Go in peace...

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— Pelo menos um bom pai ele foi - Termino  de falar triste e enxugando uma lágrima do meu rosto.

— Sério Castiel? Depois de tudo oque ele fez, principalmente com você, com a mamãe, ainda fala isso? - Ele me diz indignado enquanto vamos tomar um ar na praça que tinha ali perto.

Esse era um dos meus irmãos mais velhos, o Michael, nunca tivemos uma ligação muito forte, mas era uma ligação maior do que a minha com o Lúcifer. Ele também não era muito ligado ao papai ultimamente, bom ele tinha os seus motivos.

— Você espera que eu fale oque? Acha que eu estou feliz em perder mais alguém da família? - digo a ele e ele responde com uma cara feia - Mas enfim, será que o Luci vem? - Pergunto

— Você ainda tem esperanças naquele idiota?

Quando Michael fala isso, Jack se aproxima com a cabeça baixa e diz :

— O meu pai é um idiota tio Cass? Quer dizer que eu sou também?

— Mas é claro que não, ser um idiota depende de suas ações e você está bem longe de ser um um, você é exatamente o oposto - respondo me abaixando e fazendo um cafuné nele e ele sorri.

— Você quer meu celular pra jogar alguma coisa? - Meu sobrinho assente e então eu entrego, ele pega o celular e senta em um banco próximo dali, me deixando sozinho com Michael novamente.

— Você podia parar de causar intriga, pelo menos na frente do Jack - Ele ri - Estamos no velório do nosso pai, Michael, será que você não pode ser um pouco mais agradecido e... - Meu irmão me interrompe.

— Agradecido? Pelo o que? Por ele destruir nossa família? Acredite Cass, vai ser melhor assim.

Eu já estava com raiva dessa atitude de Michael mas, antes que eu possa começar um barraco no velório do meu pai, vejo minha melhor amiga Charlie vindo em minha direção, então deixo Michael falando sozinho e vou cumprimentá-la.

— Eai vadia, você tá bem? - Ela me abraça- meus pêsames viu, você sabe se quiser falar de qualquer coisa eu to aqui né?

— Estou sim, eu sei que você está sempre aqui pra mim, e eu agradeço muito por isso e por você ter vindo, se não fosse por você provavelmente estaria gritando com o Michael agora - Sorrimos um para o outro.

— Eu sempre chego na hora certa- Brincou - E como os seus irmãos estão?

— Bom, um é o capeta, e o outro tenta ser pior que o capeta, mas pelo menos o Michael veio.

— Veio pra causar do jeito que eu conheço ele, mas e o Jack como ele tá?

- Deixei ele ali com o meu celular - Apontei pra Jack - Ele está triste, afinal meu pai também era o avô dele. Meu pai não ligava muito pra Jack, ele falava " Lúcifer é que tem que cuidar do filho dele e não eu" - É melhor a gente voltar lá pro velório, a cerimônia já vai começar. - Digo apresado e vou buscar Jack.

Ao caminhar até o caixão de meu pai, percebi como o ambiente estava quieto, podia ouvir só as folhas das árvores balançando no vento, e as lamentações de parentes tristes, no caminho tento ligar para Lúcifer umas três vezes mas o mesmo não atende, e sou obrigado a ouvir um "eu te avisei" de Michael, quando chegamos lá, conseguimos ver primos, tios, sobrinhos do meu pai, e parentes que eu nem sabia que existiam, por educação todos eles no cumprimentam e nos dão espaço ao lado do nosso pai, um de nós teria que fazer um discurso e obviamente sou eu, já que Michael iria destruir a cerimônia; Enquanto faço o discurso, vejo a Charlie falando algo no ouvido de Jack que está chorando, mais parentes chorando, alguns nem aí, Michael olhando feio pra variar, e minha tia Amara me olhando Com angústia e como se a culpa fosse minha.

Após a cerimônia, houve o enterro, onde falamos tchau ao nosso pai de vez agora, e toda a vontade chorar e boas memórias vieram a minha cabeça na hora, na vez de Michael, parece que a ficha dele finalmente caiu, o vejo chorando e tentando esconder que estava, é claro, me aproximo dele e digo:

— Eu sei, eu sei - O abraço, ele me abraça de volta, e eu começo a chorar também.

— Ele não era perfeito Cass, mas era o nosso único pai, queria poder ter perdoado ele enquanto havia tempo.

— O papai sabe que você perdoou ele, algo me diz que ele sabe - Aquele foi o único momento verdadeiro como irmãos que tivemos desde a morte da mamãe.

Bom, depois do falecimento do papai tudo ficou mais difícil, tive que começar a trabalhar para me sustentar e a Jack, (já que eu era o único que se importava com ele), o que não foi tão ruim, Michael conseguiu arranjar um trabalho pra mim como assistente de um colega dele, e também me ajudou a achar um apartamento simples até, mas muito prático perto tanto da minha universidade quanto da escola de Jack, o aluguel não era caro então dava pra se virar, cuidei de Jack , trabalhei, estudei e assim foi por longos três anos, até janeiro desse ano, onde me encontro desempregado, devendo aluguel e prestes a iniciar mais um ano letivo.

Broken and Beautiful - Destiel Onde histórias criam vida. Descubra agora