𝙸𝚗𝚜𝚝𝚊𝚐𝚛𝚊𝚖 | 𝙴.𝙰 (𝙿𝚎𝚙𝚎)⁽ᶠᶦⁿᵃˡᶦᶻᵃᵈᵃ⁾

14

Gabriel

Acordei com um barulho vindo de fora do meu quarto.

Esfreguei os olhos e pensei se seria mesmo certo levantar ou deveria ficar bem ali e fingir que nada aconteceu.

Olhei no relógio e vi que marcavam 11:30, acho que ninguém assalta 11:30, é seguro e correto eu continuar deitado.

Alguns minutos depois ouvi um barulho muito alto de uma panela ou algo do tipo caindo e uma voz masculina resmungando. Na hora lembrei da Gio e levantei em um pulo.

Não conseguir defender duas meninas de baixo do meu nariz é demais já, né?

Desci as escadas pronto para bater em qualquer um quando me deparo com Eduardo tentando botar fogo na minha casa enquanto liga o fogão e diz ser um chefe de cozinha e Gio sentada no balcão falando coisas como ele ser um fracassado na cozinha e largar aquilo de mão porque ela já havia pedido comida no restaurante próxima daqui.

- Que casal fofo, Gio incentiva as pessoas como ninguém! - Eu digo irônico enquanto caminho até a geladeira em busca de um copo de água.

- Cê viu o que eu passo? Viu como não é fácil para mim? - Eduardo começa a reclamar.

- Bom dia flor do dia! - Gio deseja enquanto balança os pés no ar, já que sentada ela não alcança os pés no chão.

Estreito o olhar para ela. Ela estava muito felizinha, isso não acontecia desde que ela chegou aqui.

Acho que na verdade, agora as meninas ficariam mais tranquilas. Elas só precisavam de apoio, apoio de quem elas confiassem e, infelizmente, eu não era tão confiável mais...

- Bom dia... - Respondo sorrindo. - Onde está aquela amiga que você fez ontem? - Pergunto aleatoriamente.

- Giu? - Ela pergunta e eu afirmo. - Boa pergunta... - Ela desce da bancada indo para a sala. - GIULIA? - Grita e alguns minutos depois a menina aparece no andar de cima de cabelo em pé, olhos inchados, descalça e de pijama. - Bom dia, flor do dia! - Gio repete para a recém acordada que permanecia no mesmo lugar.

- Tem alguma coisa pra comer? - Giu pergunta lá de cima.

- O almoço tá chegando, eu encomendei. - Giordana responde.

- Mas tem coisa pra comer antes, se quiser! - Eu digo.

- Tô descendo! - Giu entra no quarto de hóspedes novamente.

Em que momento da minha vida eu casei com o Eduardo e adotei duas filhas adolescentes? Porque é isso que tá parecendo.

- Eu vou pro hospital daqui a pouco. - Solto.

- Todos vamos, é a troca de turno. - Gio diz sentando ao meu lado, dessa vez na mesa. - Eu, Giu, Eduardo e você vamos para que Matheus, Vitória,  Llyanna e Martin possam vir. - Ela completa e eu aceno concordando.

- Que horas nós vamos? - Eduardo pergunta.

- Depois do almoço! - Respondo e ele concorda largando as panelas com coisas queimadas dentro da pia. - Você tem diarista? - Me pergunta risonho.

- Se eu não tivesse, ia ter que arrumar agora! - Revirei os olhos e nós três rimos.

O clima estava começando a melhorar e algo me dizia que tudo ia ficar bem...

Vitória

Eu havia amanhecido no hospital junto com os meninos e Llyanna.

Matheus e Martin dormiram, eu cochilei um pouco e Llyanna passou a noite em claro bebendo café.

A parte feminina do nosso "grupinho" é muito unida, então se qualquer coisa acontece com uma de nós a gente desmorona.

Agora eram quase 12h e estava chegando a hora de eu ir embora para dormir um pouco.

Passados uns minutos vi Gio, Giu, Eduardo e Medina entrando na sala dos acompanhantes.

Nos cumprimentamos e começamos a conversar um pouco. Gio contou para mim, Llyanna e Giu que finalmente se sentiu segura em ir mais longe com o Eduardo.

Fiquei feliz com ela mas ao mesmo tempo preocupada, vai que o Eduardo da mais dessas loucuras de ficar nervosinho e mágoa minha amiga? Eu vou ser obrigada a sair no soco com um japonês?

E Gio era virgem, ela se entregou para um japonês ciumento? Esse era o destino da minha amiga? Beleza, esse não é o momento certo para pensar isso!

Depois de um tempinho pensando bobagens e falando com as meninas eu estava pronta para ir embora tomar um banho!

- Acompanhates de Gabriela? - Ouvimos a voz do médico e levantamos. - Nossa... O pai está? - Ele perguntou e tio Heitor acenou. - Bom... - o médico sorriu. - Gabriela acordou! - Arregalei os e ouvi alguns suspiros e risos.