Capítulo onze: O encanto proibido

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{Emily}

Assim que abrimos o livro, folheamos cada parte, cada escrita e cada detalhe da obra.
Percebemos um detalhe mínimo no livro, as páginas finais não estavam lá. Elas foram arrancadas.

— O quê? Como assim acabou? — perguntei, incrédula.

— As páginas foram tiradas daqui, mas por quem? — disse Isabella. — Têm algo escrito aqui sobre um encanto proibido, devem estar nas páginas que estão faltando.

— Agora ferrou de vez. — digo.

— Vamos esperar a Spencer chegar aqui e conversaremos sobre o que fazer. — disse Isabella.


{Spencer}

Eu cheguei na floresta e saí correndo para dentro da mesma atrás da minha filha.

— Stefani! — gritei até doer meus pulmões.

Continuei a correr pelo meio do nada incansavelmente e devo admitir que estava perdendo as forças. Aquele lugar era imenso, eu precisaria de uma ajuda maior, ou seja, a polícia. Irei notificar o desaparecimento da Stefani.


{Théo}

Minha filha sumiu de meus braços como se fosse poeira e eu estava sem saber o que fazer.
Percorri de volta para a saída daquele matagal gigantesco e por sorte, encontrei O Willian.

— Will! — gritei.

— Théo! Meu Deus, o que aconteceu aqui? — perguntou.

— A Stefani, ele levou a Stefani. — respondi, desesperado.

— Você precisa se acalmar, entendeu? Olha, a Spencer estava a caminho daqui quando falei com ela algumas horas atrás. Eu vou te levar para o hospital e você vai me contar tudo o que viu. — disse Willian.

— Está bem. — digo.

Fomos andando até o carro, O Will me ajudou a caminhar, pois eu havia torcido o tornozelo e estava com dificuldades para andar.
Entramos no carro e seguimos para o hospital, no trajeto eu comecei a contar o que rolou lá na floresta.


{Spencer}

Eu liguei para a polícia avisando sobre o ocorrido e eles já estavam tomando as devidas providências e eu, claro que não desisti de rodar a floresta inteira atrás da Stefani.
De repente começo a ouvir sussurros e tenho a sensação de que estou sendo observada.

— Olá? — gritei.

Nada de alguém responder e eu já estava aflita. Andei mais um pouco e encontrei marcas incomuns nas árvores, pareciam como um "X". Poderia ser algum animal selvagem marcando território ou sei lá. Mas por algum motivo, aquilo me chamou atenção e eu fui seguindo as marcas, até dar de cara com uma cena horrível.


{Emily}

Enquanto esperávamos pela Spencer, eu fiz uns biscoitos para quebrar o clima tenso, sabia que a Isabella estava preocupada com tudo isso e eu queria ajudar de alguma forma.

— Coma uns biscoitos, Isa. — pedi.

— Ah, obrigada! — disse, pegando alguns. — Tive uma idéia. Já que pesquisando na internet, com o navegador comum nós não estamos achando nenhum tipo de informação, nos poderíamos entrar em outra camada da internet.

— E que camada seria essa? — perguntei.

— Os jovens a chamam de Deep Web. Lá é encontrado todo tipo de conteúdo proibido e banido de um navegador comum como o "Google" e eu acredito que lá possa ter alguma informação sobre o Slender. — disse Isabella. — Meu sobrinho por nós ajudar, vou ligar para ele.

— Então tá... — digo, sem entender nada.

Isabella pegou o celular e discou o número de seu sobrinho, o Harisson. Espero que essa teoria dê certo.


{Spencer]

Encontrei o corpo de Joelle jogado no chão, sem cor, sem vida, sem nada. Aquilo doeu em mim, pois eu lembrei de quando perdi a Clarice.
Peguei meu celular rapidamente e liguei para Willian, mas aquele idiota não me atendeu e eu estava sozinha com uma menina de provavelmente treze anos, morta. E eu tive que ficar lá, esperando a boa vontade do meu melhor amigo retornar a minha ligação.


{Emily}

— Harisson está vindo. — disse Isabella.

— Olha, não está um pouco tarde para ele andar sozinho pela rua? — perguntei.

— Sim, está. Mas pedi para ele pedir ao vizinho para acompanha-lo até aqui. — respondeu.

— Ah, está bem. — digo. — Vou ligar para a Spencer.


Chamada on

Alô?

— Emily, graças à Deus!

— Spencer, onde você está? A ligação está péssima.

— Estou na floresta, onde está o Will?

— Ele ainda não chegou aqui, Spencer.

Preciso de ajuda.

Chamada off

A ligação caiu e meu coração ficou apertado.
Liguei para o Willian, mas o mesmo não me atendia. Todo mundo estava em apuros nesta droga de cidade.


{Willian}

Eu ouvi tudo o que aconteceu com o Théo e em vista dos relatos, a Stefani foi parar no cosmo invertido  junto com o Slender Man, mas buscá-la não será uma tarefa fácil.

— Droga, meu celular descarregou. — digo.

— As meninas devem estar aos prantos sem notícias. — disse Théo.

— Isso é verdade, mas não iremos demorar aqui. Só queremos garantir se está tudo bem com você. — digo.

Demos entrada na emergência e esperamos para alguma das enfermeiras dar uma olhada no Théo.


{Spencer}

Eu já estava parada lá há tempo demais, então me levantei e comecei a dar alguns passos. Ouvi mais sussurros e a sensação de estar sendo observada aumentou mais ainda, fiquei arrepiada quando senti a presença de algo.
Olhei para trás e dei de cara com o meu pior pesadelo, novamente.

Slender Man - O Conto [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora