Giordana
Desde aquela festinha havia passado uns dois dias e nesses dois dias o Eduardo não tinha me dado nem um "Oi" por SMS.
Estava cada minuto mais brava e tentando ignorar a vontade de ir até a porta do apartamento dele e perguntar "Qual foi, meu?"
O jogo do Inter contra o Fluminense seria as 19h no Maracanã portanto, nos juntaríamos na minha casa dessa vez.
O certo era o Eduardo estar junto mas como o filho da puta está me ignorando eu nem cheguei a comentar com ele sobre isso.
Marcavam 15h da tarde e é era sábado. Faculdade pra mim só segunda, graças a Deus.
Eu já estava muito brava e querendo arranhar a linda cara japonesa do Eduardo só de raiva, então decidi vestir uma roupa, engolir meu orgulho e ir atrás da peste.
Assim fiz, coloquei uma blusa do Inter número 23 com meu nome, um moletom do Eduardo que estava perdido por aqui, uma calça jeans clara e um tênis all-star.
Saí e percebi que chovia, mas chovia fraco e o Eduardo nem morava tão longe assim, muito fiasco pagar uber por causa disso, fala sério.
Coloquei o capuz, pus as mãos no bolso do moletom, encolhi os ombros e fui rumo ao condomínio do príncipe encantado sem o príncipe e sem o encanto.
Chegando lá pedi para o porteiro informar que eu estava ali embaixo e assim ele fez. Eu gostava muito do seu Adelar, era o nome do porteiro, um senhor muito simpático, ele já havia acostumado com minha cara e disse que achava um incrível porque fazia um bom tempo que o Eduardo não entrava com várias mulheres mas sim com uma só.
Sorri meio boba, eu sou uma retardada mesmo.
Entrei assim que fui autorizada. Me direcionei a torre que ele mora e entrei. PRA QUE MORAR NO VIGÉSIMO SEGUNDO?
Depois de cinco anos do elevador cheguei e toquei a campanhia.
- E aí. - Ouço a voz rouca de Eduardo assim que ele abre a porta. Escabelado, sem camisa, rostinho inchado... Se eu não tivesse tão brava já ia tirando minha roupa e sentando em cima dele.
- Oi... - Falei na porta. Não ia entrar sem ser convidada e e ele sabe. O vejo revirar os olhos.
- Entra. - Ele diz virando as costas. - O que você quer aqui? - Pergunta seco. Ah meu deus, o que eu fiz dessa vez?
- Bom... Hoje a social é na minha casa, vim te convidar. - Tento ser meiga pra ver se derrete o gelo do coração dele.
- Não conhece whatsapp? - Ele pergunta ainda ríspido servindo um café pra ele.
- E tu não conhece educação? - Pergunto desistindo de ser querida.
- E tu não conhece sentimentos? - Me olha sério.
- Pelo visto quem não conhece é tu que decidiu me ignorar e nem dar satisfações. - Devolvo o olhando.
- Qual é a tua? - Cruza os braços. Isso fez seus músculos ficarem mais visíveis e... EU ESTOU BRAVA, NÃO VÃO SER MÚSCULOS QUE VÃO ME GANHAR. - Tu chega, aí a gente vai ficando, do nada tu cansa e vai pra outro? - O que ele está dizendo? Que outro? Faço minha melhor cara de confusão. - Não te faz de confusa, Giordana, olha as fotos que tu postou, olha aquela foto com o Gustavo. Abraçadinha isso e aquilo. - Faz gestos que se não fosse o momento eu iria rir.
- Como assim, Eduardo? Gustavo é meu amigo e... - Ele solta um risco debochado. - Eduardo, tu já tá me ofendendo. - Completo ficando brava.
- Tu acha que tu não me ofende enquanto me enrola e fica com outros? - Pronto. Foi a gota d'agua. Abri a boca em um perfeito 'o'.
- Sabia que quem era pra ser assim era eu? Tu tem um monte de guria linda na tua volta enquanto eu sou só mais uma comum. Isso sim machuca. Elas dando em cima e tu fingindo que eu não tô perto. Ouvir o porteiro do teu condomínio dizer que eu sou a PRIMEIRA menina que vem mais de duas vezes aqui. - Digo e ele nega com a cabeça.
