É possível amar?

Capítulo seis- Salva

LAURA

" Ele se deita em cima de mim. Tenta beijar-me.

Choro.

Sinto muita dor.

Tudo o que quero é morrer. Mas eles ainda não vão matar-me.

Querem que eu implore. Mas não tenho forças.

Sinto um soco em meu rosto.

Outro.

Ele é atingido por uma flecha na cabeça.

Mas não para.

Me bate mais e mais enquanto continua levando flechas na cabeça.

Nada o para.

Ele ri de mim.

- Mate-me.- tento dizer, porém minha voz não sai.

Então eles param.

Sentam-me em algum calabouço.

Vejo-os arrastando alguém até a outra parede.

Felix!

Está mais magro. Com cortes por todo o corpo e já não existe cor em seu rosto.

- Felix... - sussurro fracamente.

Olha-me nos olhos, posso ver ódio.

- É tudo culpa sua.. -diz entre dentes com a voz carregada de ódio."

Não.

Levanto-me rápido de mais,minha cabeça lateja.

Estou com dores excruciantes por todo o corpo.

Estou suada pelo medo.

Tento convencer-me de que foi apenas mais um pesadelo. A única diferença é que agora o Felix também aparece.

Uma garota entra. És uma elfa.

- Saia. Vá embora. - grito com desespero visível na voz.

- Acalme-se, eu sou amiga. - diz a garota elfa, com uma voz calma levantando as mãos em forma de rendição, como que para de mostrar-me que está desarmada.

- Quem é você?

- Eu sou Serafine... - hesita por um momento. Porque? - Eu quem te salvei.

Analiso-a.

Ela é baixa, tem olhos verdes, pele branca, cabelos loiros presos em rabo de cavalo alto, usa roupa de batalha (armadura, bota, espada, aljava e arco nas costas).

- E o que, em nome da Deusa, me garante que estás a contar-me a verdade?

Respira fundo, e então grita o nome de... Marcos?

Olho perplexa para ela. Se essa garotinha tiver feito algo contra Marcos será apenas um corpo inerte no meio dessa cabana.

Então um trol gigante, cheio de cicatrizes pelo rosto entra.

- Marcos! - digo em um grito de felicidade.

Ele sorri, vem até mim e abraça-me.

Estou salva.

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FELIX

Acordo em minha cama.

Ainda escuta-se o ataque.

Devo levantar-me e mostrar aquele crápula que não deve mexer com nada que é meu.

Vingarei minha Laura.

Frodo sofrerá em minhas mãos, terá uma morte lenta e extremamente dolorosa.

Com essas idéias em mente tento levantar-me. Sinto uma leve pontada no peito.

Laura...

- Senhor! - apenas quando ouço a voz de Bernard no quarto é que percebo que em meu quarto há mais de três pessoas. As quais conheço apenas Bernard.
- O que está havendo aqui? - pergunto rudemente.
Um senhor, que creio ser o curandeiro da vila, se levanta e, com uma voz calma diz:
- O senhor desmaiou após um visão, dada por uma ligação empática com algum outro ser do nosso reino.
Logo penso em Laura.
Não consigo acreditar que ela se foi. Ainda sinto que está por aí, me esperando trazê-la para casa, tirá-la das garras da raça malvada.
- Até onde eu sei, ligações não causam desmaios, não é mesmo? - pergunto desconfiado.
- Bem... isso é verdade, ainda não conseguimos compreender o por que do desmaio, senhor. Mas estamos quase lá e...
- Isso não vem ao caso agora. Estamos sendo atacados, então vamos expulsar esses seres desprezíveis das nossas terras, e encontraremos Laura. - digo interrompendo-o.
- Mas senhor...
- Sem mais. Agora dêem- me licença. Já!
Todos saem meio assustados.
Depois eu o ultimo deles saem de meu quarto entrego-me a minha dor.
Por que? Por que Deusa? Apresenta-me o amor, e logo tira minha amada de mim. Para que? Para fazer-me um ser ainda mais frio e esdrúxulo do que já sou?
Salvarei meu povo, encontrarei o corpo de minha amada, e após, deixarei-me definhar.