É possível amar?

Bônus de Começo de Ano - Amigas?

LAURA

Abro os olhos e me deparo com uma Serafine com aparência cansada perto de meu leito.
Sinto dores por todo meu corpo, como se eu estivesse dormindo por muitos dias.
Me sento rapidamente na cama e sinto minha cabeça girar. Serafine se levanta e vem até mim.
- Calma, você ainda não está pronta para levantar. Se deite e descanse. - ela diz em um tom quase maternal.
Seu tom me faz pensar em minha mãe. Sempre me perguntei como ela seria. Se ela né acharia uma boa filha. São tantas perguntas que jamais serão respondidas...
Me deito sentindo lágrimas brotarem em meus olhos.
Não posso chorar.
Não mais.
Sou uma mulher devo agir como tal.
Respiro fundo e me forço a esquecer qualquer falso sentimento nostálgico.
- O que aconteceu? - pergunto, porém não sai um som audível e sim um sussurro.
Ela me olha com uma expressão indecifrável no rosto enquanto tira cabelo do meu rosto.
- Não se esforce, você está muito cansada ainda. Penso que esteja confusa mas depois, tanto eu quanto Marcos tentaremos lhe replicar o ocorrido. Agora espere um minuto, vou trazer-lhe algo para comer. - balanço a cabeça e fecho levemente meus olhos.
Serafine se levanta da beira da minha cama e sai em busca de alimento para mim.
Estou confusa.
A última coisa que me lembro é me ajoelhar para rezar pela segurança do meu povo é de Felix, e então... então não me lembro de mais nada.
Isso é frustrante!
Quanto tempo permaneci desacordada?
O que aconteceu nesse meio tempo?
Será que eles tem notícias de Felix?
Será que os elfos venceram?
Isso não pode ter acontecido. Se eles vencerem, tanto meu pai quanto Felix morrerão!
Não posso ficar sentada aqui. Tenho que fazer alguma coisa!
Decidida a conseguir informações tento levantar.
Forço minha perna direita para fora do colchão, forço a esquerda, com os cotovelos apoio meus corpo e o forço a se manter sentado, desligo minhas mão e troco os cotovelos por tais. Sinto minha cabeça girar e parece que tudo a minha volta pode ruim a qualquer momento, na verdade sinto que eu posso ruir a qualquer momento. Caio na cama novamente, quando meu corpo se encontra com o colchão faz um baque que chama atenção de Serafine que aparece com uma expressão de medo nos olhos.
- Céus Laura! Qual o seu problema em obedecer simples ordens?
- Eu só queria me levantar e...você não me da ordens sabia? - disse tentando parecer forte o suficiente para uma discussão.
- E você sabia que a partir do momento em que você desmaiou e eu fiquei três dias cuidando de você, exclusivamente de você, não parei nem mesmo para cuidar de mim, eu tenho a liberdade de lhe dar ordens, goste você ou não.
Oh, três dias! Eu não sabia.
- Saiba que eu não gosto - disse cruzando os braços.
Ela revira os olhos diante minha atitude infantil. Sinto dores por todo corpo e, sem conseguir resistir, pergunto:
- Você sabe o que ouve comigo?
Serafine me olha suspira e diz que precisa pegar minha comida e depois explicará o que aconteceu comigo.
Respiro fundo e espero.
Quando ela volta me ajuda a sentar na cama e tenta me dar uma colherada de, penso eu, uma sopa de legumes com carne de avestruz. Permito que ela me dê apenas a primeira colherada, porém percebo que estou sendo dependente de alguém para me alimentar, decadente e, tento eu mesma me alimentar. Serafine diz que é melhor não, mas insisto dizendo que estou bem, desconfiada, me entrega apenas a colher, olho-a com minha melhor expressão de tédio e seguro a colher. Mal sabia eu que não estava tão forte quanto pensei estar, sendo assim a colher caiu em cima de minha roupa com sopa quente.
- Laura! Deusa! Qual o seu problema? Vamos, pelo visto eu estava certa, você está fraca de mais. - Pegou a colher e começou a me dar a sopa enquanto reclamava sobre eu não parecer nada com a descrição de Laura, A Pura, não pude evitar rir de sua indignação.
Quando terminou me ajudou a levantar e me lavar, assim como me ajudou a vestir um vestido de algodão simples sem desenhos.
Já sentada em minha cama enquanto Serafine penteava meus cabelos brancos percebi que ela estava fazendo por mim coisas que ninguém nunca fez, claro que minhas criadas me davam banho e me vestiam, porém essa era a obrigação delas, Serafine, desde o começo, está me ajudando sem pedir nada em troca. Acho que talvez eu esteja fazendo algo parecido com uma amizade...

Nota da autora
Eu sei, muito pequeno.
Mas eu só queria postar alguma coisa hoje então fiz isso aí.
Votem comentem porque eu me sinto diva quando vejo um voto ou um comentário. Hehe.
Até o próximo capítulo.