- Claro, tu é a vítima, né? - Ele se escora no balcão
- Chega, eu não tô aqui pra te aguentar toda hora com esses colapsos de insegurança. - Dou de ombros. - Acabou, seja lá o que tínhamos, acabou. - Eu digo e o vejo dar uma leve arregalada nos olhos. Logo ele voltou para sua pose.
Somos dois orgulhosos.
- Tá terminando o que? Pra terminar alguma coisa precisa ter algo. - Ele solta a pior frase que já ouvi.
- Depois eu que estava enrolando. - Digo isso é viro as costas. Ouço ele bater com a mão na testa e gritar meu nome.
Tarde de mais.
Entro no elevador e espero chegar no hall. Quando ponho o pé pra fora do condomínio ouço um trovão tão alto que solto um gritinho.
A chuva começa a cair muito forte e eu preciso me apressar. Mal enxergava as coisas na rua, meu choro embaçava a visão e junto com a chuva eu estava basicamente cega.
Vou atravessar a rua e só ouço uma buzina muito alta logo após uma pancada forte.
Vitória
- Chega, vai a merda! Toma isso! - Llyanna me alcança uma caixinha após meu quarto vômito do dia.
Eu me recusava a fazer esse teste mas seria obrigada.
A chance da gravidez ser real era nula. Nos protegiamos e eu tomava pílula. Eu tava com medo é que fosse um câncer porque um filho tenho plena certeza que não é.
Revirei os olhos e peguei a sacolinha. Ela se retirou e e eu fiz o teste. Deixei ele na pia e fui para sala.
-Se for menina eu posso ser madrinha? Amo meninas! - Ela diz após vários assuntos aleatórios e e eu reviro os olhos.
- Não é nada disso, tu vai ver! - Eu afirmo. Eu e o Matheus havíamos ficado de bem novamente e ele estava sendo um anjo. Duvido muito que ele teria uma reação negativa caso eu estivesse grávida, mas é bom evitar.
Fomos fazendo tanta coisa que esquecemos do teste.
Todos estavam chegando. Faltavam apenas Gio, a dona da casa e Pepê.
Estávamos no apartamento de Gio pois tínhamos a chave reserva. Essa semana o pai dela tinha ido para Maresias resolver o caso da Gabi e a mãe dela foi inaugurar um novo restaurante em Santa Catarina, ou seja, CASA LIVRE.
O jogo iria começar em alguns minutos e eu estava achando estranho, Gio odiava atrasar para o jogo.
Giu e Jean estavam muito grudadinhos e isso estava estranho, ia meter a real pra esse muleque não brincar com minha amiga depois.
Eu estava bem tranquila fazendo umas pipocas quando de repente ouço Matheus na porta da cozinha.
- Isso é seu? - Uma feição nada amigável e o teste nas mãos. DROGA, eu esqueci essa merda.
- Onde conseguiu isso? - Pergunto.
- Dois palitos é positivo, isso-é-seu? - Ele repete e pergunta a última parte pausadamente.
- Puta que pariu, não acredito, é meu essa porra sim. - Eu largo tudo e vou de encontro ao teste.
- Eu não acredito, eu sou tão burro! - Ele bate com a mão na testa e eu o encarou confusa. - Eu sempre uso o inferno da camisinha e essa droga estourou.
- Matheus... Eu... O exame pode estar errado.. - Tento tranquiliza - lo
- Se estiver certo, não podemos ter essa criança agora. - Ele diz sério e eu fico alguns segundos parada e depois lhe dou um tapa no rosto.
Ouço passos rápidos em direção a cozinha, onde eu estava. Era Jean.
- A Gio se acidentou, precisamos ir. - O que? Eu e as meninas estávamos na maior onda de azar ou era impressão minha?
Arregalei os olhos e sai correndo mas antes soltei um "essa conversa não acabou" para o Matheus.
Peguei meu casaco e sai junto com o resto do grupo que nem imaginava o que eu e Matheus tínhamos conversado.
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𝙸𝚗𝚜𝚝𝚊𝚐𝚛𝚊𝚖 | 𝙴.𝙰 (𝙿𝚎𝚙𝚎)⁽ᶠᶦⁿᵃˡᶦᶻᵃᵈᵃ⁾
Fanfiction*Primeira fanfic de Pepê no Wattpad* Giordana, 20 anos, colorada fanática, foi eleita musa do SC Internacional no ano de 2019. A decepção em ver o time perder para o rival direto em uma disputa de pênaltis foi enorme, mas a vida continua e as suas p...