a minha. E a única coisa que pairava sobre a minha mente era a mesma pergunta.

Demon teacher (SOB EDIÇÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora