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Gabriela

Acordei quando recebi o aviso da aeromoça, que por sinal era muito linda e me fez ter sérias dúvidas entre ir até o Medina ou pedir ela em casamento ali mesmo, mas acabei optando pelo Medina no fim das contas. 

Me preparei para o pouso, eu nunca estaria preparada para o pouso. Ficava surda momentaneamente, muito brava por estar surda e muito brava com o Gabriel por me fazer brava. Eram coisas que não tinham ligação mas eu fazia ter só pra ter raiva do Gabriel.

Desci do avião, peguei as malas, na verdade, a mala. Eu ia passar uns dias, não ia me mudar, né gente?! E a mochila só tinha comida, ninguém é de ferro.

Pedi um uber e dei o endereço. O cara disse que sabia onde era e me olhou meio malicioso.

- Escuta aqui, perdeu alguma coisa? - Eu o olhei brava.

- Não senhora, esse não é o endereço do Gabriel Medina? - Ele suavizou a expressão. Coitado, eu sou chata.

- É sim. Mas e ai? Tem umas balinha? - Descontrai e ele riu concordando.

Cheguei ao meu destino,  paguei a corrida, o moço me ajudou a tirar a mala e a gente se despediu. Eu dei aquele migué e chamei o Gabriel no WhatsApp.

Gabriel Machista

Qual vai ser? Vai chupar ou vai lamber?

Lamber, eu acho

Abre a porta aí que eu digo qual vai ser

Tá né zoando, mulher?
Eu não tô em Maresias.

QUE?

- TROLEI! - Ouvi um grito após ver a porta abrir e senti dois braços me envolver e me erguer do chão.  - O que cê tá fazendo aqui, garota? - Me larga no chão sorrindo e me beija.

- Eu não gosto de brigar contigo, tche! - Envolvi o rosto deles em minhas mãos e o vi fechar os olhos sorrindo com o toque. Como é possível que qualquer coisa que ele fazia me deixava boba? Eu sou muito trouxa mesmo.

- Se toda vez que a gente brigar você vir se desculpar pessoalmente eu vou  começar a brigar mais seguido! - Disse e sorriu, envolveu os braços em minha cintura e foi me puxando para dentro da casa. Beijei ele enquanto traçavamos o caminho para o sofá.

- Hm, minha mala! - Parti o beijo e deu uma corrigindo até a porta, peguei a mala e fechei a porta de novo.  - Agora sim! - joguei ele no sofá. Acho que tinha perdoado ele e mudaria o nome no whatsapp também.

Giordana

Ultimamente eu não via me sentindo bem.

Algo me dizia que tudo estava indo muito bem e isso não era normal. Um aperto no peito não me deixava em paz e eu me sentia pressionada por alguma coisa que não era físico.  Eu estava cada dia mais nervosa.

Hoje era o dia do jogo da libertadores. Internacional x Nacional, um jogo difícil que daríamos de tudo para ganhar, tenho certeza. 
Como não pude viajar para assistir o jogo  e minha única amiga colorada estava em Maresias decidi olhar o jogo sozinha.
Matheus e Eduardo estavam isolados do mundo. Renato reserva a noite anterior aos jogos para os meninos descansarem de QUALQUER atividade física, portanto, longe das namoradas.
Vitória e Llyanna estavam fazendo alguma coisa e eu estava sozinha no apartamento.

Em dias que tenho esses maus pressentimentos gosto de ficar sozinha mesmo.

Meu time ganhou de um a zero e isso me motivou a tentar dormir tranquila. Nem jantei, nem nada. Só fui para a cama e tentei dormir.

Vitória

Ok que essa noite era para os meninos ficarem longe de qualquer desgaste mas eu e Matheus não aguentamos uma noite inteira sem nos desgastarmos fisicamente, se é que entendem minhas palavras.

Noite passada eu havia ganhado sermões e conselhos sobre não abaixar a guarda, ser difícil, me valorizar mais, largar o Matheus e eu estava verdadeiramente deicida a fazer isso, acontece que ele me mandou mensagem as 22h da noite falando que estava com saudades. EU QUERIA TER RESISTIDO, mas quem resiste a uma carinha de cachorro pidão igual a dele?

Agora estou aqui, com meu pijaminha de ceda, sentada na poltrona do meu apê esperando o sr. Henrique aparecer como combinado.

Ouço a companhia e levantou na hora. Assim que abro me deparo com ele, sinto os lábios dele nos meus antes mesmo de tentar pronunciar qualquer palavra. Ele fecha a porta com o pé e vai me conduzindo até a superfície fofa mais próxima. Paramos no meu sofá e ali mesmo começamos a nos despir.

Gabriela

Eu estava a dois dias em Maresias e esse era, infelizmente, o meu penúltimo dia aqui.

Eu e Medina estávamos resolvidos. Eu iria terminar Odonto e tentar emprego em alguma clínica por aqui, ou quem sabe montar uma clínica minha, mesmo. Simples e pequena mas minha. Tudo tem um início, não é?

Eu não me incomodo de sair do Sul e vir morar aqui tendo uma carreira e podendo ajudar a nos manter, o problema é ser sustentada por alguém.

Eu estava caminhando em um bequinho. Era bem vazio e estreito, só eu estava passando ali sozinha e de noite ainda por cima. Gabriel saiu para resolver umas coisas sobre o instituto e e eu decidi ir no mercadinho que tinha ali perto para comprar uma massa. Queria fazer algo especial na nossa última noite.

O caminho mais próximo era passando por esse bequinho. Na ida tinha sido tranquilo, porque na volta seria diferente?

Estou no meio do caminho e de repente sinto algo tampar minha boca. Deixo as compras caírem na mesma hora.

- Fica quietinha que não vai doer! - Ouvi uma voz masculina desconhecida. Nunca fiquei tão nervosa na vida. Dei uma cotovelada em seu estômago e sai correndo mas lembrei que não podia deixar as compras. Dei uma pausa e olhei pra trás. Em questão de segundos me senti sendo agarrada e jogada contra a parede.

Aquela era a pior sensação da minha vida. Eu tentava lutar e de nada adiantava, eu tentava gritar, mas levava tapas e socos e com a dor aumentando senti meu corpo fraquejar e desmaiei.

𝙸𝚗𝚜𝚝𝚊𝚐𝚛𝚊𝚖 | 𝙴.𝙰 (𝙿𝚎𝚙𝚎)⁽ᶠᶦⁿᵃˡᶦᶻᵃᵈᵃ⁾Onde histórias criam vida. Descubra agora