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Matheus

Vitória estava doida.

Eu tinha acabado de ser bloqueado sem motivo.

Eu estava preocupado e um pouco bravo. Ela tinha ido sem mais nem menos para Maresias ontem de madrugada e não me mandou nem uma mensagem.

Um "Oi matheus, tô indo pra maresias" já me bastava. Eu sou o namorado dela, afinal, não?

Agora ela jogou na minha cara que a amiga dela tinha sofrido um abuso e que fui insensível... Caraca, eu sou um idiota!

Eram cinco para o meio dia e eu estava no treino. Até o meio-dia treinariamos e depois seríamos liberados para o almoço. Eu iria falar com o Renato para tentar ser liberado, ou algo assim.

Quem é que quer jogar contra o CSA por pontos corridos tendo uma DR com a namorada que tá lá em Maresias cercada de surfistas gostosões?

Foi exatamente esse o assunto que coloquei na mesa com o Renato. Ele bufou e me olhou irônico.

- Todo meu elenco titular tá com a namorada em Maresias? - Renato soltou.

- Ah, só dois... - Eu olho sugestivo. - Vai ficar Luan, Pyerre, Darlan olha que peso esse time. - Renato me olhou depois do que eu falei com uma cara de "tá querendo mandar no meu trabalho?"

Depois eu argumentei um pouco mais e finalmente consegui convencê-lo a me dar até quarta-feira para estar aqui de volta.

Mandei mensagem para Pepê e combinamos de ir juntos ainda hoje. Teríamos a companhia de Diego, irmão adolescente da Gabriela, e isso seria interessante levando em conta que esse menino é colorado e eu teria alguém para pegar no pé durante a viagem.

Sarrafiore tinha conseguido ser liberado porque inventou a torção de pé no treino e estava enfaixado. Aquilo era a mais pura atuação e ele viajaria junto comigo e com Pepê.

Giordana

Eram perto das sete horas da noite e eu estava conversando como o Felipe sobre a possível melhora da Gabi.

Estávamos só eu e ele na frente da porta do quarto de Gabi, que permanecia desacordada. Ele me contou como ela poderia reagir com as pessoas, mas disse que não podia afirmar o que iria acontecer por que cada uma reage de um jeito.

Ele me contou umas coisas engraçadas e eu eu soltei uns sorrisos.

- Seu sorriso é bonito... - Ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás. 

- Que merda é essa, Giordana? - Ouço uma voz conhecida e levanto o olhar do chão.

- Du? - Digo surpresa e sorrio. Ele veio até aqui por mim.

- É, sou eu. - Ele estava sério. - Parece que eu nem precisava ter vindo, você arrumou a companhia de um babaca. - Ele me olhou bravo e meu sorriso se desfez.

O que ele estava fazendo?

- Eduardo, o que tu tá falando? - Eu o olhei séria.

- Me ama, Gio? Sério? Tu tava flertando com esse aspirante a Medina! - Aponta para Felipe.

- Tu veio até Maresias pra ter crise de ciúmes em um momento desses? - Eu retruca séria e desacreditando do que estava acontecendo.

- Espera aí, eu só estava conversando sobro o quadro da Gabriela com a Gio. - Felipe se pronunciou.

- "Gio"? Vocês tão íntimos assim? - Ele me olha debochado, ignorando a explicação de Felipe. - Eu pedi folga de um jogo pra tá aqui, Giordana, pra te encontrar flertando com um merdinha? - Ele me olha com desprezo. Eu nem tava com cabeça pra ficar com raiva, daí eu fiquei triste mesmo.

- Escuta aqui, cara, você tá sendo duro demais, não estava acontecendo nada de... - Felipe tentava explicar mas Eduardo o interrompeu com um soco no rosto.

Eu arregalei os olhos, mas nem fudendo ia tentar separar, que estado e porte físuco eu tenho pra isso?

Logo Felipe revidou, eu virei pra tentar achar ajuda mas Matheus, Martin e Medina brotaram do nada para apartar a briga.

Eu só conseguia chorar, novamente.

- Tá vendo essa porta aí atrás, Aquino? É a do quarto da Gabi. Obrigada pelo respeito, dos dois. - Olho para o Felipe também no fim da frase e saio da recepção.  Precisava de ar puro.

Sinto alguém me seguir e uma voz feminina desconhecida gritar "Moça, espera".

Eu paro na porta de entrada do hospital e deixo a pessoa me alcançar.

Não sabia quem era mas sabia que as meninas não eram. Llyanna e Vi tinham ido tomar um banho na casa do Medina para que depois eu e ele fôssemos. Sim, íamos revezar turnos.

Abraço aquela menina e choro no ombro dela. Eu estava vulnerável o suficiente pra chorar no ombro de uma desconhecida, olha que fase da minha vida.

- Calma, tá tudo bem! - A menina passa a mão no meu cabelo. Eu levanto o rosto enquanto limpo as lágrimas. - Sou Giulia, quer me explicar o que aconteceu agora? - Ela me olha apreensiva.

- Tu tá em um hospital, algo ruim deve ter acontecido contigo também.  - Deduzi e vi ela dar de ombros.

- Resfriado. - Ela disse e eu sorri.

𝙸𝚗𝚜𝚝𝚊𝚐𝚛𝚊𝚖 | 𝙴.𝙰 (𝙿𝚎𝚙𝚎)⁽ᶠᶦⁿᵃˡᶦᶻᵃᵈᵃ⁾Onde histórias criam vida. Descubra agora