Capitulo cinco: A verdade

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Depois do que a Stefani me contou, comecei a pensar em como chegar até o Slender e falar com ele. Mas dada as circunstâncias, seria muito difícil.

— Filha, ele apareceu repentinamente? — perguntei.

— Sim! Jojo e eu estávamos navegando na internet quando tudo aconteceu. — respondeu.

— E onde está a Jennette? — perguntei.

— Sei lá, deve ter ido para casa. — respondeu. — Mãe, por favor, me conte sobre esse homem.

— A história é longa, mas sente-se, irei contar. — respondi. — Na verdade, irei contar o que nós vivemos, na nossa época.  Quando éramos crianças, buscamos sobre a lenda do Slender Man, abrimos o portal para o mundo dele e o encontramos. Antes eu não acreditava nessa fábula, mas depois que minha melhor amiga sumiu, não pude mais negar a existência dele.

— Que amiga, mamãe? — perguntou Stefani.

— A Clarice. Pois bem, quando eu entrei no portal com o meu amigo Justin, encontramos outra dimensão, um mundo diferente, um cosmo inverso. Haviam outras crianças lá, eles ajudavam o Slender a construir um tipo de fortaleza.

— Ele matava as crianças? — perguntou Stefani.

— Não. — respondi. — Bom, nessa bagunça toda, nós descobrimos que o Slender Man, na verdade estava sob um feitiço e nós acabamos descobrindo como reverter esse encanto. O salvamos.

— Então ele era humano? — perguntou Stefani.

— Sim e concluindo isso tudo, o Slender Man era o seu pai. — digo.

— Espera aí, deixa eu ver se entendi... depois que desfizeram a magia, viram que a forma verdadeira por trás do monstro era a do Théo, meu pai. — disse Stefani.

— É, isso mesmo. — respondi. — E aquele livro que você encontrou quando estava mexendo nas minhas coisas, foi o que usamos para desfazer a bruxaria, lá tem inúmeros encantos.

— E por que a tia Isabella tem um desses guardado em casa? — perguntou Stefani.

— Willian, Emily e eu tivemos a ideia de fazer uma cópia do livro. O difícil seria reproduzir a capa, então decidimos fazer uma imitação falsa qualquer da capa mesmo, já que a única coisa que nos interessava eram os feitiços. — respondi. — Nisso, pedimos para a Isabella guardar, em razão dela ter sido a menos envolvida na história.

— Não tem medo dessas mandingas serem expostas? — perguntou Stefani.

— Estão seguras, não tem porque se preocupar. — respondi. — Mais alguma pergunta?

— Não, acho que já está tudo esclarecido. — disse Stefani. — Se me dão licença, vou subir para o meu quarto.

Stefani levantou-se e saiu, percebi que havia ficado confusa e até mesmo chateada com o que aconteceu.

— Ela vai compreender com o tempo. — disse Théo.

— Ela deve ter ficado chateada com o fato de que você, antes, era um monstro, sei lá... — digo. — Preciso que me ajude a arrumar as coisas para o Willian e a Emily. Eu disse que eles poderiam ficar aqui enquanto se recuperam do acidente.

— Está bem. — disse Théo.

Até eu descobrir o que está acontecendo, vai levar tempo e todo cuidado com as crianças da cidade, é  pouco.


{Stefani}

Eu estava desorientada depois daquela conversa com a minha mãe, mas agora sei de fato o que aconteceu. Peguei meu celular e liguei para Jojo, mas ela não me entendeu.

— Ah, que ótimo, minha melhor amiga deve estar me ignorando. — digo à mim mesma.

Joguei meu celular em cima da cama, apanhei meu pijama e segui em direção ao banheiro, mas antes que pudesse sair do quarto, meu celular começa a tocar.


Chamada on

— Alô?

— Fala aí, Fanizinha!

— Oi, Filipe...

— Que voz é essa? está tudo bem?

— Minha mãe me contou sobre o Slender  Man. Amanhã, na escola, te conto tudo.

— Beleza, melhor ir descansar.

— Estou indo, até amanhã.

Chamada off


Coloquei o celular na cama novamente e fui tomar banho.


{Spencer}

Arrumamos o quarto de hóspedes para Willian e Emily. Théo estava preparando algo para comermos.

— Estou faminta! — digo, indo até a cozinha.

— Preparei uma sopa, mais prático. — disse Théo.

Não demorou muito para Willian chegar. Fui atender a porta e ajudar com as malas.

— Obrigada pela ajuda, Spencer. — disse Emily.

— Não precisa agradecer. — digo.

Colocamos tudo em ordem e fomos jantar.

— Conversou com a Stefanie? — perguntou Willian.

— Sim e acho que ela entendeu bem. — disse Théo.

— Ela precisa de um tempo para processar tudo isso. — digo.

— E se ela estiver com medo? — perguntou Emily.

— Eu acharia normal até, ela é criança e descobriu coisas que vão além do seu entendimento. — digo.

— Mas ter medo do próprio pai não é normal. — disse Théo.

— Calma, irmão. Ela só precisa de espaço. — disse Willian.

Papo vai, papo vem e a noite vai caindo sobre nós. Assim que terminais de nós alimentar, arrumamos tudo e fomos descansar. O dia seguinte será longo.

Slender Man - O Conto [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora