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Llyanna

Recebemos mensagem de Vitória próximo da uma da tarde.

Notícias ótimas, Gio estava acordada!

Assim que descobrimos, eu e Giulia saímos correndo em direção a um táxi, sem tempo pra chamar uber, irmão!

- Se tivéssemos sido positivas tinha dado errado! - Giulia diz me fazendo rir.

- Sim!!! - Concordo como se houvesse sentido na teoria.

Fomos o caminho todo super animadas. Fizemos amizade com seu Antônio, taxista a 25 em Porto Alegre. Tem 3 filhos, 5 netos e perdeu um filho faz 7 anos. É casado tem uns 40 anos, ele não sabia dizer ao certo.

Depois de um bom tempo de papo com seu Antônio chegamos no hospital. Pagamos a corrida, deixamos uma gorjeta porque ele é muito legal e saímos correndo.

Assim que entramos desanimamos logo de cara. Clari estava séria e pensativa, Vitória chorando, Matheus Bostão Henrique abraçado nela, Pepê conversando com o médico e Luan sentado em um banco afastado.

Ih.

- Qual foi? - Giu perguntou assim que entrou.

- Ela está acordada. - Luan disse e eu sorri. - Mas não lembra de ninguem, basicamente. - Dá de ombros, como quem não entendeu nada.

Espera, que?

- Que? - Giulia falou. - Ninguém?

- Só a mãe e o pai. - Matheus falou.

Eu não conseguia falar nada. Estava em choque.

- A gente pode ver ela? - Giu perguntou e o médico concordou voltando a dar atenção para Pepê.

Rumamos ao quarto dela seguindo as instruções da Tia Clari. Assim que chegamos, Giu bateu na porta e ouvimos um "entra".
Assim fizemos.

- Oi?! - Giulia disse sorrindo.

- Oi... - Gio sorriu de volta. Engoli seco.

- Oi! - Disse séria.

- Oi! Vocês são minhas amigas? - Ela perguntou. Cara, como assim?

- Sim! - Giulia concordou. - Qual a última coisa que você lembra?

- Não muita coisa... - Ela exitou.

- Nós... Nós nos conhecemos no sétimo ano, você não lembra? - Perguntei segurando a choro. Era pesado isso.

Ela negou com a cabeça.

- Desculpe... - A culpa não era dela. Eu só concordei.

- Com licença. - Sai correndo e me juntei ao clubinho da Vitória para chorar. Gabi já estava ali, chorando também. 

Amnésia, dona Giordana? Você só me dá trabalho.

Eduardo

Fiquei umas duas horas conversando com o médico. A chance dela voltar a ter a memória era 99%. Nós só precisávamos mostrar fotos e contar histórias que de pouquinho em pouquinho ela lembraria.

Concordei e fiquei o mais neutro possível.

Eu ainda não tinha ido vê-lá.

Eu não tinha coragem. Era por culpa da minha birra que ela estava ali. E isso me destruía.

- Você tem que ir vê-la... Deve isso à ela! - Ouvi uma voz feminina e olhei para cima. Era a mãe dela.

Engoli seco.

- Eu... - Suspirei. - Não tenho coragem. - cocei a cabeça.

- Eu, verdadeiramente, não estou nem ai. - Sorriu, nossa a Giordana era igual. - Talvez, se tu for ver ela, ajude. Tu foi a última pessoa que ela viu antes do acidente. Acho que... que tu é importante agora. - Ela deu de ombros. Acho que é a primeira pessoa que me diz isso nesse hospital. - Por favor. Vai ver ela! - Me esticou a mão e e eu concordei.

Nos abraçamos e eu beijei o topo da cabeça dela. Na família da Gio, todas as mulheres têm meio metro de altura.

- Obrigado. - Sorri e ela sorriu de volta.

Rumei para o quarto dela e bati na porta. Abri antes de ter permissão.

- Oi! - Giulia disse sorrindo. -Acho que vou deixar vocês a sós! - Abraçou a Gio é cochichou algo no ouvido dela.

Danadas.

Giu saiu e ficamos apenas nós dois no quarto.

Tenso.

𝙸𝚗𝚜𝚝𝚊𝚐𝚛𝚊𝚖 | 𝙴.𝙰 (𝙿𝚎𝚙𝚎)⁽ᶠᶦⁿᵃˡᶦᶻᵃᵈᵃ⁾Onde histórias criam vida. Descubra agora